Mais do mesmo

Afinal, meu caríssimo leitor, o Presidente Cavaco Silva, depois de explicar o inútil, lá acabou por promulgar o famigerado diploma que institui o anti-natural (dito) casamento homossexual.

Quantos católicos convictos, seguidores do magistério da Igreja Católica, imaginariam um tal desfecho? E para mais, depois da visita de Bento XVI, com as considerações que se lhe ouviram sobre o tema? Bom, tenho dificuldade em estimar um valor para a correspondente percentagem, mas para mim, tenho de dizer a verdade, como é hábito meu, foi mais uma deceção da ação presidencial de Aníbal Cavaco Silva.

O argumento apresentado pelo Presidente da República, deitando mão de exemplos alheios, nunca colheu entre nós, e é, por isso, um argumento fraco. A ser aqui seguido um tal exemplo alheio, lá continuaria, como vai continuar, a tal designada situação fraturante, pela razão de que as posições sobre este tema, em Portugal, são incompatíveis entre si, não admitindo, digamos assim, uma terceira via: de um lado, estão os defensores do casamento tal como o mesmo foi sempre entendido pela lógica natural das coisas; do outro, os que entendem que tal ordem natural teria de ser mudada por em si mesma conter uma (falsa) discriminação.

Numa tal situação, o que a grande maioria dos portugueses esperava do Presidente Cavaco Silva, para lá da inutilidade final do ato, era uma atitude política que servisse para marcar um princípio de ordem moral que se sabe ser intrínseco à grande maioria dos portugueses.

Lamentavelmente, os portugueses acabaram por receber deste Presidente da República, e sobre este tema, uma espécie de apoio (prático) por outra via: diz que discorda, mas a verdade é que aprovou o diploma que lhe foi presente, e logo sobre uma questão tão fraturante. Ou seja: se a fratura existia, ela aí está bem vivinha…

A verdade, porém, é que existe o futuro. Um futuro que, naturalmente, acabará por gerar uma nova maioria, quase certamente em torno dos partidos que desta vez votaram contra o presente diploma. Ter-se-á, então, a oportunidade de perceber o real valor do que por aí se tem dito por parte dos defensores da presente aberração histórica. Muito sinceramente, depois de ver no que já vão as promessas de Pedro Passos Coelho e do PSD, bom, só com grande boa vontade poderia imaginar que o PSD e o CDS/PP – então já com cadeirões no poder…– se dessem ao trabalho de voltar a mudar o que ora entrou em vigor. De resto, terão mesmo um excelente argumento: ainda que se dizendo contrariado, até Cavaco Silva apoiou o famigerado (dito) casamento homossexual.

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