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Grávidas e crianças as mais afectadas na saúde pela crise na Europa |
Na melhor das hipóteses, apenas uma em cada duas crianças foi vacinada contra o tétano, hepatite B, sarampo ou tosse convulsa. Em alguns países, esta taxa ficou abaixo dos 30% - bastante abaixo da taxa de cobertura da população em geral, a qual é de cerca de 90%.
76% dos inquiridos relataram ter vivido pelo menos um incidente de violência. Cerca de 20% desta violência aconteceu na Europa. A crise económica e as medidas de austeridade tomadas pelos governos estão a ter efeitos graves e duradouros na saúde das pessoas. Os migrantes indocumentados, os requerentes de asilo, os utilizadores de drogas, os trabalhadores do sexo, os pobres e os mais desfavorecidos – grupos já muito vulneráveis antes da crise – estão a ser duramente atingidos pela redução, ou até pela anulação total, dos sistemas e redes que lhes proporcionavam a assistência essencial.
Em Espanha, por exemplo, o Decreto-lei Real de 16/2012 impede o acesso dos migrantes adultos indocumentados ao sistema mas defende que grávidas e crianças devem continuar a ter acesso incondicional a cuidados de saúde. No entanto, as equipas da MdM Espanha registaram muitos casos de mulheres grávidas e crianças com barreiras a estes cuidados.
A crescente precariedade da saúde dos doentes mais desfavorecidos que tem vindo a ser observada pelos centros da MdM em toda a Europa é uma causa grave de preocupação. Enquanto as mulheres e crianças deveriam receber uma protecção especial devido à sua elevada vulnerabilidade, o relatório demonstra que estas são mais afectadas pela crise do que qualquer outro sector da população. De facto, em muitos países, as grávidas sem seguro de saúde têm de suportar todos os custos relacionados com os cuidados pré-natais e o parto. Os obstáculos financeiros e legais estão também a excluir um número crescente de crianças do acesso a cuidados de saúde, incluindo a vacinação.
Estas desigualdades estão a destruir a fundação social da solidariedade na Europa e devem ser revertidas.
A Médicos do Mundo apela para que os sistemas de saúde nacionais sejam universais, baseados na solidariedade e justiça, e abertos a todos os que vivem na UE. É indispensável que todas as crianças e grávidas tenham assegurado o imediato acesso a cuidados de saúde em toda a Europa.
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Assista aos vídeos sobre o acesso a cuidados de saúde na Europa:
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