Chacim e Sesulfe assinalam os 500 anos do Foral Manuelino

“Dom Manuel, pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, D’Aquém e D’Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia”, concedeu em 1514 as Cartas de Foral a Chacim e Sesulfe. Neste domingo, 500 anos depois, a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros celebrou este momento marcante na história destas duas povoações.



Um “dia demasiado importante para o concelho de Macedo de Cavaleiros. São 500 anos que celebramos, reconhecendo estes séculos de história de Chacim e Sesulfe, assim como de todo este território”, disse o Presidente da Câmara Municipal, para quem a “alegria das pessoas, o grande sentimento de reconhecimento pela importância das localidades onde nasceram e habitam”, foi o destaque principal das celebrações.


Os Presidentes das Juntas de Freguesia de Chacim e Sesulfe, José Génio e Gilberto Pires, respetivamente, foram porta-vozes desse sentimento das populações: “É um dia marcante na história de Chacim e de todos nós enquanto seus habitantes. É um privilégio pertencermos a uma geração que vive os 500 anos de um momento como este”, confidenciou José Génio; “É uma grande lembrança e que esta data sirva para nos dar força para o futuro. Foi um dia diferente, um momento simples, mas muito bonito, em que tivemos a honra de sermos visitados pela Câmara Municipal”, referiu Gilberto Pires.

“(…) E qualquer pessoa que for contra este nosso Foral levando mais direitos dos aqui nomeados ou levando deste maiores quantias o havemos por degradado por um ano fora da vila. Fernão de Pina, Cavaleiro da Casa do Dito Senhor, o fez fazer por especial mandado de Sua Alteza o concertou e subscreveu-o.”


Um pouco de história
Os forais de D. Manuel I atribuídos entre 1495 e 1520, integraram a reforma administrativa do monarca, cujo reinado ficou marcado pela chegada à Índia e a descoberta do Brasil. Os “Forais Novos”, como ficaram conhecidos, desde logo marcantes pela grafia muito mais artística, numa linguagem mais acessível, estabeleceram uma determinada unificação administrativa nos diferentes territórios, evitando abusos dos nobres, nomeadamente em nome do direito de aposentadoria, quando chegavam às terras.

O Forais Manuelinos renovariam, assim, as anteriores Cartas de Foral de Sesulfe e Chacim. Sendo a de Sesulfe datada de 1302, outorgada por D. Dinis, e a de Chacim, ainda que sem uma data unanimemente aceite, seria, provavelmente, atribuído entre os séculos XIII e XIV. O concelho de Sesulfe estender-se-ia até 1836, altura em que passou a integrar o de Chacim, extinto em 1853, pela reforma de Mouzinho da Silveira, que criaria o novo concelho de Macedo de Cavaleiros, com as fronteiras que hoje conhecemos.

Nota de imprensa CM Macedo de Cavaleiros


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