‘Tempo de Castanhas’, exposição do fotógrafo Georges Dussaud, inaugura amanhã em Bragança

A mais recente visita do fotógrafo francês, Georges Dussaud, a Trás-os-Montes, em outubro e novembro de 2013, resultaria num novo trabalho fotográfico, desta vez centrado na apanha da castanha



Fotografia de Georges Dussaud
Georges Dussaud acompanhou no terreno, em diversas aldeias do concelho de Bragança, o trabalho a que, por esta altura, se dedicam centenas de homens e mulheres e que é hoje a fonte de maior rendimento de muitas famílias transmontanas.

Os registos foram transformados em mais uma exposição fotográfica intitulada “Tempo de Castanhas”, que estará patente ao público entre os dias 1 de novembro de 2014 e 26 de abril de 2015 no Centro de Fotografia Georges Dussaud, em Bragança.

“Herdeiro de uma corrente de pendor humanista, o trabalho de Georges Dussaud (Brou, França, 1934) esteve sempre comprometido com a afetividade e a empatia que estabelece com os lugares e com aqueles que fotografa. Dussaud compreende bem a essência da vida daqueles que vivem no campo, o pulsar da terra e da natureza onde, desde 1980, reiteradamente, imerge. Da sua condição de fotógrafo viajante, sobressai a extraordinária capacidade de se sintonizar com esta região, no duplo propósito de a entender para a testemunhar.

No outono passado, Dussaud acompanhou de perto a pulsão do dia-a-dia que, ciclicamente, tem lugar na Terra Fria Transmontana, numa paisagem exuberante de soutos a perder de vista. Cada imagem é, assim, uma evocação autêntica, factual e honesta desta convivência direta e afetiva, feita de gente anónima, de rostos e gestos, de lugares e atmosferas, de conversas e de refeições improvisadas, de cenas de trabalho.


Como em tantas séries anteriores, a figura humana é aqui protagonista, mesmo quando, na sua ausência, se adivinha plasmada nas marcas deixadas na paisagem, também ela profundamente humanizada. De corpos curvados, homens, mulheres e crianças, famílias inteiras, entregam-se, entre o cansaço dos gestos e das posturas repetidas, à minúcia da tarefa, que é hoje a fonte de maior rendimento de muitos transmontanos.

Capazes de atestar, enquanto textos visuais, o fascínio que sobre ele exercem os acontecimentos banais ou os pequenos nadas quotidianos, as imagens de Dussaud sempre reivindicaram uma visão positiva e poética da realidade. E ainda que nelas se cruzem o documental e o artístico, cada fotografia é, sem artifícios, uma celebração da vida”.

Comissário: Jorge da Costa
Produção: Câmara Municipal de Bragança
Quando: 1 de novembro de 2014 e 26 de abril de 2015
Onde: Centro de Fotografia Georges Dussaud

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