Estudo do FMI diz que os ricos foram os mais prejudicados com a crise!

Eugénio Rosa
Face às criticas generalizadas que a politica de austeridade imposta a Portugal estava a agravar as desigualdades, em Jan.2014, o FMI produziu um estudo - “FISCAL POLICY AND INCOME INEQUALITY”- muito divulgado nos media portugueses (o que não aconteceu com o que se apresenta mais à frente) onde procura provar o contrário (dele retiramos o gráfico 1-pág. 47).

Segundo o FMI, as “medidas de consolidação fiscal”, ou seja, a politica de austeridade determinaram, em Portugal, no periodo 2008-2012, uma redução de 5,5% no rendimento disponivel das classes “inferiores” (bottom), ou seja, de baixos rendimentos, e uma diminuição de 10% no rendimento disponivel das classes ”superiores” (Top), ou seja, dos ricos.

No entanto, as conclusões do estudo do FMI são desmentidas por um outro estudo realizado por uma entidade europeia independente (o FMI é parte interessada nesta politica) - o Institute for Social and Economic Research da University of Essex da Inglaterra - com o título “The distributional effects of austerity mesures: a comparison of six EU countries” divulgado em Dez.2011, sobre os efeitos da politica de austeridade em seis países europeus – Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, Portugal e Inglaterra – que conclui que em Portugal a politica de austeridade tem atingindo mais as classes de baixos rendimentos, e muito menos os ricos. Desse estudo (pág. 25) retiramos o gráfico 2 que é bastante esclarecedor.

Segundo este estudo (no gráfico 2, a linha a roxo corresponde a Portugal), no nosso país,a política de austeridade determinou uma redução de 6% no rendimento disponível dos mais pobres e apenas uma diminuição de 3% no rendimento dos mais ricos. E isto foi até 2011, e as politicas mais violentas e injustas de austeridade tiveram lugar a partir daquele ano.

Mas uma anlise concreta da natureza das principais medidas impostas ao país pela “troika” e pelo governo PSD/CDS mostra também a falta de credibilidade das conclusões do estudo do FMI que visa no fundo manipular a opinião pública para tornar esta politica mais aceitável por ela. É o que se vai procurar fazer utilizando, para isso, a linguagem fria dos números oficiais.

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Eugénio Rosa


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