Viver na lua

|Hélio Bernardo Lopes|
Grande espanto foi o que de mim se apossou ao tomar conhecimento, a partir de notícia jornalística, que Francisco Assis havia defendido, neste passado sábado, que Jaime Gama seria um excelente candidato do PS ao Presidente da República, na eleição que decorrerá em 2016. Mesmo vindo esta ideia de Assis, fiquei espantado.

Quando se concorre a um ato eleitoral, naturalmente, deverá estar presente o objetivo de vencer a eleição em causa. Simplesmente, tal realidade tem de possuir, a priori, uma probabilidade elevada, não podendo nunca comportar uma que seja francamente longe do meio da distribuição. Para que a probabilidade de vitória seja grande, não basta a qualidade autêntica, ou absoluta, do candidato. É essencial que este disponha dos atributos de cativação junto dos seus concidadãos. Ora, esta é uma realidade completamente ausente em Jaime Gama. Se olharmos para trás, facilmente se percebe que Jaime Gama nunca venceu uma contenda política direta.

É claro que Jaime Gama desempenhou todos os altos cargos a que foi chamado com maestria, mas nem mesmo isso é suficiente para se conseguir uma vitória eleitoral. Ainda que num contexto sociológico muitíssimo diferente, a verdade é que os líderes democraticamente eleitos como presidentes, nos Estados Unidos, estão a anos-luz de uma substantiva qualidade global. E mesmo na Europa, não faltam casos similares.

Custa, porém, entender que Francisco Assis possa ter imaginado – amito que a notícia é correta – que Jaime Gama poderia sair vencedor de uma contenda presidencial com Marcelo, ou Santana, ou Rui Rio, ou outros. É minha convicção que tal candidatura seria sempre uma candidatura de derrota anunciada, propiciando a repetição do já vivido terrível flagelo da Maioria-Governo-Presidente da direita de hoje. Até porque não existe outra.

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