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Hélio Bernardo Lopes Escreve diariamente |
Num ápice, com as eleições europeias à vista e os resultados a preverem-se fracos, surgiram um deputado do PSD e um candidato a eurodeputado do CDS/PP a exigir respostas, a níveis diversos, ao redor das palavras de Durão Barroso. Tenho curiosidade em saber se o Banco de Portugal se virá agora a pronunciar sobre estas dúvidas dos dois deputados.
A iniciativa, porém, foi de uma extrema infelicidade, porque de pronto surgiram a terreiro personalidades diversas que passaram pelo Banco de Portugal, como José Silva Lopes, Miguel Beleza, Teodora Cardoso, Artur Santos Silva e Rui Vilar, defendendo a atuação de Constâncio. Além do mais, este teve até o apoio público e encomiástico do Presidente Cavaco Silva quando se discutia a sua possível entrada para o Banco Central Europeu, onde acabou mesmo por vir a ocupar a área da supervisão bancária.
Dou aqui de barato o facto de se mostrar completamente silenciosa a nossa direita ao redor dos potenciais criminosos do BPN, mas há um dado sobre que pude já escrever e que nunca vi ninguém desta área a dar-se por preocupado, pretendendo ser esclarecido: as declarações de Luís Filipe Menezes, já bem depois da sua passagem pela liderança do PSD, segundo as quais houve companheiros seus que chegaram a ameaçá-lo de morte. Não sendo penalista, eu creio que a ameaça de morte é um crime grave, mas talvez, porventura, particular.
Perante tudo isto, volto a perguntar o que os tais deputados talvez nunca tenham perguntado: quem foi que ameaçou Luís Filipe Menezes de morte e porquê? Só porque pretenderia vir a exigir uma auditoria ao Banco de Portugal em torno do caso do BPN? Mas que mal teria isso? Se tudo foi operado dentro da normalidade, como agora nos é dito em cacharolete, porquê as tais ameaças de morte? Haverá de compreender-se que é estranho, como estranho é que nunca ninguém se tenha preocupado com tal realidade.
Deixo, pois, ao tal deputado do PSD e a Nuno Melo esta pergunta: porque não procuram clarificar esta realidade das ameaças de morte a Luís Filipe Menezes? Porque o que o ponteiro eleitoral agora nos indica são mais dois tiros no pé da coligação eleitoral.