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Hélio Bernardo Lopes |
Esta realidade acompanha, estreitamente em paralelo, o designado caso da tragédia do Meco. Pelo inóspito da situação, pela envolvente cultural e pela quase ausência de uma explicação capaz e convincente do que possa ter tido lugar, a recente decisão do Ministério Público, determinando o arquivamento do processo, nunca colheu o assentimento da generalidade dos portugueses que acompanham este estranho caso.
Por sorte, a TVI dispõe de Ana Leal, uma jornalista de investigação já muito consagrada e uma profissional muito rara em Portugal no domínio do jornalismo de investigação. De um modo também reconhecidamente unânime, o trabalho de Ana Leal e da TVI mereceu sempre o pleno apoio dos que seguem este caso com atenção e com paixão.
Mas as famílias não se conformaram, dispondo também de mais informação, colhida por via de conversas correntes, e, através do respetivo advogado – tem feito um trabalho notável –, solicitaram a reabertura do processo, o que foi deferido pelo juiz de instrução criminal com competência para tal. De igual modo, solicitaram algumas iniciativas novas, mas por igual o melhoramento de outras já vindas de trás, bem como uma reapreciação de alguns factos presentes no processo. Veremos aonde se chegará.
Um dado é certo: a enorme maioria dos portugueses atentos a este caso não se vê esclarecida pelas conclusões tiradas até à fase de arquivamento. Um sentimento que é fortemente potenciado pela má imagem que acabou por atingir o Sistema de Justiça, bem como a generalidade das instituições do País.
Por fim, uma palavra de parabéns à TVI 24, e de novo a Ana Leal – e a Pedro Pinto, como é evidente –, pelo excelente programa que nos foi trazido nesta passada quarta-feira. Só foi pena o excesso de intervenção dos dois causídicos presentes, certamente muito sabedores, mas usando demasiadamente o papel de cardeais do Diabo.