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| Hélio Bernardo Lopes |
Nos termos da notícia, essa equipa, liderada pelo procurador Rosário Teixeira, terá uma estrutura multidisciplinar e especializada, e irá analisar o caso BES/GES ao pormenor, a fim de apurar responsabilidades sobre o colapso de toda aquela realidade financeira.
A referida equipa multidisciplinar terá elementos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, da Polícia Judiciária, da Autoridade Tributária, do Banco de Portugal e da Comissão de Mercado e Valores Mobiliários, admitindo-se já que a investigação se venha a mostrar complexa e morosa, dada a ampla dimensão internacional do GES. A realidade, porém, é que ninguém acredita que sobrevenham resultados capazes. Ainda hoje, de realmente capaz, nada surgiu ao redor das restantes realidades deste tipo. Mas cá estaremos para ver no que mais este caso irá dar.
Tudo isto teve lugar ao redor da presença da eurodeputada Ana Gomes na comissão parlamentar que está a tratar do caso dos submarinos. Pouco se avançou no esclarecimento de quanto esteve em jogo neste caso, esceto no facto de Ana Gomes ter referido o imperativo – coisa evidente! – da presença de Durão Barroso nesta comissão de inquérito, mas que foi inviabilizada pelos deputados da atual maioria.
E foi interessante ouvir a mais que certa resposta de Ana Gomes a uma pergunta de Cecília Meireles: se soubesse de algo sobre alguém do PS diria ali o que sabia. De quanto vi e ouvi até hoje à eurodeputada, não duvido minimamente de que a sua atitude fosse essa mesma.
Um dado parece ser, mais uma vez, evidente: nada irá ser apurado. Uma vigarice entre alemães e gregos foi levantada e surgiram condenados nos dois países. No caso dos submarinos portugueses, o crime é conhecido, foram conseguidas condenações na Alemanha, mas nada se consegue provar em Portugal. É um silogismo muito elementar, mas também bastante significativo do valor das análises sobre irregularidades a muito alto nível.
Vamos, pois, esperar pelos resultados finais destes dois casos, como também pelos dos restantes, que ainda não tiveram o seu epílogo. Ou será que a recente balbúrdia na transferência de processos, inerente à implementação do novo mapa judiciário, irá levar ao desaparecimento de muitas peças processuais essenciais, ou à prescrição de muitos destes casos? Vamos esperar.
