Estava eu em Almeida, entretido a dar algum avanço nos meus escritos de Matemática, e na correção de outros já feitos, quando surgiu, e por esse Mundo fora, o inenarrável escândalo da pedofilia no seio de paróquias e colégios católicos. Uma vergonha sem palavras para ser qualificada adequadamente.
Há que ter presente que estes casos, ora vindos a público, e que parecem não ter parança, tiveram o seu começo em tempos que levam já muitas décadas, pelo que nada têm que ver com o tempo que passa, a não ser por o mesmo contemplar uma ampla liberdade de expressão e de informar.
Ainda que de uma outra natureza, em todo o caso, com consequências humanas de extrema gravidade, basta recordar o que se passou em Québec, envolvendo, entre outras instituições, o Colégio da Divina Providência, num escândalo que creio não estar ainda juridicamente encerrado.
Do que nos é facultado pela inteligência e pelo conhecimento da vida, tudo aponta, nestes milhares de casos de pedofilia de padres, para um problema de natureza estrutural, resultante de um modo errado de encarar o posicionamento da Igreja Católica no Mundo, e perante as instituições, sejam nacionais ou internacionais.
Quando alguns prelados nos vêm comparar a baixa percentagem de casos passados no seio das instituições católicas face à ocorrida no seio das famílias, bom, trata-se de um exercício de prestidigitação numérica, porque a percentagem de padres face à de famílias, no Mundo, é infinitesimal: se existirem no Mundo um bilião de famílias, qual a percentagem de padres face a este universo...?
Por tudo isto, não vale a pena tentar iludir a realidade, e o que o Papa e a restante hierarquia da Igreja Católica devem fazer é expor toda a realidade ao Mundo, através, por exemplo, de um estudo global e explícito do problema, e pedir que as instituições competentes tomem as suas decisões. É, de um modo que penso não poder discutir-se, a melhor estratégia de defesa face ao que se passou e que poderá servir de base às essenciais mudanças drásticas que deverão ter lugar na estrutura da Igreja Católica.
Fugir a esta estratégia, embora sem consequências ao nível da fé, bom, é deixar tudo (quase) na mesma, à espera das mais que inevitáveis réplicas. Mas será a Igreja Católica capaz de mudar drasticamente esta realidade? Tenho dúvidas, aliás, dificilmente removíveis, para o que basta ver como por aí vão surgindo os que, por palavras e no jornal oficial do Vaticano, têm a desfaçatez de comparar o que chamam de ataques à Igreja com o anti-semitismo!! É preciso esperar para ver, mas lá que tenho dúvidas profundas, bom, isso tenho. E quem as não tem...?
Há que ter presente que estes casos, ora vindos a público, e que parecem não ter parança, tiveram o seu começo em tempos que levam já muitas décadas, pelo que nada têm que ver com o tempo que passa, a não ser por o mesmo contemplar uma ampla liberdade de expressão e de informar.
Ainda que de uma outra natureza, em todo o caso, com consequências humanas de extrema gravidade, basta recordar o que se passou em Québec, envolvendo, entre outras instituições, o Colégio da Divina Providência, num escândalo que creio não estar ainda juridicamente encerrado.
Do que nos é facultado pela inteligência e pelo conhecimento da vida, tudo aponta, nestes milhares de casos de pedofilia de padres, para um problema de natureza estrutural, resultante de um modo errado de encarar o posicionamento da Igreja Católica no Mundo, e perante as instituições, sejam nacionais ou internacionais.
Quando alguns prelados nos vêm comparar a baixa percentagem de casos passados no seio das instituições católicas face à ocorrida no seio das famílias, bom, trata-se de um exercício de prestidigitação numérica, porque a percentagem de padres face à de famílias, no Mundo, é infinitesimal: se existirem no Mundo um bilião de famílias, qual a percentagem de padres face a este universo...?
Por tudo isto, não vale a pena tentar iludir a realidade, e o que o Papa e a restante hierarquia da Igreja Católica devem fazer é expor toda a realidade ao Mundo, através, por exemplo, de um estudo global e explícito do problema, e pedir que as instituições competentes tomem as suas decisões. É, de um modo que penso não poder discutir-se, a melhor estratégia de defesa face ao que se passou e que poderá servir de base às essenciais mudanças drásticas que deverão ter lugar na estrutura da Igreja Católica.
Fugir a esta estratégia, embora sem consequências ao nível da fé, bom, é deixar tudo (quase) na mesma, à espera das mais que inevitáveis réplicas. Mas será a Igreja Católica capaz de mudar drasticamente esta realidade? Tenho dúvidas, aliás, dificilmente removíveis, para o que basta ver como por aí vão surgindo os que, por palavras e no jornal oficial do Vaticano, têm a desfaçatez de comparar o que chamam de ataques à Igreja com o anti-semitismo!! É preciso esperar para ver, mas lá que tenho dúvidas profundas, bom, isso tenho. E quem as não tem...?