“Pare, escute, olhe” estreia na SIC a 16 de Abril

O documentário “Pare, Escute, Olhe”, já tem estreia marcada na SIC Televisão (co-produtora do filme). Adaptado a uma versão de 55 minutos, o documentário será exibido no dia 16 de Abril, depois da novela Laços de Sangue. O filme narra tudo o que envolveu uma decisão política que encerrou metade da centenária linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. Quinze anos depois, o apito do comboio apenas ecoa na memória dos transmontanos.

Do documentário "Pare, Escute, Olhe"
A sentença amputou o rumo de desenvolvimento e acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal, tornando-o no país mais centralista da Europa Ocidental.

Os velhos resistem nas aldeias quase desertificadas, sem crianças. A falta de emprego e vida na terra leva os jovens que restam a procurar oportunidades noutras fronteiras. Agora, o comboio que ainda serpenteia por entre fragas do idílico vale do Tua é ameaçado por uma barragem que inundará aquela que é considerada uma das três mais belas linhas ferroviárias da Europa.

“Pare, Escute, Olhe” é uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzida pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessas incumpridas dos que juraram defender a terra. Esses partiram com o comboio, impunes. O povo ficou, isolado, no único distrito do país sem um único quilómetro de auto-estrada.

Pare, Escute, Olhe estreou no DOCLISBOA 09 – o principal festival de documentário em Portugal -, e venceu os três prémios da competição nacional, incluindo o de Melhor Documentário Português e Melhor Montagem. No mesmo dia, o documentário arrebatou também os três principais prémios no CINE ECO – Festival de Cinema e Ambiente de Seia, entre os quais Prémio Ambiente e Prémio Lusofonia. Em Novembro passado recebeu o Prémio para Melhor Documentário nos Caminhos do Cinema Português.

No circuito comercial, esteve em exibição nos Cinema Lusomundo (Amoreiras, Parque Nascente, Coimbra, Torres Vedras, Aveiro, Vila Real), no Cinema City Alvalade, cine-teatros e cineclubes do país. Segundo notícia da Lusa (19/07), foi um dos filmes portugueses mais vistos no primeiro semestre de 2010. Calcula-se que até ao momento, quer no circuito comercial e fora dele, perto de seis mil pessoas viram o filme.

Desde Dezembro está à venda o DVD do documentário “Pare, Escute, Olhe” -, uma edição dupla, com mais de duas horas de extras. Face ao acesso a material antigo, bem como muitas das estórias que não tiveram lugar nos 102 minutos de documentário, o realizador Jorge Pelicano optou por partilhar: “temos material único, espólio vivo dos tempos áureos da linha do Tua, que considero importante imortalizar pelo seu valor, sentido histórico e memória futura. Era importante também não deixar na gaveta estórias e personagens fantásticos, o exemplo suíço e uma parte dedicada às pessoas e organizações que lutam pela defesa do património do Vale do Tua”. Nos extras do DVD é editada também a banda sonora original com assinatura de Manuel Faria e Frankie Chavez.

O que se diz…
“Pare, Escute, Olhe (seis prémios no DocLisboa e no Festival de Seia) é um retrato, cheio de humor, cinema, pormenores, música e silêncios, de um Portugal “aprofundado” por políticas desastradas de (des)ordenamento do território. A mostrar com que entrelinhas se cosem estes caminhos-de-ferro…” Ana Margarida de Carvalho, Revista Visão, 5 NOV 09.

“Pelicano sustenta que ‘aquele património não é só das pessoas que vivem lá, é de todos os portugueses e acho que se há alternativas para buscar outras energias, temos que ir por essas alternativas, porque o progresso não é só destruição’”. Diário As Beiras, 26 OUT 09.

“Alguém se deu ao trabalho de ver até que ponto o filme tem ritmo, fala de histórias humanas e universais, até que ponto a montagem é boa, poderosa, ao serviço de uma causa verdadeira, universal?… Que felicidade quando uma história nos é bem contada!”. Guy Knafo, 10 Francs (empresa de destribuição cinematográfica) In Ípsilon, suplemento do Jornal Público.

FICHA TÉCNICA
Direcção Fotografia, Edição e Realização Jorge Pelicano | Assistente Realização Rosa Teixeira Da Silva | Pesquisa e Desenvolvimento Jorge Pelicano | Rosa Teixeira Da Silva Música Original Manuel Faria, Frankie Chavez, Francisco Faria Produção Costa do Castelo Filmes Produtor Paulo Trancoso Captação de Ambientes Filipe Tavares, Joaquim Pinto Mistura e Edição de Som Toni Lourenço Arquivo Ferroviário Joaquim Mendes, Bob Docherty, Fernando Nunes, Marco Prata | Co-Produção Sic Televisão Apoio Financeiro FICA.

Fonte: CM Mirandela

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