Jogar com as aparências

|Hélio bernardo Lopes|
Há umas semanas atrás, tomámos conhecimento de parte do diálogo entre o Papa Francisco, em Roma, com um amigo seu argentino, também padre católico. 

A sua amizade permitiu que este lhe tivesse dito que talvez a sua vida pudesse correr perigo, ao que Francisco lhe respondeu que a morte seria o melhor que alguém lhe poderia trazer.

Percebeu-se facilmente, por esta sua conversa com o amigo argentino, que o que foi encontrar no ambiente da Cúria Vaticana deverá ser algo de muito terrível, tudo de parceria com os graves problemas que o mundo enfrenta, mormente a degradação que a dignidade humana tem vindo a experimentar por via do triunfo do neoliberalismo e da globalização.

Também se percebe agora a razão de Francisco ir dedicar a sua primeira carta encíclica ao tema do ambiente e da sua sustentabilidade, hoje perigosamente ameaçados por via do triunfo do capitalismo selvagem. Indiscutivelmente, o Planeta e a sua sustentabilidade estão hoje perigosamente à beira de uma situação irreversível.

De um modo já indisfarçável, o mundo dos grandes interesses, bem como o ambiente católico fundamentalista, vêm dando mostras de alguma inquietação perante as intervenções de Francisco I. Tal como se deu com a luta de João Paulo II contra o comunismo, o Papa Francisco usa, precisamente, o mesmo método: uma frequência elevada nas temáticas que tem vindo a abordar.

Se falasse uma ou outra vez, mesmo que com documentos publicados sobre o tema, a reação seria quase nula. Simplesmente, ele fala sem parar, certo de que a luta que se contém na mensagem de Jesus e dos Evangelhos precisa de ser percutida em voz alta e com uma frequência elevada. Isto, como se percebe, incomoda fortemente os rapinadores destes dias, geradores da grande miséria que varre o mundo.

Ora, nesta passada segunda-feira surgiu entre nós a notícia de que um canal de televisão israelita citou a CIA como possuindo informações de que o Papa Francisco se encontraria na mira dos terroristas do Estado Islâmico. E sabe o leitor qual foi e minha reação? Pois, dei uma gargalhada razoável. Entre o baixo e o alto. A meio da escala.

Simplesmente, o que a CIA disse é que acredita em tal possibilidade. Ou seja, trata-se de uma estimativa, domínio onde os falhanços da CIA são aos magotes. Até na fuga de informações secretas por motivos de alcova. E se não digo que tal acontecimento é impossível, também me custa perceber a razão de uma tal escolha. De resto, tanto a CIA como a MOSSAD enviaram para o Vaticano vários cenários possíveis, mas sem nada referirem de concreto. É, objetivamente, um ato de manobra dos grandes interesses mundiais contra Francisco.

Pois, a minha opinião sobre esta realidade é esta: o maior perigo para o Papa Francisco nos dias de hoje encontra-se no seio da Igreja Católica, de parceria com gente ligada ao ambiente dos grandes interesses mundiais, sejam os de língua inglesa, sejam os católicos ou os judaicos.

Acima de tudo, Francisco está a incomodar por via da frequência das suas intervenções, mais que pela sua contundência. E quando a sua primeira encíclica se debruça sobre a sustentabilidade do Planeta e se sabe já hoje que a exploração do gás de xisto já requereu perto de quatro centenas de explosões nucleares de muito baixa potência e ao nível do subsolo, percebe-se o incómodo, para os grandes interesses, dado que uma a ação continuada e frequente de Francisco poderá acarretar uma consciencialização dos povos do mundo.

Em resumo: se vier a ter lugar um atentado contra a vida do Papa Francisco, sabemo-lo hoje, o mesmo terá origem ao nível dos interesses de gente ligada ao mundo de língua inglesa ou aos interesses judaicos. A palavra deste Papa é a estes que mais incomoda. O Estado Islâmico está-se a tornar num excelente instrumento da propaganda ao serviço dos interesses capitalistas do Ocidente.

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN