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|Hélio Bernardo Lopes| |
Mais recentemente, escrevi o novo texto, CORAÇÕES QUE BALANÇAM, onde analisei a mais recente sondagem sobre presidenciais e possíveis candidatos. Lá estava a vitória certa de António Guterres contra qualquer outro, mas em que discordei da possibilidade de que António Vitorino possa ser o vencedor da peleja eleitoral que se aproxima. Custa-me, de resto, acreditar que quem fez a referida sondagem possa ver neste resultado mais do que um acaso dificilmente repetível noutras sondagens do mesmo tipo.
Ora, num destes dias, surgiu a notícia, que de pronto percebi como precipitada, de que António Guterres, por via de ter de prolongar a sua presença à frente do ACNUR, não poderia vir a ser candidato ao Presidente da República. A ser assim – não é –, tal determinaria a vitória do candidato da direita, seja ele qual for.
Bastaram uns três ou quatro dias, e de pronto António Guterres veio esclarecer a evidência do que está aqui em causa: a decisão final só depende de si. De molde que veio à superfície o real valor da tal notícia inicial, parecendo representar mais um desejo do que evidência.
Um dado é certo: a nossa vida política é hoje um vespeiro, com Portugal e os portugueses a viverem o pressentimento de um futuro nada risonho, se vier a ser prosseguida a trajetória da atual Maioria-Governo-Presidente. Uma realidade que terá lugar se António Guterres não vier a candidatar-se.
Eu até compreendo que António Guterres, perante o estado a que chegou Portugal e as suas instituições, possa olhar funções internacionais de muito alto nível como algo bem mais apetecível, eficaz e consequente, mas a verdade é que os portugueses precisam de alguém como Presidente da República que reponha as garantias que sempre receberam até ao final do primeiro mandato presidencial de Jorge Sampaio. E António Guterres é o português mais apreciado em tais funções. Tudo depende, pois, só de si.