![]() |
Hélio Bernardo Lopes Escreve diariamente |
Quando escrevo este texto, há já umas quantas conclusões que podem tirar-se: a atual situação é muitíssimo singular e com uma dimensão ainda longe de realmente compreendida; o Sistema de Justiça praticamente não aparece; quem sai, nos termos do noticiado, fá-lo-á com uma quase inimaginável prebenda; e, por fim, o caso parece começar a internacionalizar-se.
Num ápice, a luta fratricida no seio do PS, para mais depois de duas vitórias eleitorais e com uma terceira no horizonte, quase desapareceu dos noticiários e da gargalhada geral nas convivências correntes, Um novo tema surgiu, num certo sentido já conhecido, mas imensamente mais preocupante...
De tudo isto, porém, o mais interessante para mim é o completo desinteresse dos portugueses por tudo o que vai tendo lugar no País, percebendo-se já que uma nova tragédia poderá vir a abater-se sobre a generalidade de nós todos. Nas convivências correntes a reação é agora de um sorriso amarelado, com cada um com a certeza de que se algo vier a dar-se de grave será para a generalidade dos portugueses e não para os fautores do desastre económico-financeiro para que fomos atirados.
É bom que o leitor recorde as excelentes lições de falsa moral que esta rapaziada dos jogos financeiros procurava dar a cada um de nós: teríamos vivido acima das nossas possibilidades... A gestão pública era péssima, consentindo todo o tipo de abusos, ao contrário da privada, onde a excelência e a boa governação eram a regra.
Pois, caro leitor, está aí, de novo e a um altíssimo grau, a resposta a tais considerações. E que é feito da Justiça? Será imaginável que nos países onde ainda está presente, com alguma força, o Estado de Direito Democrático, as coisas continuassem a desenrolar-se como por cá se vai vendo? Claro que não! E sabe o leitor o que lhe digo? Pois, que começa a faltar o espanto!