“Mogadouro 1509 – Duarte de Armas descodificado”

Esta obra surgiu de um projecto ambicioso mas concretizado pelo Eng.º Manuel Duarte Ferreira, tendo demorado cerca de duas décadas a realizar.

Livro recria Mogadouro quinhentista em 3D

Manuel Duarte Ferreira é natural de Mogadouro, concluiu a licenciatura de engenharia mecânica no Instituto Superior Técnico nos inícios do anos setenta e depois exerceu a sua actividade profissional no Gabinete de Planeamento do Ministério da Obras Públicas, no Ministério do Equipamento Social e Ambiente e no Ministério da Habitação.

Posteriormente regressou à sua terra natal onde iniciou o projecto de recriação tridimensional da antiga fortaleza e do burgo de Mogadouro.

O ponto de partida foi o livro quinhentista de Duarte de Armas, intitulado “Livro das Fortalezas”, onde o castelo de Mogadouro surge representado em 1509 através de dois desenhos que simultaneamente caracterizam e testemunham duas perspectivas, ou dois olhares de diferentes pontos cardeais, sobre a implantação da antiga estrutura castelar.

O trabalho de Manuel Duarte Ferreira recorre à mais avançada tecnologia de representação tridimensional pretendendo, em síntese, compilar neste livro « a interpretação minuciosa das vistas panorâmicas de Mogadouro, desenhadas há quinhentos anos por Duarte de Armas».

Esta análise e tratamento informático «permitiu gerar uma maqueta virtual que capta e desenvolve a imagem tridimensional do antigo povoado e da sua fortaleza, nos alvores do século XVI».

«A abordagem utilizada por este estudo abre novas perspectivas de leitura sobre o admirável “Livro das Fortalezas”, no pressuposto de que o autor utilizou um processo técnico similar para elaborar os desenhos das demais fortalezas raianas que integram o códice quinhentista», lê-se na contracapa desta obra que foi apresentada publicamente na Casa da Cultura de Mogadouro.

“Mogadouro 1509 – Duarte de Armas descodificado” está organizado em dois capítulos fundamentais – a Fortaleza e o Povoado – expondo-se em cada um deles as técnicas, a documentação gráfica, as fotografias, as interpretações do autor e as metodologias que subjazem à elaboração das imagens tridimensionais que aqui são apresentadas de forma bastante inovadora.

«Já vários outros castelos foram objecto de análises detalhadas, apoiando-se nos dados de Duarte de Armas (Castelo de Vide, Terena, etc). Mas nenhum foi tão longe quanto o estudo de Mogadouro que agora se publica», escreve no prefácio a esta obra  Mário Barroca, professor especialista em Arqueologia e História Medieval da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.