A obra de Arlindo Silva (Figueira da Foz, 1974) faz-se no exercício contínuo da desconstrução de instantes e cenas banais apropriadas às mais diversas situações da sua vivência pessoal e afetiva, transferidas, num virtuoso exercício pictórico, da fotografia para a pintura.
Os protagonistas da sua iconografia, em muitos casos presenças assíduas, pertencem ao círculo de amigos e familiares, que fazem da sua obra uma pintura de cumplicidades, onde as personagens representam, sem filtros ou poses calculadas, os mesmos papéis que têm na vida real.
A narrativa apresenta-se fragmentada e neste mosaico de imagens, retratos de uma comunidade que celebra a amizade e a vida, os ambientes informais e boémios contrastam com outros de grande serenidade e intimidade, onde corpos, sem movimento, se abandonam ao prazer da água.
É da fotografia ocasional que Arlindo Silva retira os indicadores dos temas que pinta, mas a passagem de um plano para o outro é sintomática de um processo meticuloso e paciente, onde cada detalhe é trabalhado, corrigindo ou enfatizando até à sua revelação definitiva, até à criação da sua verdade.
Onde: Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
Quando: De 3ª a Dom às 10:00 e 14:00 - De 5 de julho a 5 de outubro
Rua Abílio Beça, 150
5300-011 BRAGANÇA
