É no norte que mais se poupa

O Observador Cetelem analisou no final de 2009 o comportamento dos consumidores europeus estabelecendo um paralelismo entre um antes e um pós crise. Já em 2010, findo o período marcado por alguma instabilidade económica, a questão que se coloca é como vão os portugueses reagir. Esta é uma das questões que o Observador procura responder através da análise do comportamento financeiro dos Portugueses para os próximos meses.

Se já em 2009 os portugueses revelavam que as intenções de poupança eram superiores às intenções de consumo, agora mais certezas existem sobre a necessidade de melhor gerir o orçamento pessoal.

O sentimento de incerteza em relação ao futuro apoderou-se dos portugueses que continuam a revelar uma maior tendência para a contenção de custos, ainda que seja mais visível a vontade de diminuir as despesas (-21%) do que a de aumentar as poupanças (2%). Na realidade, os portugueses retraem-se na hora de consumir ainda que com reduzidas perspectivas de poupança em relação ao ano anterior.

Avaliadas as intenções de consumo em Portugal percebe-se que é na região Norte que os Portugueses revelam ter uma maior preocupação com as suas despesas. Em regiões como Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Vila Real e Bragança a intenção de aumentar as despesas nos próximos meses é menos acentuada, não ultrapassando os 8%. Em contrapartida é no Sul e no Centro que cerca de 28% que os inquiridos se mostram mais predispostos a aumentar as despesas.
Quando confrontados com a possibilidade de contenção de custos, é no Norte que essa vontade está mais visível com 58% dos inquiridos a preverem uma gestão orçamental baseada na poupança. A Centro e Sul do país o número de inquiridos dispostos a aumentar as poupanças situa-se nos 34% e 42% respectivamente.

Homens e mulheres possuem formas distintas de gerir o orçamento. Ainda que ambos revelem a intenção de manter o nível de despesas (20%), são os homens quem mais se preocupam em aumentar as poupanças.

Quando analisada a classe etária dos consumidores é visível a diferença geracional no que toca à relação despesa versus poupança. São as classes mais etárias a partir dos 35 anos em que a tendência para a poupança é mais acentuada. Os jovens ainda que demonstrem intenção de poupar, são eles que continuam a revelar maior vontade de consumir.

Em relação à classe social todas elas são unânimes no que se refere às poupanças. Poder-se-á dizer que o poder de compra não é factor preponderante para que surjam diferentes perspectivas no que se refere à intenção de aumentar as poupanças. No entanto são as classes mais desfavorecidas que menos perspectivas possuem de aumentar as despesas.

O Grupo BNP Paribas Personal Finance acompanha há mais de 50 anos o desenvolvimento do consumo e das cadeias da distribuição no mundo. Em 1989, lançou, em França, uma publicação anual - o Observador Cetelem - cujos estudos sobre o consumo, a distribuição e o crédito, são fontes de informação e de reflexão ao dispor de todos os actores do mercado. A primeira edição portuguesa foi divulgada em 2000. O Observador Cetelem está presente em vários países: Brasil, Eslováquia, Espanha, França, Hungria, Itália, Portugal e República Checa.

Em Dezembro de 2009 é lançada a nona edição do Observador Cetelem com análises e previsões de consumo realizadas em Dezembro de 2009, em colaboração com o gabinete de estudos e consultadoria BIPE. Em meados de 2010 (23 a 25 de Agosto), numa fase marcada por um período economicamente instável, o Observador Cetelem procura perceber e antecipar quais os comportamento dos portugueses no que se refere às tendências de consumo versus poupança.

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