É preocupante a possibilidade de desclassificação da região vinhateira do Douro como Património da Humanidade, enquanto paisagem construída, cultural Evolutiva e Viva. Mas essa poderá ser uma realidade em curto espaço de tempo se não forem tomadas medidas tendentes à interrupção imediata da construção da barragem do Tua.
Recorde-se que a região do Douro foi uma das zonas turísticas que mais cresceu em Portugal, tendo-se vericado um aumento significativamente do número de turistas que visitam o vale vinhateiro a partir de embarcações que sobem o curso fluvial deste o Porto até Barca d’Alva.
Dados relativos a 2009 permitem constatar que nesse ano a região recebeu cerca de 21 por cento de turistas a mais relativamente a anos anteriores, o que muito se deverá ao impacto crescente que a “figura” da classificação tem nos mercados turísticos internacionais.
Mais de 184 mil visitantes subiram o rio Douro em 2009, constatando-se que a proveniência de quem nos visita é tão variada quanto a do planeta.
Apesar de ser visível uma incapacidade organizativa a nível local para exponenciar economicamente esta mais valia turística, o certo é que a classificação teve e ainda tem um impacto crescente no estrangeiro, levando o Douro em particular, e o país em geral, ao conhecimento de milhões de pessoas em todo o mundo.
Mas agora este processo crescente de projecção da imagem duriense no mundo pode ser travada devido ao impacto negativo e irreversível da construção da barragem do Tua, facto que pode levar a UNESCO a retirar a classificação de património mundial .
Os avisos e preocupações da UNESCO estão patentes num relatório difundido hoje pelos órgãos de comunicação social. A Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património ligada à UNESCO, realizou em Abril uma visita ao local e elaborou, a pedido do Governo português, um relatório sobre as consequências da construção da barragem.
Nesse relatório, concluído no final de Junho e remetido ao governo português em Agosto, a Icomos aponta os impactos negativos graves da construção do empreendimento e sublinha que o Estado português não adoptou todos os procedimentos a que está obrigado perante a UNESCO no processo de análise e aprovação do projecto da barragem.
Na sequência das notícias difundidas ontem, a Quercus pediu ao Governo que pondere o que é mais importante para o país, o Douro como património mundial ou a barragem do Tua. "Esperamos que o Governo procure pesar o que é mais importante para o desenvolvimento do país: se uma barragem ou se a classificação de património mundial da Região do Douro, até em termos de impacto turísticos", disse à Lusa a membro da associação ambientalista Quercus Susana Fonseca.
De acordo com o relatório elaborado pela Icomos, a construção da barragem terá "um impacto irreversível e ameaça o valor excepcional universal, que é o fundamento da classificação da UNESCO".
Francisco José Viegas, secretário de estado da cultura, disse numa entrevista ao Jornal da Tarde da SIC que se tivessem sido levados em conta os pareceres de dois organismos da actual Secretaria de Estado que tutela (IGESPAR E DRCN) a barragem não teria sido construída, uma vez que está bem patente nos documentos produzidos pelos técnicos desses organismos, aquando da discussão da Declaração de Impacto Ambiental, do enorme risco que era para a paisagem protegida a construção de uma barragem naquele local. Viegas atira para o anterior executivo as responsabilidades desta decisão, mas não se pronunciou relativamente à hipótese de ser agora parada a obra.
Quem continua a mostrar-se optimista é a EDP que anunciou já a contratação do arquitecto Souto de Moura “para conseguir a melhor solução possível e para que a barragem venha a constituir um valor acrescentado para o local “. A EDP diz que a obra vai continuar e que está a reformular o projecto da central eléctrica para enquadrar o paredão da barragem no Douro Vinhateiro Património da Humanidade e criar mais um motivo de atracão e valorização daquele espaço.
Segundo fontes ligadas aos movimentos ambientalistas, a concretização plena do Programa Nacional de Barragens, onde se inclui a barragem de Foz-Tua, irá implicar no futuro um acréscimo de pelo menos 10% na factura da electricidade, sem qualquer benefício para a generalidade dos cidadãos.
Em termos reais, o país só ganhará um acréscimo de 0,5% de produção energética, correspondendo Foz Tua a apenas 0,1%.
Em contrapartida, dizem alguns analistas e movimentos de ambientalistas, “a construção da barragem de Foz Tua terá consequências sociais graves e contribuirá para o despovoamento da região, já empobrecida, do Vale do Tua, sendo apenas certo um impacto ambiental tremendo e a destruição de valores com um potencial turístico e patrimonial inestimável, como o Vale e a linha do Tua”.
Recorde-se que a região do Douro foi uma das zonas turísticas que mais cresceu em Portugal, tendo-se vericado um aumento significativamente do número de turistas que visitam o vale vinhateiro a partir de embarcações que sobem o curso fluvial deste o Porto até Barca d’Alva.
Dados relativos a 2009 permitem constatar que nesse ano a região recebeu cerca de 21 por cento de turistas a mais relativamente a anos anteriores, o que muito se deverá ao impacto crescente que a “figura” da classificação tem nos mercados turísticos internacionais.
Mais de 184 mil visitantes subiram o rio Douro em 2009, constatando-se que a proveniência de quem nos visita é tão variada quanto a do planeta.
Apesar de ser visível uma incapacidade organizativa a nível local para exponenciar economicamente esta mais valia turística, o certo é que a classificação teve e ainda tem um impacto crescente no estrangeiro, levando o Douro em particular, e o país em geral, ao conhecimento de milhões de pessoas em todo o mundo.
Mas agora este processo crescente de projecção da imagem duriense no mundo pode ser travada devido ao impacto negativo e irreversível da construção da barragem do Tua, facto que pode levar a UNESCO a retirar a classificação de património mundial .
Os avisos e preocupações da UNESCO estão patentes num relatório difundido hoje pelos órgãos de comunicação social. A Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património ligada à UNESCO, realizou em Abril uma visita ao local e elaborou, a pedido do Governo português, um relatório sobre as consequências da construção da barragem.
Nesse relatório, concluído no final de Junho e remetido ao governo português em Agosto, a Icomos aponta os impactos negativos graves da construção do empreendimento e sublinha que o Estado português não adoptou todos os procedimentos a que está obrigado perante a UNESCO no processo de análise e aprovação do projecto da barragem.
Na sequência das notícias difundidas ontem, a Quercus pediu ao Governo que pondere o que é mais importante para o país, o Douro como património mundial ou a barragem do Tua. "Esperamos que o Governo procure pesar o que é mais importante para o desenvolvimento do país: se uma barragem ou se a classificação de património mundial da Região do Douro, até em termos de impacto turísticos", disse à Lusa a membro da associação ambientalista Quercus Susana Fonseca.
De acordo com o relatório elaborado pela Icomos, a construção da barragem terá "um impacto irreversível e ameaça o valor excepcional universal, que é o fundamento da classificação da UNESCO".
Francisco José Viegas, secretário de estado da cultura, disse numa entrevista ao Jornal da Tarde da SIC que se tivessem sido levados em conta os pareceres de dois organismos da actual Secretaria de Estado que tutela (IGESPAR E DRCN) a barragem não teria sido construída, uma vez que está bem patente nos documentos produzidos pelos técnicos desses organismos, aquando da discussão da Declaração de Impacto Ambiental, do enorme risco que era para a paisagem protegida a construção de uma barragem naquele local. Viegas atira para o anterior executivo as responsabilidades desta decisão, mas não se pronunciou relativamente à hipótese de ser agora parada a obra.
Quem continua a mostrar-se optimista é a EDP que anunciou já a contratação do arquitecto Souto de Moura “para conseguir a melhor solução possível e para que a barragem venha a constituir um valor acrescentado para o local “. A EDP diz que a obra vai continuar e que está a reformular o projecto da central eléctrica para enquadrar o paredão da barragem no Douro Vinhateiro Património da Humanidade e criar mais um motivo de atracão e valorização daquele espaço.
Segundo fontes ligadas aos movimentos ambientalistas, a concretização plena do Programa Nacional de Barragens, onde se inclui a barragem de Foz-Tua, irá implicar no futuro um acréscimo de pelo menos 10% na factura da electricidade, sem qualquer benefício para a generalidade dos cidadãos.
Em termos reais, o país só ganhará um acréscimo de 0,5% de produção energética, correspondendo Foz Tua a apenas 0,1%.
Em contrapartida, dizem alguns analistas e movimentos de ambientalistas, “a construção da barragem de Foz Tua terá consequências sociais graves e contribuirá para o despovoamento da região, já empobrecida, do Vale do Tua, sendo apenas certo um impacto ambiental tremendo e a destruição de valores com um potencial turístico e patrimonial inestimável, como o Vale e a linha do Tua”.