Ai que bonito!

Hélio Bernardo Lopes
Escreve diariamente
Dentro de quanto sei sobre Adolfo Hitler, e acerca de muitos dos criminosos dirigentes alemães que conduziram boa parte do Mundo à guerra, eles gostavam muito de crianças, eram gente simpática com a família, e os amigos de sempre nunca nada lhes terão encontrado de estranho ou de mal.

Simplesmente, uma coisa são estas caraterísticas daqueles criminosos alemães, outra o que eles depois fizeram a milhões de pessoas, com a guerra e a correspondente destruição que fizeram surgir em todo o espaço europeu. E não só.

Como é evidente, no julgamento que depois teve lugar em Nuremberga eles foram acusados em função dos crimes cometidos, embora os respetivos defensores até pudessem apresentar em sua defesa aquelas boas caraterísticas pessoais atrás citadas. Provavelmente, ser-lhes-ia tirada a palavra, para lá de até conseguirem causar alguma graça durante uma qualquer sessão do julgamento.

Fui buscar estes factos por via do que está agora a ter lugar com o caso GES/BES, embora se perceba que não existe um infinitésimo de ligação entre os dirigentes nazis e os do ex-GES/BES. Mas o que quero aqui reter é o problema da forma, tal como aconteceu quando a Alemanha assinou a rendição incondicional, com aquela infeliz formalidade da bandeira em Portugal.

Ora, perante quanto está agora em jogo, foi com espanto e com graça – sobretudo com graça – que li as considerações de Carlos Silva, líder da UGT, a propósito de Ricardo Espírito Santo Salgado, referindo que a situação de crise vivida no banco e os crimes de que é acusado Ricardo Salgado não alteram o respeito que nutre pelo banqueiro e que a justiça deve ser célere na resolução do problema.

Haverá de compreender-se a graça causada por tais considerações, porque se a realidade vivida no interior do GES/BES fosse a inversa, mas não existisse nenhum problema como o criado, e sobre que se referiu Carlos Costa na noite de domingo, também não seriam as então más relações entre Ricardo e os trabalhadores que o colocariam num qualquer pelourinho.

Aqui, o engraçado é vir tentar apagar-se um incêndio como o do Chiado com bisnagas de água usadas no Carnaval. Mas o que tem a boa relação institucional de Ricardo com os trabalhares do GES/BES a ver com o que está aqui em jogo? Ou o que disseram já Carlos Tavares e Carlos Costa corresponde à realidade, ou não. Embora tenha de existir uma explicação para se ter chegado ao atual estado de coisas, em que os portugueses, como Carlos Silva certamente perceberá, ter uma probabilidade muito elevada de pagar boa parte de tudo sito, desde que tal se imponha...

Simplesmente, Carlos Silva vai ainda mais longe, porque conseguiu regozijar-se com o facto do atual Governo garantir que os postos de trabalho estão assegurados. Mas então o Novo Banco, o ex-BES/GES, não vão nunca mais poder despedir trabalhadores?! É inacreditável! E o que representa hoje uma garantia do atual Governo? Não é verdade que ele garantiu que a diminuição das pensões era transitória e já agora é definitiva?

Por fim, um texto que por aí corre do académico Carlos Paz. O texto constitui, como nos é dito com clareza, uma historinha para meninos pequeninos, mas acho que vale a pena ser lido por cada um dos portugueses. Ainda é melhor, em termos de ginástica mental, que a própria Matemática. Além do mais, ajuda a desenvolver a criatividade, uma vez que coloca um conjunto de cenários de natureza social que, se bem aproveitados, podem, ser fonte de uma pipa de dinheiro, expressão técnica lançada há pouco no Mundo.

Depois de ter lido as anteriores considerações de Carlos Silva, em pleno desenrolar desta crise do GES/BES, o que logo me surgiu ao pensamento foi esta ideia: ai que bonito!

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