A coragem e a falta dela

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1600515536917{margin-left: 26px !important;}"]A chegada de António Guterres às Nações Unidas, como se tem podido observar, quase nada resolveu. Sobretudo, naqueles domínios verdadeiramente importantes e ligados à defesa da dignidade humana. Basta olhar, por exemplo, o caso dos migrantes, que têm chegado à Europa, e logo se percebe que o resultado das Nações Unidas é quase nulo. Mas se olharmos a comunidade latino-americana que tem tentado entrar nos Estados Unidos, muitas vezes de modo ilegal, o que se contata são duas realidades: o desmembramento de famílias e o silêncio e a inoperância das Nações Unidas. E então se olharmos o regresso em força do racismo criminoso e da discriminação racial na sociedade norte-americana, bom, a inoperância é abismal.


Simplesmente, isto não é assim com todos os Estados. Não é assim, por exemplo, com a Venezuela, sobre cujo Governo surgiu agora um relatório das Nações Unidas acusando Maduro e o seu Governo de crimes contra a humanidade. Em contrapartida, a imunidade qualificada da polícia norte-americana, com a vaga de homicídios sem castigo sobre negros, já não constitui um crime contra a humanidade. E se a isto juntarmos a compra em massa de vacinas contra a COVID-19 por parte das grandes potências, discriminando as restantes, imensamente mais pobres, teremos uma outra situação que também se não constitui, no mínimo, em omissão de auxílio. E então crime contra a humanidade, bom, nem pensar.


Ora, recentemente, uma organização de direitos humanos denunciou o elevado número de cirurgias destinadas a remover o útero de mulheres, realizadas num centro de detenção de migrantes na Geórgia, no sul dos Estados Unidos, muitas vezes sem consentimento das intervencionadas. Simplesmente, estes acontecimentos também não tipificam, para as Nações Unidas, um crime contra a humanidade. Tal como as torturas legalizadas, ao tempo, pelo Governo de George W. Bush, ao contrário do que agora se pretende com as alegadamente atribuídas ao Governo de Nicolás Maduro. Mas esta denúncia vai ainda mais longe, referindo os cuidados de saúde negligentes prestados às detidas, incluindo ao redor da COVID-19.


Este crime foi denunciado por uma enfermeira identificada como Dawn Wooten, que trabalha na prisão de imigração de Irwin, administrada por uma empresa privada, sob a alçada do Serviço de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos. O grande problema, neste caso, é que as Nações Unidas, o próprio António Guterres, parecem não se ter dado conta de que se está aqui perante um autêntico isomorfismo do que se passou nos campos de concentração da Alemanha nazi e na África do Sul do Apartheid. Neste caso norte-americano também o conceito de crime contra a humanidade, para as Nações Unidas, parece não se aplicar. Não lembraria ao Diabo, mas é a realidade.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Não dá para acreditar!

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1600287999667{margin-left: 27px !important;}"]Vão decorridas décadas sobre a reeleição de António Ramalho Eanes, numa candidatura que teve também o impensável concurso do seu colega António Soares Carneiro. Por essa altura, José Miguel Júdice fazia análise política no Expresso, tendo publicado um conjunto de análises ao redor dessa corrida presidencial. De resto, eu mesmo as fazia, mas entre os amigos e conhecidos.


A verdade está nisto: numa conversa – falei com gente a mais diversa – com um amigo que não vejo há anos, António Bailote Fernandes, da Opus Dei e que esteve muito tempo em Macau, assegurei a evidência, ou seja, que Eanes venceria essa eleição, só que indicando o resultado de Eanes até às décimas. Bom, acertei no resultado. E então, António Bailote Fernandes, já depois das eleições, disse-me, por uma ou duas vezes, esta frase: caramba, eu não vou nunca esquecer o meu amigo, porque você acertou no resultado em cheio! E ainda concluiu: como é que o meu amigo conseguiu prever o resul-tado deste modo?!


Já lá vão muitos anos, e não recordo já se o meu amigo era oriundo do Direito ou da Economia, mas pro-pendo mais para o segundo caso. De modo que recordará ainda que existia uma conceção intuicionista da Probabilidade. E foi o que me levou a acertar no resultado, ao contrário de José Miguel Júdice que, após aturados raciocínios... errou. Como dizia alguém, em certo programa televisivo: errooou!!!


Simplesmente, José Miguel Júdice, talvez em face das sondagens que iam sendo publicadas, começou a perceber que o que previa iria produzir um estrondo. E então, assegurou aos leitores do Expresso que se Eanes ganhasse, não voltaria a fazer análise política. E cumpriu. Até porque terá percebido que não nasce-ra com uma vocação daquele tipo.


Claro está que Júdice não faz hoje propriamente análise política, antes elabora simples e brincalhões racio-cínios. Muitas vezes, introduzindo-lhes, como usa dizer-se, algum veneno. Terá sido o caso, porventura, no que soube há pouco que terá ontem dito na SIC Notícias.


Ora, o que foi, então, que nos disse ontem José Miguel Júdice? Pois este fantástico mimo, que logo me traz ao pensamento o fracasso das suas análises nos tempos da peleja eleitoral Eanes-Soares Carneiro: ao apoiar a candidatura de Luís Filipe Vieira, o Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS dá às estruturas do partido um sinal de que não apoiará Ana Gomes na corrida à Presidência da República! Bom, simplesmente delirante!! Não dá parra acreditar.


Veja o leitor o que é simples de perceber. Há muito se sabe que o PS tem tido dificuldade em apresentar um candidato ao Presidente da República – eu mesmo escrevi isto aqui, há um tempo atrás. E também se sabe que o PS irá dar liberdade de voto aos seus militantes, e que a direção irá apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. E depois, sabe-se também que Ana Gomes nunca concitará, hoje ou amanhã, um apoio razoável para uma eleição deste tipo. Nem sequer para a liderança do partido. A candidatura de Ana Gomes, objetivamente, é uma candidatura de derrota. Seja agora ou num ano que esteja para chegar.


Como o leitor facilmente percebe, o que escrevo antes é a realidade. E António Costa, como qualquer um, do PS ou de qualquer outro partido, percebe o mesmo. Portanto, porquê ir apoiar Luís Filipe Vieira para, por essa via, enviar uma mensagem aos eleitores socialistas contra Ana Gomes?! Porque a ideia de Júdice pressupõe que os eleitores elaboram raciocínios elaborados, ao ponto de construirem a implicação que aponta. Objetivamente, não dá para acreditar numa destas, tantos anos já passados sobre o estrondoso falhanço de Júdice na previsão do resultado da peleja Eanes-Soares Carneiro. Não dá para acreditar!![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Curta, mas cheia de significado

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1599758185873{margin-left: 26px !important;}"]O Telejornal da RTP 1 de ontem foi deveras interessante, logo ao início, por via da uma curta entrevista feita por José Rodrigues dos Santos a Pedro Simas, virologista muito referente da nossa comunidade académica e que surge com frequência nos nossos canais televisivos. Foi uma entrevista curta, mas cheia de significado. E na parte que me levou a escrever este texto, essa entrevista comporta duas fases. Vejamo-las, então.


A primeira fase refere-se às consequências de uma possível ligação causal entre a tal reação de um britânico à designada vacina de Oxford. O entrevistador perguntou a Pedro Simas se, no caso de se provar existência de uma ligação causal, tudo ficava, no caso desta vacina, pelo caminho. O entrevistado respondeu, sensivelmente, deste modo: sim, se se mostrar essa causalidade, o desenvolvimento da vacina para o seu caminho, ou, pelo menos, se essa causalidade se mostrar como altamente provável.


De seguida – a segunda fase –, o entrevistador introduziu o tema da designada Terceira Fase da vacina, em que surgiu a ocorrência que se vem noticiando, mas dizendo: esta, portanto, era a Terceira Fase da vacina, a tal que a vacina russa não iniciou. Bom, caro leitor, fiquei tão perplexo com a pergunta como me pareceu ter também acontecido com o entrevistado, Pedro Simas.


Como facilmente se percebe, não é possível que José Rodrigues dos Santos conheça menos que eu sobre este tema, que me chegou, há perto de uma semana, pela voz de Rodrigo Guedes de Carvalho, no noticiário da hora do jantar da SIC. A uma primeira vista, José Rodrigues dos Santos lá tentou a possibilidade de Pedro Simas deixar vir à superfície a sua autocensura, dado que tem sempre que se dizer, no Ocidente, que a vacina russa é má, evitando falar do grande êxito das chinesas. Bastaria, pois, que Pedro Simas tivesse respondido deste modo: exatamente. De um modo subliminar, a vacina russa passaria logo a não estar ainda na sua Terceira Fase...


Simplesmente, surpreendido com a pergunta, talvez percebendo que a liberdade, no Ocidente, não é uma coisa omnipresente e garantida, sem riscos na sua utilização, o entrevistado ainda começou a ir na casca de banana que surgira, mas lá se conseguiu conter, respondendo deste modo: não, até certo momento ainda não, mas agora a Terceira Fase já está em desenvolvimento com a vacina russa.


É pena que os canais russos e bielorrussos não mostrem esta entrevista aos seus nacionais, de modo que estes percebam que a liberdade, no Ocidente, é, muito acima de tudo, um conceito escrito, mas cada dia menos vivenciado pelas pessoas. De modo que insto o leitor a tentar visionar o Telejornal da RTP 1, pelas 20.00 horas, logo ao início, onde surge esta entrevista de José Rodrigues dos Santos ao nosso virologista, Pedro Simas. Vale a pena vê-la, porque o seu significado é verdadeiramente fabuloso![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Estranhos desalinhos

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1598871034066{margin-left: 26px !important;}"]Só neste último domingo de agosto consegui arranjar algum tempo a fim de tratar dois temas abordados por Luís Nobre Guedes na sua recente presença semanal na RTP 3, desta vez com a presença do catedrático de Direito de Lisboa, Eduardo Paz Ferreira, no lugar do engenheiro Eduardo Marçal Grilo, certamente no usufruto de algum regresso às origens.

Não é a primeira vez que Luís Nobre Guedes aborda os casos de Donald Trump e de André Ventura. A verdade, porém, é que o que acaba por fazer é sempre elevá-los politicamente, embora dizendo sempre o contrário. Portanto, vejamos estes dois casos.

O caso de Trump, O Bronco. Logo que surgiu, digamos assim, a disputa final entre Donald Trump e Hillary Clinton, foi possível acompanhar os verdadeiros espantos de Luís Nobre Guedes em função do que O Bronco ia dizendo. Embora Luís não tivesse razão. Em dado dia, já com Trump, O Bronco, empossado como Presidente dos Estados Unidos, Luís, voltando-se para Ana Lourenço, fez esta sua previsão: vamos esperar um pouco, porque antevejo que em um anito, e aí teremos um impeachment sobre Trump. Disse isto sorrindo abertamente, qual previsão para si muito evidente e segura. Bom, falhou. Falhou no tempo, e quando o mesmo chegou, também falhou no resultado final, como se sabe.

Claro está que o tempo não parou, pelo que as desgraças trazidas a todo o mundo pela política de Donald Trump, O Bronco, não pararam de crescer, invariavelmente sucedidas de falhanços e conflitos perigosos, para já não falar da linguagem soez e da prática reiterada da mentira, ou diz-desdiz. E depois, o regresso em força do racismo e da violência policial sobre os negros, tal como a desgraça causada a milhares de famílias que desmantelou desumanamente. E, finalmente, o fantástico falhanço no modo como enfrentou a pandemia, que, se tivesse tido lugar num Estado da União Europeia, talvez tivesse conduzido os respetivos líderes políticos à barra dos Tribunais.

Perante tudo isto, Luís Nobre Guedes foi tecendo críticas, mas muito suaves. De resto, também sempre sorridentes, sem parecer perceber o desfiladeiro conducente a uma grande guerra que tem vindo a ser criado por um presidente louco, que os americanos, democraticamente, conduziram ao poder. Uma realidade que me traz ao pensamento uma antiga obra, por aqui surgida pouco depois de Abril de 1974, intitulada, ESTES LOUCOS QUE NOS GOVERNAM.

Até que chegaram, finalmente, as eleições para o Presidente dos Estados Unidos. E foi interessante reparar neste facto: perguntado por Carolina Freitas sobre o que pensava vir a dar-se se Trump, O Bronco, fosse reeleito, Luís acabou por nunca responder... Mas lá disse, já pelo final da sua intervenção, que desejava que não fosse o eleito, até por nunca com ele se identificou. Simplesmente, é preferível ser que parecer. E de tudo o que tenho podido escutar de Luís Nobre Guedes o que parece é que, em boa verdade, Trump, O Bronco, deverá ser o seu apoiado (intimamente). E atenção: em política, o que parece, é...

As considerações sobre André Ventura e o Chega, sendo até risíveis, ajudam a desempatar a situação do ser-parecer ao redor de Trump, O Bronco. Abordado o caso do Chega e dos amores de Rui Rio pelo Chega de André Ventura, Luís surgiu com este fabuloso passe de mágica, já exposto por diversas vezes: o diálogo deve ser mantido com o Chega, até com André Ventura, um grande político e repleto de cultura, mas o que se deve fazer é confrontá-lo com o que deseja fazer nos diversos domínios, comparando o que está escrito com o que vem sendo dito!!!

Este meu texto poderia ficar por aqui, bastando escrever esta frase célebre: éu quér’ápláudirr!!! Em todo o caso, sempre vale a pena olhar as inenarráveis ideias táticas de Luís Nobre Guedes.

Em primeiro lugar, a tal ação de confrontar André Ventura com o que escreveu, em nome do Chega, e com o que vem dizendo. Mas a quem incumbiria essa ação de confrontar André Ventura? E para que serviriam as suas respostas, se com Ronald Reagan foi o que se lhe escutou no debate com Jimmy Carter, em face do que depois se veio a dar, nunca concretizado após chegar à presidência, e quando a liderança da sua campanha praticava objetivamente a alta traição aos interesses dos Estados Unidos? Convém que Luís Nobre Guedes não perca a excelente e mui significativa obra de Alexandre Patrício Gouveia, ou ainda acabaremos por crer em que Luís acredita na democracia. E então nestes dias...

E, em segundo lugar, Luís Nobre Guedes tem a obrigação de conseguir perceber que tais audições, aparentemente destinadas a colocar perante todos a realidade do Chega de André Ventura, só serviriam para lhe dar voz e tempo de antena. E Luís sabe muitíssimo bem que a população não dispõe de meios para controlar o exercício do poder político. A democracia representativa é, naturalmente, um ritual, mas só vale se nela se acreditar. O problema está nisto: e se um ditador chegar democraticamente ao poder? Bom, já estamos a ver isto mesmo na Alemanha, na Itália, em França, na Hungria, na Polónia, no Brasil e... nos Estados Unidos. E então, que fazer depois? Talvez voltar a ler Jean-François Revel...

Em resumo: a Trump, O Bronco, Luís acha-o terrível, mas muito forte como político, carismático e que vai vencer; de André Ventura acha-o muito culto e que se deve com ele dialogar, sendo igualmente um grande político. É interessante que o facto de André Ventura ter sido convidado por Trump, O Bronco, ou se

ir encontrar com Matteo Salvini, ou com outros líderes da Extrema-Direita do mundo, bom, ainda nada significa para Luís Nobre Guedes, porque ainda não o confrontámos com tais realidades!!! Talvez também Marcelo e Costa fazerem o mesmo, não é? É caso, pois, para voltar à tal frase célebre: éu quér’ápláudirr!!!

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Jogatinas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1598088117715{margin-left: 26px !important;}"]Disse ontem Barack Obama que uma vitória de Trump nas próximas eleições poria em perigo a própria democracia norte-americana. Mas eu mesmo, muito longe do saber e da experiência do anterior Presidente dos Estados Unidos, pude já exprimir, em escritos meus, isto mesmo que agora escutámos das palavras de Obama. Infelizmente, Barack Obama já não podia avisar o que eu mesmo prevejo: uma tal vitória seria o tempo de lançamento da grande ditadura mundial, há tanto sonhada pelos políticos norte-americanos, que se veem e ao seu país como marcados por uma iluminação divina.


Claro está que mesmo uma derrota de Donald Trump pode, afinal, não vir a sê-lo, porque nós já tivemos exemplos anteriores deste tipo de fraude nos Estados Unidos: a falsa vitória de Kennedy sobre Nixon, e a de Bush sobre Al Gore. Situações que, ao pé da atual, marcada pelo abuso de poder de todo o tipo de Trump, se ficam a autênticos anos-luz. E depois, existe o poder do tempo que passa, com o regresso do espírito nazi dos velhos tempos, adaptado aos atuais.


É neste contexto que tem de ser visto o que se tem vindo a passar com Lukashenko e a Bielorrússia, e agora com Navalny, na Rússia. Tal como há dias referiu Miguel Tiago, do PCP, não se observa uma ampla miséria, sequer pobreza, por entre os manifestantes contra Lukashenko. E também não deixa de ser estranha a reação da União Europeia para com a Bielorrússia e os seus dirigentes, quando sobre a Polónia e a Hungria tudo corre sobre rodas. Para já não referir a tal política externa do megafone, tão corretamente apontada à Europa por Benjamin Netanyhau.


Neste entretanto, a Bielorrússia pediu a proteção da Rússia, que depois do sim, se passou logo para as apertadinhas. Num ápice, qual verdadeiro milagre, eis que Navalny se sentiu mal num voo da Sibéria para Moscovo. Num segundo ápice, veio a resposta: deverá ter sido envenenamento. Portanto, para os incautos, ou para os que só leem títulos, o mais certo foi ter sido consequência de uma decisão do Kremlin. Portanto, como aqui, supostamente, nada se pode fazer sem a ordem ou aquiescência de Putin, foi tudo uma decisão deste último. Bom, em termos probabilísticos, a probabilidade de um tal acontecimento não ser uma manobra ocidental é quase nula.


A solução deste caso ultrapassou já a velocidade da luz, o que não teve lugar com o homicídio de Kashoggi, tema que os Estados Unidos e o resto do Ocidente sob seu comando estão ainda a estudar. Portanto, com velocidade inferior à de caracol. E da União Europeia, claro está, as calmas.


Entrando aqui no domínio das apostas, estou em seguir a hipótese de que, à semelhança dos Skripal, também Navalny não vai morrer. Fica, porém, a notícia, que, bem trabalhada pela grande comunicação social ocidental, lá acabará por criar um novo facto político: foi tudo obra do Putin... E note agora o leitor: quase com toda a certeza, não será Donald Trump a operar esta acusação, mas peões de brega europeus, ao mesmo tempo que se deixa para Biden, se vier a vencer, a batata quente de ter de enfrentar esta realidade criada artificialmente.


Tal como um disco já gasto, volto a instar o leitor a ler a obra, O DESPERTAR DOS MÁGICOS, porque ela facilita imenso a compreensão destas coisas. E, já agora, convém ler, se possível, algumas das obras de Virgílio de Carvalho, mas também de José Alberto Loureiro dos Santos, Lopes Alves, Pedro de Pezarat Correia, até Raul François Martins, porque nelas se encontram exposições muito claras sobre os instrumentos de que se deita mão em defesa dos interesses de cada Estado. Num certo sentido, tentando uma síntese, vale tudo, vivendo-se à anos-luz daquela erradíssima dicotomia dos bons e dos maus, que tanto nos vai sendo impingida pela grande comunicação social, incondicionalmente alinhada com a grande estratégia dos Estados Unidos (de sempre).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Ao redor de mais um diálogo

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="11" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1597591058470{margin-left: 25px !important;}"]

A noite de ontem trouxe, na SIC Notícias, um diálogo com algum interesse, ao redor da temática do racismo, omnipresente no seio da comunidade portuguesa, mas com uma manifestação muito típica, e em que estiveram presentes Cristina Roldão e António Nunes. Um debate que foi mais objetivo por parte da convidada que do convidado.

Cristina Roldão foi muito clara em tudo o que expôs: o problema do racismo, no seio da comunidade portuguesa, existe mesmo, até com profundidade, mas só pode ser combatido, porventura fortemente desbastado, se existirem as adequadas políticas públicas destinadas a enfrentá-lo, que é o que não tem lugar. E não tem lugar há muito. Porventura, desde sempre.

Nestes termos, a entrevistada referiu um aspeto que tenho já apontado há muito, e que é o do ensino da História na escola. A verdade é que o tema da escravatura quase não é tratado – é aflorado numa ou duas linhas –, tal como o da discriminação racial ao longo dos séculos, as referências à legislação vigente durante o tempo em que estiveram por aqui pessoas africanas, ou outras, os massacres praticados sobre comunidades africanas nas antigas províncias ultramarinas, e muito menos o modo como as comunidades africanas, tal como as ciganas – entre outras, claro está –, se encontram hoje distribuídas no território nacional, quase completamente deixadas à sua sorte, em estruturas que se encontram organizadas como autênticos guetos.

De igual modo, Cristina Roldão apontou também o modo hiperdiscreto como o tema do racismo é tratado no seio da nossa comunidade, sempre à luz de, alegadamente, se evitar hipertrofiar os conflitos interétnicos. E salientou, como qualquer um percebe com facilidade, que tal atitude acaba por se constituir na antecâmara das manifestações que, em crescendo, se têm vindo a observar. Em síntese: o racismo está omnipresente no seio da comunidade portuguesa, pouco dele se falando, e muito menos atacando o que se lhe encontra na base.

Em contrapartida, a intervenção de António Nunes foi uma espécie de tudo em nada. Chegou mesmo a referir estar certo de que, em coisa de dias, a Polícia Judiciária descobrirá quem esteve por detrás destas ameaças recentes, tal como os manifestantes e respetivos mandantes daquela presença ameaçadora à frente das instalações da SOS Racismo, culminada com aqueles escritos que se puderam ler nas paredes.

Bom, até aqui tudo numa boa, como usa dizer-se. O problema foi depois, porque António Nunes explicou que, em sua opinião, a classe política falha no domínio das políticas públicas que poderiam dar seguimento ao tal bom trabalho que estimou ali vir a ser o da Polícia Judiciária. E quando a jornalista o questionou sobre se a Justiça acabava, depois, por não dar seguimento aos tais rápidos trabalhos da Polícia Judiciária – terá, por-tanto, tido meios para trabalhar –, de pronto assestou baterias à classe política, sempre o verdadeiro bombo da festa!!

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa salientou que os factos em causa são um crime, portanto previstos na Constituição da República, no Código Penal e noutras leis, mas António Nunes diz agora que falta clareza em tudo isto, porque acaba por não se saber como enquadrar os temas (criminosos) em causa!! Bom, fiquei siderado, dizendo para comigo: e este nosso concidadão – só Deus sabe – talvez possa um dia vir a liderar a PJ, ou o SIS, ou o SIED...

Claro está que há muito me dei conta desta caraterística de António Nunes: um verdadeiro especialista do tudo em nada. De resto, já era esta a realidade com o seu antecessor à frente do OSCOT. De modo que o resultado está à vista: as comunidades africana, cigana e outras, e de áreas diversas, acabam por ver-se objetivamente discriminadas no seio da sociedade portuguesa, mas são-no de um modo diferente – menos frontal e menos globalmente brutal – do que se pode ver noutros países. No fundo, uma consequência daquele nosso modo muito conhecido de ser, sobre que Kennedy um dia falou a Franco Nogueira, em Washington: a vossa escola diplomática é deveras qualificada. Se necessário for, até rimos a chorar, ou, como eu escrevi há muito, não vimos, não ouvimos, não sabemos, não pensamos, obedecemos. E é por ser esta a realidade que, a uma primeira vista, o racismo até parece estar ausente da nossa sociedade. O grave problema é que não está.

Por fim, uma notinha muito interessante, que colhi das considerações de António Nunes. A dado passo, referiu que estes fenómenos de extremismo-direitista está presente em muito outros países europeus, e não só por cá. Sem que eu estranhasse, antes rindo, disse para minha mulher: esqueceu-se dos Estados Unidos e do Trump, onde até se assassinam negros por asfixia e em plena rua. E a verdade, que António Nunes conhece bem, é que Steve Bannon, um dos mentores de Trump, por aí vai andando, pela União Europeia, sem problemas, clamando em favor do regresso de uma Extrema-Direita pura e dura e em defesa do fim da própria União Europeia.

É por tudo isto, muito presente neste diálogo da noite de ontem na SIC Notícias, que o racismo continua

presente e a crescer no seio da sociedade portuguesa: pouco se faz e o que se diz é pouco e pronunciado baixinho. Está, pois, para durar e crescer. E já agora: deu-se conta, o leitor, da cabal ausência de uma tomada de posição da Conferência Episcopal dos Bispos (Católicos) Portugueses? E já reparou que da generalidade do setor religioso o que sobreveio foi o silêncio? E não consegue concluir nada? Lembra-se de um Papa negro? E ainda não consegue concluir nada?

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A vacina

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text]O Governo da Rússia, pela voz de Vladimir Putin, anunciou que a vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida no país, foi aprovada para uso e que uma de suas filhas já foi inoculada. Durante uma reunião governamental transmitida pela televisão, Vladimir Putin disse que a vacina se mostrou eficiente durante os testes, oferecendo imunidade duradoura contra o novo coronavírus: esta manhã, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada, e eu sei que é bastante eficaz e que proporciona imunidade duradoura. A esta vacina foi dado o nome de Sputnik V.

Os profissionais da área médica, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a ser vacinados, como também deverá vir a dar-se com militares e polícias. Note-se que já no início de agosto o Ministério da Saúde da Rússia havia anunciado que os ensaios clínicos da vacina contra a COVID-19 haviam sido conclu-ídos, e que o país havia iniciado a etapa de registo. Assim, a Rússia é o primeiro país do mundo a registrar e aprovar, para uso da população, uma vacina contra a COVID-19.

Como teria sempre de dar-se, de pronto surgiu algum ceticismo na comunidade científica internacional e mesmo por parte de muitos cientistas russos. A tudo isto, porém, importa colocar a nossa atenção em funcio-namento e olhar a História do Mundo. É o que vou agora tentar fazer.

Em primeiro lugar, Vladimir Putin é um homem culto, experimentado na espionagem e na política, e não tomaria uma tal decisão sem garantias mínimas de técnicos competentes na qualidade e eficácia do fármaco produzido.

Em segundo lugar, os nossos técnicos mais referentes sempre nos explicaram que a produção de uma vacina costuma durar até perto de dez anos. Todavia, não faltam notícias, a um ritmo diário, de que diversas vacinas poderão surgir ainda este ano. Donald Trump – situa-se a anos-luz de Vladimir Putin – ainda ontem referiu que a vacina a adotar nos Estados Unidos será, em primeiro lugar, para os norte-americanos, e só depois para o resto do mundo. Portanto, também Trump afirma que essa vacina, a ser usada pelos Estados Unidos, está prestes a chegar.

Em terceiro lugar, as chamadas de atenção da Organização Mundial de Saúde, (OMS), valem hoje muito pouco, dado que os Estados Unidos até acusaram o líder da OMS de ter sido comprado pelas autoridades chinesas. E houve mesmo Estados da União Europeia que também pediram um inquérito ao que possa ter-se passado entre a OMS e a China. Um dos tais inquéritos a realizar por uma entidade independente, como a muito bem recusada pelo Presidente do Líbano. Infelizmente, a generalidade das instituições, internacionais ou nacionais, têm hoje muito pouca credibilidade.

Em quarto lugar, tem-se vindo a assistir a uma corrida à vacina contra a COVID-19, sem que a nossa comu-nidade médica, ou científica, ou jornalística, se tenha determinado a chamar a atenção para que tal se constitui num fator com importância geopolítica. Só agora, quando a Rússia nos surge com a sua vacina, é que os pruridos se levantam. Um pouco como se deu com os Estados Unidos, que de pronto enviaram uma sonda para Marte, mas só depois o mesmo ter sido feito pela China...

E, em quinto lugar, nunca o Ocidente poderia aceitar que a Rússia, ou a China, conseguissem o feito que agora Vladimir Putin revelou ao mundo, através da reunião do seu Governo por videoconferência. Existe, no Ocidente, um horror histórico em face da Rússia de sempre, bem como do que provém do Oriente. No fundo, mais manifestações de racismo. E esta realidade reflete-se no domínio da grande comunicação social, onde a censura – ao menos a autocensura – está sempre presente, como há muitas décadas me forçou a perceber um notável académico.

Perguntará agora o leitor: o Hélio aceitaria esta nova e primeira vacina russa? Não, claro que não! Mas não aceitava esta nem nenhuma outra. Teria de jogar com o acaso, esperando para ver e ter certezas. É que eu, como quase todos nós, também tenho medo. E cá vou continuar a ler uma das minhas lembranças deste aniversário mais recente: O FUTURO POR CONTAR, de Ivan Krastev. Em todo o caso e para já, os meus parabéns aos cientistas russos que, segundo Putin, terão produzido a primeira vacina contra o novo corona-vírus.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Malhar em ferro frio

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1596911584338{margin-left: 26px !important;}"]Tentar mostrar ao militantes do Chega que existe em Portugal racismo estrutural é assim como malhar em ferro frio. É verdade que o relacionamento social entre os residentes em Portugal, mormente brancos e pretos, é muito suave. O problema é que este relacionamento não mostra aspetos profundos da realidade cultural portuguesa.


A afirmação do Chega começa logo por não ser verdadeira por não reconhecer o facto de ser o racismo uma atitude natural. O que nesta atitude natural tem de combater-se é a perda de direitos, liberdades e ga-rantias que de pronto advêm daquela situação natural. E é aqui que se vai encontrar o enorme preconceito contra quem é diferente da etnia dominante. É por ser assim, que também existe racismo por entre etnias africanas, muitas vezes dentro dos próprios Estados fabricados pelas potências europeia colonizadoras.


Tirando André Ventura e os militantes do Chega, nunca cientificamente se pode recusar a hipótese de que a quase completa ausência de negros, ciganos e outras etnias em lugares superiores das estruturas do Esta-do se deve à omnipresença de uma atitude de discriminação contra quem é das mesmas. E depois, resta ainda olhar o modo como se tratam os negros e os ciganos – entre outros – em setores os mais diversos, e logo a começar na ausência ao nível escolar, a principal peça do elevador social.


Os detentores do que resta da nossa soberania têm de assumir a presença, no seio da nossa sociedade, de um fator central de potencial discriminação racial e social: a fraqueza na promoção do êxito escolar por entre os mais jovens de tais grupos étnicos. Tem de investir-se positivamente nessas franjas de jovens, em ordem a criar uma base com qualidade intelectual que permita arrastar, ao menos pelo exemplo, um número bem maior de jovens oriundos desses setores da nossa comunidade.


Há também que ter a coragem de perceber, atuando em consonância, que a discriminação racial só muito dificilmente poderá ser extirpada junto da generalidade das camadas mais idosas da nossa estrutura huma-na, porque estes nossos concidadãos sempre foram educados na base de uma (falsa) superioridade dos brancos em face dos negros, dos ciganos, dos chineses, etc.. Um dado é certo: o racismo está presente no seio da sociedade portuguesa, como no-lo mostrou um estudo internacional e credível recente, pelo que se impõe que o Estado intervenha no sentido de o eliminar, mudando a atitude futura dos jovens de hoje.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A tal Democracia de referência...

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1596185781191{margin-left: 25px !important;}"]Há muito se percebeu que a designada democracia norte-americana – de facto, uma plutocracia – poderá vir a ser posta em causa pela ação de Donald Trump. De resto, se, para mal do mundo, vier a ser reeleito, a Constituição dos Estados Unidos será modificada, em ordem a que Trump possa perpetuar-se no poder e para que venha a dispor, constitucionalmente, do poder total.


Ele mesmo, num diálogo com os jornalistas na Casa Branca, teve já a oportunidade de expor que o seu poder – o poder do Presidente dos Estados Unidos – é total. E é, objetivamente, a realidade. De resto, esta foi a realidade de sempre, apenas condicionada pelos ares políticos do tempo e pelas caraterísticas de quem estivesse a exercer a presidência.


Hoje, Trump já se deu conta de que será quase certo que não venha a ser reeleito. E tem, aqui, dois caminhos. Um, é criar um conflito internacional, de molde a invocar que os Estados Unidos estão a ser atacados, po-dendo, assim, prescindir da autorização do Congresso para ir para a guerra contra o inventado agressor. Tenho para mim que Trump terá a loucura que se requer para uma tal decisão, mas talvez exista um outro caminho.


Uma outra via é adiar as eleições, para tal invocando a pandemia, com os inventados riscos que tal compor-tará para a lisura das eleições. Parece ser este o caminho agora trazido a público, através do Twitter: o voto a distância vai fazer destas as eleições mais imprecisas e fraudulentas da História. É o que lhe convém dizer, claro está.


O grande problema de Donald Trump tem um nome: democracia. Há muito se percebeu que, para lá de racista, ele só aceita a democracia, com eleições livres, se souber que das mesmas sairá vencedor. E o que a cada dia lhe chega é que Joe Biden lhe leva, e por toda a parte, uma larga vantagem. De modo que Trump vive simplesmente apavorado.


Como tantas vezes venho dizendo, Donald Trump constitui o maior perigo para os povos do mundo, para a liberdade geral e para a manutenção da própria paz. E o que hoje se pode já perceber à saciedade é que o tal sistema norte-americano de pesos e contrapesos simplesmente não funciona. E não funciona porque nunca existiu, de facto. O que foi, sim, foi praticado, tenho existido momentos de grande perigo para a liber-dade nos Estados Unidos e no mundo. Basta recordar Curtis LeMay, Barry Goldwater, John Edgar Hoover, etc..


Ao contrário do normalmente repetido à saciedade, os Estados Unidos, como muito bem expôs o líder espiri-tual do Irão, levaram a guerra e a pobreza aos mais diversos povos do mundo, exploraram as riquezas das suas terras, e foram sempre declarando a guerra com a maior facilidade, como há um tempo atrás tão bem nos referiu Luís Costa Ribas. Eles foram sempre o verdadeiro Eixo do Mal no mundo. Não são – não foram nunca – a grande referência democrática no mundo, como Germano Almeida, ao menos por duas vezes, repetiu no Noticiário da RTP 2, pelas 21.30.


É interessante que o leitor se dê conta do modo como os políticos europeus atacam Maduro, mesmo o poder cubano, mas lá vão fechando os olhos perante Trump. É a democracia europeia em movimento. De resto, esta nem se chega a dar conta da Polónia e da Hungria... E o mesmo se dá com o Papa Francisco, com o seu silêncio tonitruante em face do que está a passar-se nos Estados Unidos. Um tema sobre que convém recordar João Paulo II em face do comunismo...[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Nada de multidões, venham as máscaras

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1595759002244{margin-bottom: 200px !important;}"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1595758871374{margin-left: 25px !important;}"]As próximas eleições norte-americanas para o Presidente dos Estados Unidos irão revelar dados deveras importantes sobre o grau de democraticidade presente nos Estados Unidos, mas por igual o real valor do que resta da dita democracia norte-americana.

Raros serão os povos do mundo que desconhecem hoje o que tem sido a indiscutível palhaçada da ação de Donald Trump como líder dos Estados Unidos. A um ritmo que já chegou a ser de horas, Trump mostrou-nos a sua fantástica capacidade para dizer e desdizer.

Esta balbúrdia da presidência de Donald Trump não passaria de mais uns momentos de rara diversão mundial, com especial ênfase para aquela ideia de se criarem umas injeções à base de lixívia, ou de outros desinfetantes, por se ter percebido, em análises laboratoriais, que tais produtos matavam, quase instantaneamente, o novo coronavírus! Infelizmente, o que Trump está a construir, preventivamente, pode bem vir a lançar-nos num novo conflito mundial.

A verdade é que tudo isto tem tido o seu caminho, mostrando a todo o mundo que aquela historieta de serem os Estados Unidos uma democracia de referência nunca passou disso mesmo: uma historieta vendida por todo o mundo através do império, político e comunicacional, norte-americano. Percebeu-se agora, com Donald Trump, que os Estados Unidos são dirigidos por um homem só, quase sem necessidade de prestar contas a mais ninguém. Uma verdadeira plutocracia, à beira de se vir a tornar no centro do poder de uma nova ditadura mundial.

Trump, se ainda ontem dizia ao mundo que as máscaras eram um horror e sem um ínfimo de lógica, diz agora que usar máscara é um ato patriótico. Tal como nos explicou Luís Costa Ribas, Donald Trump terá já dito mais de 20 000 mentiras. Um número que, duas ou três semanas depois, já deverá pecar por defeito.

De modo concomitante, Donald Trump esteve-se nas tintas para as chamadas de atenção das autoridades sanitárias dos Estados Unidos, incentivando à prática das aglomerações, mormente ao redor da sua cam-panha eleitoral. Felizmente, saiu-se mal. No mínimo, por duas vezes.

Perante tal desastre, passou, mais uma vez, a desdizer o que dissera antes: desmarcou a convenção republicana de Jacksonville, a fim de evitar perigosos contágios!! Um terrível azar para André Ventura, que se vê deste modo privado de poder conhecer pessoalmente o homem mais perigoso para a Paz no mundo. Com esta suspensão, André Ventura ficou impossibilitado de conhecer aquele que poderá vir a ser o futuro ditador mundial, e eleito em eleições (ditas) livres.

Como referi ao início, estas eleições norte-americanas irão mostrar, nomeadamente, o valor da democracia, porque se Trump, para mal dos povos do mundo, vier a ser reeleito, tal mostrará, afinal, o que eu mesmo sempre pensei, deitando por terra as palavras de Nancy Pelosi há dois dias: o presente comportamento de Trump, enviando tropas federais contra o seu povo, é, realmente, a prática histórica da plutocracia norte-americana. E mostrará, portanto, que um povo pode escolher alguém do quilate de Donald Trump. Será, indubitavelmente, o fim do valor da democracia como prática consciente de escolher os representantes das populações. Se com Hitler foi o que se viu, com Trump percebe-se o que poderá vir a ser...

Desta vez, pois, a regra de Donald Trump passou a ser: nada de multidões, venham as máscaras. Uma regra que é a de agora, porque se vier a ser reeleito, tudo passará a ser o contrário, com boas cargas das tropas federais democraticamente aplicadas sobre o seu povo. E então é que sim: teremos, finalmente, a democracia no mundo...[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

O encanto da beleza, da competência e da humildade

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1595150320118{margin-left: 25px !important;}"]Há uns dois dias, tomei conhecimento, através de um qualquer jornal, que a jornalista Patrícia Matos havia apresentado, nessa manhã, o seu último programa que, diariamente, era levado aos espectadores da TVI 24. Eu era um desses espectadores, embora apenas acompanhasse a última hora e meia do mesmo. Ainda assim, sempre achei que valia a pena, sendo um dos fatores fundamentais da minha opção o facto de ser o programa apresentado e conduzido, precisamente, por Patrícia Matos. Uma jovem que consigo transportava, desde o primeiro dia em que ali a vi, o encanto da beleza, da humildade e da competência.


À semelhança do que já tinha tido a oportunidade de ver com Constança Cunha e Sá, porventura por razões diferentes, Patrícia Matos, para mim com grande pena, deixou agora a TVI. Deixei, pois, de dispor daquele potencial que se contém no encanto da beleza, da humildade e da competência, que eram caraterísticas que de si dimanavam naturalmente, à saciedade e de um modo absolutamente típico.


Patrícia era uma jovem de quem dimanava o encanto da beleza, o que, não sendo algo de absoluto, se constitui sempre num fator que também se nos impõe. No fundo, esta sua caraterística era um pouco como a encenação nas récitas operáticas, porque uma encenação fraca acaba sempre por deitar por terra uma récita que possa dispor dos melhores cantores.


Também sempre lhe encontrei uma atitude de humildade, fator cada dia mais valoroso, porque inversamente proporcional a tantos e tão péssimos sinais do tempo que passa. Todos os temas por si abordados, e com quem quer que fosse, fugiam sempre a um modo agressivo que, com cambiantes, tem vindo a fazer escola em muitos dos nossos grandes meios de comunicação social. Por cá e por mil e um outros lugares do mundo.


Por fim, Patrícia Matos, parecendo ser tão jovem, possuía uma competência que estava, com toda a certeza, para lá da aprendizagem profissional. Uma competência que se percebia derivar de um gosto profundo pela profissão que abraçou, mas que, quase com toda a certeza, a obrigou a um aperfeiçoamento permanente, mas que conseguiu realizar de um modo generalizadamente reconhecido.


Estas três caraterísticas de Patrícia Matos – encanto da beleza, da humildade e da competência – estavam na jornalista fortemente presentes, sendo quase como uma estrutura única, que se ia mostrando de um modo tricotómico ao longo dos programas que diariamente nos trazia. Um programa que, quando terminava, me deixava pesaroso por ter de esperar mais um dia para o poder voltar a acompanhar.


Sabe-se que não existem concidadãos insubstituíveis, mas esta saída de Patrícia Matos retira-nos do ecrã uma profissional deveras competente e com as tais caraterísticas que refiro atrás. E isso, não sendo insubstituível, constitui-se, indiscutivelmente, numa perda forte.


Espero, agora, que o tal novo projeto que há dias foi referido ir abraçar nos venha a chegar com toda a qualidade profissional que se lhe pôde ver, mas também com aquelas caraterísticas tão relevantes antes apontadas. A melhor sorte na sua vida profissional é o que quem sempre a apreciou lhe pode desejar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Disse o que ninguém diz

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1594717009872{margin-bottom: 150px !important;}"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1594716969864{margin-left: 25px !important;}"]Há pouco mais de que uma semana, a académica Raquel Varela, no programa, "O Último Apaga a Luz", fez uma referência a uma situação de que só muito raramente se fala. De resto, o leitor é testemunha desta mesma realidade, porque a ela se nos manifesta através da televisão.


A dado passo da sua intervenção, a professora referiu o crescimento do consumo de canábis entre os jovens, estando a ter lugar um crescimento exponencial dos internamentos derivados daquela prática. E referiu, por igual, que não param as campanhas contra a sinistralidade rodoviária, ou sobre o consumo de álcool, ou sobre o tabagismo, mas que, em contrapartida, nada é dito sobre esta realidade do consumo da canábis entre os jovens, e muito menos uma campanha forte, nas escolas e na televisão, contra o consumo de estupefacientes em Portugal. Pelo contrário – digo aqui eu –, o que persiste é um fantástico silêncio ao redor do consumo de estupefacientes, bem como sobre a imoralidade criminosa da sua traficância, interna e internacional. E por todo o tecido social, porque é um tema de que se não fala.


O que Raquel Varela ali fez foi extremamente importante, sobretudo, pela coragem de ter abordado um tema sobre que quase todo o tecido social impôs um verdadeiro manto de silêncio. Não tendo aquelas suas palavras uma grande consequência, a verdade é que já justificou, no mínimo, este meu texto. De resto, há mais de vinte anos que mostro o cabal fracasso do tipo de intervenção que vem sendo feito em torno da temática dos estupefacientes.


Muito recentemente, tive até a oportunidade de referir uma metodologia que bem podia ser posta em prática, por exemplo, pelos Estados Unidos. Uma prática em tudo semelhante à usada desde há décadas contra grupos de terroristas que põem em risco os Estados Ocidentais e mesmo outros, e se materializa na utilização de drones, mas agora em ordem a destruir os santuários onde os estupefacientes são produzidos no subcontinente americano. Seria extremamente elementar e muito eficaz, porque os Estados Unidos conhecem muitíssimo bem a localização dos santuários onde os estupefacientes são produzidos.


Claro está que um tal caminho teria de possuir o interesse dos Estados Unidos, realidade que não se nos dá a ver. De modo que surge a questão: se os Estados Unidos invadiram o Panamá para deter Manuel António Noriega, por ser ele um narcotraficante, que razões podem impedir os Estados Unidos de bombardear as fábricas de materiais destruidores do bem estar da sua juventude e da de muitos outros países?


Quem tenha tido a oportunidade de visionar, há já mais de uma década, um documentário sobre a intervenção dos Estados Unidos no Afeganistão, terá tido a oportunidade de ver um major norte-americano, com os seus homens junto de um campo de papoilas, explicando que não iriam incendiá-lo porque era preferível manter ali os afegãos, no seu trabalho, deixando a captura dos estupefacientes para mais tarde, através das polícias dos diversos Estados!! Bom, caro leitor, ri com gosto, porque se tratou ali de uma tentativa de barrete, mas apenas para mundo ver. Os anos passaram e o resultado é o que se pode ver todos os dias. Ou quase.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A extrema-direita em Portugal

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1593369470314{margin-bottom: 300px !important;}"][better-ads type="banner" banner="3816" campaign="none" count="2" columns="1" orderby="rand" order="ASC" align="center" show-caption="1" lazy-load=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1593369359548{margin-left: 25px !important;}"]Para se poder perceber o modo como a Extrema-Direita vem despontando em Portugal, é essencial olhar a História de Portugal dos Séculos XX e XXI. E tudo isto, naturalmente, não esquecendo nunca que a História é a Geografia em movimento. Convém, pois, nunca esquecer os mais que expectáveis efeitos da localização geográfica de Portugal, isolado do resto do mundo, apenas fazendo fronteira com Espanha e com o Atlântico.

Em primeiro lugar, são conhecidas as condições que acabaram por conduzir à mudança de regime político, com a passagem da monarquia para a república. O isolamento geográfico, de parceria com o clima, gerou um modo muito próprio de ir olhando a vida. Invariavelmente, os portugueses demandavam terras que lhes eram alheias, fosse em África, ou no continente americano, ou no centro europeu, embora existissem, por igual, outros destinos espalhados pelo resto do mundo, mas mais distantes e, por isso mesmo, muito menos procurados.

Este mecanismo, em maior ou menor grau, esteve sempre presente em Portugal, revelando a necessidade de procurar fora do país o que não se conseguia entre nós como elevador social. Mas tal estrutura funcional gerou também uma atitude fortemente egoísta, marcada pelo facto de apenas se conseguir vencer por iniciativa meramente própria, invariavelmente em face de um Estado fraco, que nunca se determinou a deixar de o ser. A verdade é que a História de Portugal vive marcada, mormente naqueles séculos, por este mecanismo.

Central na nossa História do Século XX é a II República. E, ao contrário do normalmente omitido, o regime constitucional de 1933 suportou-se, como tenho exposto amiúde, em três pilares absolutamente essenciais: no Exército, na Igreja Católica Romana e na tolerância e compreensão da grande maioria do Povo. Uma população, portanto, profundamente alheada do espírito democrático, até por reter ainda, de um modo claro, o que se passara durante a I República e no que tudo acabou por dar. Pelo que sempre pude ver, em tempos muito distintos, os portugueses mostravam-se satisfeitos com a existência de uma estrutura de moral e de ordem, com a evidência da honestidade moral e política de Salazar e com a garantia da estabilidade conseguida. É verdade que se vivia mal, mas só quem não visitou Espanha em 1971, como se deu comigo, poderia imaginar que as coisas eram aqui excelentes.

Havia, porém, dois fatores que, de um modo muito geral, não eram tidos em conta. Por um lado, o mais que natural cansaço com a defesa das antigas províncias ultramarinas, mormente ao nível dos oficiais dos quadros permanentes, que se foram reduzindo para níveis nunca imaginados. E, por outro lado, que o regime constitucional de 1933 era fortemente heterogéneo no domínio da sua estrutura humana de suporte. Como Salazar já pensava e contara a alguns amigos mais íntimos, o regime terminaria com a sua saída do exercício do poder. E assim se deu.

O Movimento das Forças Armadas, que gerou a Revolução de 25 de Abril, ao contrário do que muitas vezes é dito a muito alto nível, apenas foi tolerado. E, desde logo, porque a população portuguesa estava farta da contingentação destinada a defender as províncias ultramarinas. O raciocínio, que era de elaboração simplista, reduzia-se a esta ideia: os outros países europeus, que também haviam estado por todo o mundo, já haviam concedido a independências às suas antigas possessões, pelo que se nos impunha seguir esse mesmo caminho.

Conseguida a vitória na Revolução de Abril, de imediato os seus principais obreiros foram relegados para um plano completamente secundário, rapidamente ultrapassados pelos mudos aprumados, silenciosos e que foram esperando o tempo que, imaginavam, acabaria por chegar. E chegou. Chegou mas não por aqui, sim pelo fim da União Soviética, pelo triunfo do neoliberalismo, pela criação da globalização e, por fim, com a chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos. E foi só a partir daqui que se começou a desenvolver, em Portugal, a presença ativa da Extrema-Direita.

Percebe-se já hoje que a vitória de Donald Trump se constituiu no maior perigo para a Humanidade. Mesmo tendo sido eleito pelos usuais mecanismos democráticos, percebe-se que se está perante um verdadeiro ditador, para mais ao leme de uma potência nuclear cimeira, e que não hesitará em pôr um fim na estrutura constitucional dos Estados Unidos se, por inacreditável erro dos eleitores, vier a ser reeleito. E não estamos nada longe de uma possível guerra com a China, assim ele entenda que, por essa via, poderá continuar no poder. É por ser esta a realidade que estimo, que entendo a publicação do livro de John Bolton. Mesmo sendo um falcão, ele ainda respeita a Constituição Americana e as tradições do país, percebendo o fantástico risco que advirá de uma reeleição de Donald Trump, o Bronco, mas um indiscutível ditador.

A vitória de Trump fez mudar o mundo, como já se percebeu. E por igual se percebeu que, com Trump, a ideia de Estado Democrático de Direito está em queda vertiginosa. Uma reeleição sua porá um fim prático na mesma. De resto, as pessoas já se terão dado conta de que não dispõem de poder, a não ser para votar. O problema é que esse voto não tem indicações políticas, apenas girando ao redor de ideias vagas e completamente incontroláveis pelos cidadãos. Por isso Salazar disse um dia que nunca havia lisonjeado os

homens ou as massas, diante de quem tantos se curvavam em atitudes que eram uma subserviência ou uma abjeção. E tinha razão, porque o Povo é badalado a cada momento, mas, objetivamente, não tem poder para exigir uma qualquer política. E mais: entre nós, invariavelmente, nem se liga à política, vindo o futebol ou um qualquer programa sem nexo muito à sua frente. Por isso eu defini o português deste modo já conhecido de muitos: não viu, não ouviu, não sabe, não pensa, obedece. O português não quer chatices, esperando que as coisas se resolvam por quem tem poder para o fazer, desde que o faça com uma evidência de razão, com honestidade e com o mínimo de segurança global para cada um e sua família.

E, em segundo lugar, a distribuição da atitude política dos portugueses. Não são fervorosos adeptos da democracia, mas não anseiam por uma ditadura, antes toleram a democracia. Elegeram Salazar como O MAIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE, mas não apoiam, hoje, uma política como a implantada por este. Desejam, isso sim, que a democracia mantenha a segurança e a ordem pública, e que o Estado Social continue em vigor, porque o acesso a cuidados de saúde, ao saber e a uma velhice digna é incomportável para a sua esmagadora maioria.

A verdade é que existe uma Direita política, situada, até há pouco, por entre o CDS e o PSD. Estes concidadãos foram-se anichando naqueles dois partidos fundadores da nossa democracia. Uma minoria deles, porém, sempre desejou o fim da democracia. A falta de coragem e as condições da política mundial, impediram a sua manifestação mais aberta e organizada. Tendo começado pela mão de um ou dois intelectuais monárquicos nacionalistas, desde o início incorporaram a violência como uma ferramenta de intervenção social. Tal como as SA haviam feito no dealbar do nazismo alemão.

A vitória de Trump nos Estados Unidos potenciou o surgimento destes anichados no CDS e no PSD à luz do dia, mas, à semelhança do que fez Hitler com as SA, preferiram seguir o caminho da legalidade constitucional até chegar ao poder, atuando depois à luz das possibilidades que vierem a surgir. Assim se dá hoje com a nossa Extrema-Direita: diz não ser racista, nem xenófoba, nem o que mais possa ser de mau. Simplesmente, se quer ter representação parlamentar e crescer junto do eleitorado, tem, para já, de usar as regras estabelecidas. Depois, se os portugueses calharem a viver na Lua, logo se operarão as essenciais mudanças. Mas tudo passará logo a ser distinto se Trump vier a perder as eleições sem conduzir o mundo para uma guerra que o ajude a manter-se no poder.

Por fim, um erro de fundo do Estado Português: a completa ausência de educação dos nossos alunos ao redor dos Direitos Humanos, da Constituição da República, da União Europeia e da Organização das Nações Unidas. De um modo muito geral, os nossos estudantes quase não veem tratados estes temas nas suas escolas. Sendo expectável que o ambiente caseiro mantenha muitos dos males que vêm de trás, ou a escola trata de suprir estas deficiências, ou a si[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A mudança das finanças

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1592295304254{margin-left: 20px !important;}"]Tomou hoje posse o novo Ministro das Finanças, o académico João Leão, que fazia já parte da equipa liderada por Mário Centeno. Um tema certamente já conhecido da generalidade dos portugueses, incluindo os menos atentos à vida pública do País. Neste sentido, uma espécie de não tema, dado que se conhece já imenso da intervenção de Mário Centeno ao longo dos anos em que sobraçou a pasta das Finanças, bem como dos êxitos que, com a sua equipa e com o apoio forte dos portugueses, conseguiu para Portugal.


O problema de Mário Centeno, nos dias que passam, deixou de ser a sua intervenção anterior, mas o da sua ida para o cargo de Governador do Banco de Portugal. Simplesmente, este é um tema em que se tem podido ver boa parte do pior da política portuguesa, mormente no domínio da mesquinhez e da inveja, tão típicas da marca lusitana.


Que a inveja é uma marca fortíssima no domínio dos traços culturais portugueses, bom, creio que ninguém dirá que duvida. Até Salazar, no seu tal discurso do Porto, no Palácio da Bolsa, se referiu a este modo portu-guês de apreciar, ou depreciar, as figuras públicas. A verdade, todavia, é que a prática democrática da nossa III República, veio hipertrofiar esta desagradável e mesquinha caraterística, ao trata-la com o adiáfano manto do cinismo e da hipocrisia.


Como facilmente se percebe, este modo de estar na vida, em especial na pública, conduz a uma permanente perda de oportunidades para muitos dos nossos mais qualificados concidadãos. Um destes é, indubitavel-mente, Mário Centeno, que sempre irá ficar nas páginas da História da III República em Portugal. Além do mais, também pelo prestígio granjeado internacionalmente, tanto pelos resultados da sua ação – também de toda a sua equipa, claro está – como nosso Ministro das Finanças, mas também como Presidente do Euro-grupo. Hoje, como qualquer um de boa fé terá de reconhecer, Mário Centeno é um português de renome internacional.


O grande problema de Mário Centeno, lamentavelmente, está cá dentro, mormente no seio da classe política, sobretudo ao nível dos partidos hoje fora da ação governativa. Sendo sabedor e competente e tendo tido um êxito internacionalmente reconhecido – Wolfgang Schäuble chamou-o de Ronaldo das Finanças e Jeroen Dijsselbloem, seu antecessor no Eurogrupo, descreveu-o como um colega muito sério desde o primeiro dia, mantendo um orçamento muito restritivo em Portugal, mas em que no Eurogrupo o seu papel foi muito cons-trutivo e sério –, Mário Centeno teria de vir a sofrer os ataques mais difíceis de conceber, seja pela Direita, seja pelo Bloco de Esquerda.


Mau grado tudo isto, tão bem conhecido dos portugueses já com alguma idade, é conveniente ouvir o que Ana Gomes nos expôs no seu comentário semanal de ontem, na SIC Notícias. E, em boa verdade, é bem possível que por aí exista muito boa gente que talvez trema só de imaginar que um concidadão nosso como Mário Centeno possa vir a liderar o Banco de Portugal...


Ouvir Luís Marques Mendes referir que Mário Centeno deixa as suas anteriores funções quando Portugal tanto precisaria de si, é caso para depreender que Luís também acredita em homens providenciais: ou ele fica, ou Portugal desaparecerá. E nem sequer se lembra de olhar para um facto já tão antigo e de todos conhecido: Mário Centeno há mais de um ano que mostrou o desejo forte de apenas ficar como Ministro das Finanças por uma legislatura. Para Luís Marques Mendes, ele teria agora de se eternizar na sua ante-rior função, sempre para lá dos seus legítimos direitos de cidadania. Não pensará assim de Marcelo Rebelo de Sousa, se este, por sua decisão consciente, se determinasse a não se recandidatar ao Presidente da República. Neste caso, para Luís Marques Mendes, já se trataria de um direito naturalíssimo. Provavelmente, também não se terá exprimido com tanto frémito ao tempo em que Durão Barroso deixou a liderança gover-nativa para seguir para a da União Europeia. O grande problema, aqui, é que os portugueses, sempre tão pouco interessados na democracia, não são parvos. E já agora e mesmo por fim: cá estaremos para ver como irão os portugueses tributar o Bloco de Esquerda, depois de tanta mesquinhez e cinismo ao redor deste caso de Mário Centeno... Ou bem me engano, ou virá por aí um pote profundo de água mui pouco densa... Os portugueses não são parvos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

A coragem de falar verdade

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=".vc_custom_1591808249943{margin-bottom: 200px !important;}"][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1591808198885{margin-left: 20px !important;}"]Um dia destes, tive a oportunidade de escutar um comentário de Luís Costa Ribas, correspondente da SIC há vários anos nos Estados Unidos, conversando a distância com Teresa Dimas, e tudo ao redor do funeral de George Floyd, bem como de quanto o antecedeu em matéria de História dos Estados Unidos, do racismo, da objetiva e nunca extirpada segregação racial (e da correspondente de posicionamento social dos negros), e da violência policial naquele país, coisas deveras conhecidas em todo o mundo.


A verdade é, todavia, a que se tem podido ver: vai-se tentando tudo para reposicionar o foco do problema, evitando assumir uma posição pública em face dos factos reiteradamente passados nos Estados Uni-dos, sempre tomados como um aliado, mesmo que venham, um dia, a organizar-se à luz de um Estado nazi. Basta ver o silêncio sepulcral com que a União Europeia, em particular Portugal, se tem vindo a colocar em face do que se está a passar na Hungria e na Polónia.


Ora, nesta sua intervenção recente, Luís Costa Ribas contou realidades desde sempre conhecidas, mas ra-ramente referidas pelo nosso jornalismo. Por um lado, que os Estados Unidos são um Estado da Comunidade Internacional que declara guerra a qualquer um com a maior facilidade. Por outro lado, que a violência é uma estrutura endémica aos Estados Unidos e desde a fundação do Estado. Também que o racismo nasceu com os próprios Estados Unidos. E depois, que a segregação racial, embora com subtilezas e estando proibido, continua presente e de modos diversos.


Para lá de tudo isto – é já imenso –, Luís ainda referiu aspetos diversos que condicionam a capacidade política dos legisladores, se, por um acaso, se determinarem a tentar mudar o horroroso estado das coisas nos Es-tados Unidos, desde os sindicatos da polícia, à organização de defesa da posse de armas, ao próprio Sistema de Justiça. Mas mais: a defesa dos acusados nem sequer pode ter acesso a aspetos diversos subja-centes à própria acusação, nomeadamente, o caso do passado de queixas contra este ou aquele po-lícia. De um modo sintético, digo eu agora: a polícia é, nos Estados Unidos, um verdadeiro Estado dentro do Estado. Como um dia disse a um ainda hoje grande amigo, que foi dirigente do MRPP, a velha Direção-Geral de Segurança, (DGS), ao pé das diversas polícias do Estados Unidos – CIA, FBI, Imigração, polícias dos condados, etc. –, era uma autêntica organização de brincadeira. E o meu amigo, sempre condenando a DGS, lá reconheceu que, neste domínio, eu tinha razão.


Se o leitor tiver estado atento a todo este caso que levou ao homicídio de George Floyd, terá percebido que a enormíssima maioria dos nossos políticos nunca se pronunciou contra a ação violenta das polícias nos Estados Unidos – recorde o que por cá se passou com os Skripal e com Kashoggi…–, contra a continuação prática do racismo naquele país, nem os jornalistas se determinam a tratar, capaz e amplamente, o caso do racismo naquele país e desde a sua independência. De molde que deixo esta pergunta: será esta realidade muito diferente do que se tinha na nossa II República, mormente depois do início da defesa das antigas províncias ultramarinas? Pois, a minha opinião é que essa diferença é ínfima.


O que Luís Costa Ribas mostrou foi que teve a coragem de responder às questões que Tereza Dimas lhe colocou, mas dizendo o que, conhecendo-se por cá à saciedade, rarissimamente se fala.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Os especialistas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1590920425443{margin-left: 20px !important;}"]Como é do conhecimento de todos, a criminalidade violenta tem vindo a apresentar um pico inusual. Dizem alguns dos nossos especialistas que tal facto poderá estar ligado ao confinamento que se viveu entre nós e que agora recebeu uma diminuição forte. É possível. Todavia, não foi por via desta situação que me determinei a escrever o presente texto, mas sim pelo facto de, muito antes, ainda, de se conhecer o que quer que seja, como maior ou menor fidedignidade, de pronto nos surgirem nos canais televisivos os tais nossos especialistas, inquiridos sobre o que acham que poderá ter-se passado neste ou naquele caso.


Invariavelmente, estes nossos especialistas começam por dizer nada conhecerem do que possa ter-se passado, ou do que as autoridades competentes possam ter já conseguido saber. Num ápice, começam, então, a explicar consequências diversas à luz de meras hipóteses sem sustentação : se se tiver passado isto, a consequência é esta; se tiver sido aquilo, a consequência é aquela; etc., etc.. E toda esta conversa se desenrola por horas, dias, até semanas. Um verdadeiro folhetim.


Há também casos em que os referidos especialistas apontam a falta de interesse na colaboração com as autoridades como o sinal que logo fez soar todas as campainhas. Porém, outros casos existem em que o que fez soar as tais campainhas foi, precisamente, o enorme interesse em colaborar com as autoridades, ou seja, o contrário do que se havia dito na outra situação. Ou seja: as campainhas deverão estar sempre a tocar. Se se colocar de lado a parte trágica destes casos, a conversa dos especialistas consegue até ser cómica.


E depois, surgem-nos realidades verdadeiramente estranhas: ninguém, no ambiente televisivo, se preo-cupa em operar uma qualquer investigação ao que era a vida das vítimas. Como se percebe facilmente, para lá de vítimas, tais concidadãos poderiam, porventura, manter vidas perigosas, porventura ilegais. Ou, pelo contrário, nunca terem vivido qualquer situação deste tipo.


Acontece também, pelo menos pelo lado de quem é espetador, que está sempre presente uma hierarquia de qualidade aparente: especialistas de primeira linha, de segunda linha, de terceira linha, etc.. Tive já a oportunidade de testar esta minha impressão-hipótese junto de gente conhecida ou amiga, e, de um modo muito geral, todos pensam do mesmo modo, praticamente sem hesitar. Ora, isto tem de ser correspondido com o que os próprios especialistas também pensam da situação, bem como com os que lhes são mais íntimos.


Mesmo por fim, este dado certo e cabalmente visível: não faltam especialistas a esmo, mas a situação piora, no plano criminal, a cada dia. Espantosamente, os portugueses tiveram há dias a possibilidade de poder assistir ao final do caso da Academia de Alcochete. Bom, simplesmente espetacular!![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Cá está, a culpa foi da China

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1590509329157{margin-left: 20px !important;}"]Custa-me admitir que exista por esse mundo fora muita gente interessada e lúcida que não compre-enda a razão de Donald Trump ainda ter dentes, porque, como usa dizer-se, quando fala acertadamente cai-lhe um dente. Por esta razão, já todos perceberam que o caso da responsabilidade da China no que conduziu à COVID-19 não passa de mais um argumento para consumo interno, também porque talvez a China, para calar Trump se deixe levar na onda de pagar qualquer coisa – a dívida dos Estados Unidos à China é inima-ginável…–, e porque esta historieta é só mais uma. Ora, a grande verdade é simples de perceber, sendo que já a referi por diversas vezes: os Estados Unidos perceberam que foram ultrapassados pela China.

Acontece que, desde há algum tempo a esta parte, se vêm descobrindo casos de mortes por pneumonia atípica, ao redor do surgimento do novo coronavírus – janeiro, dezembro, novembro e outubro –, mas que, após estudo adequado, se percebe terem as mesmas sido determinadas pela COVID-19. Começa, pois, a perceber-se que este novo coronavírus já por aí andaria há muito e em diversos lugares do Planeta.

Ora, surgiu hoje a notícia de que duas organizações não governamentais – Global Health Advocates e Cor-porate Europe Observatory – acusam as grandes farmacêuticas envolvidas em parcerias público-privadas com a União Europeia de terem impedido a investigação sobre coronavírus que foi proposta a Bruxelas em 2018. Nestes termos, o lobbying da indústria farmacêutica, European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations, determinou-se a não considerar o financiamento das condições que permitissem que se estivesse pronto para responder a epidemias como a causada pelo novo coronavírus, bem como à doença por si gerada, a COVID-19.

Assim, nos termos da notícia, a tal European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations ter-se-á oposto a que a mesma fosse incluída nos trabalhos da Iniciativa de Inovação Médica, quando essa possibilidade foi levantada pela Comissão Europeia em 2018.

É interessante constatar que a indústria farmacêutica beneficiou, ao nível europeu, de 2,6 mil milhões de euros do Orçamento Público de Investigação da União Europeia no período de 2008 a 2020, por via, precisa-mente, da Iniciativa de Inovação Médica, mas falhando sempre, ao menos até agora, em investir significati-vamente em áreas de pesquisa em que o financiamento é muitíssimo urgente.

Salientam a Global Health Advocates e a Corporate Europe Observatory que, entre os setores negligenciados, que necessitavam de um financiamento significativo, estão: a prevenção para epidemias, o VIH/SIDA e as doenças tropicais relacionadas com a pobreza. Como se vê, um mimo. E Trump, tal como a gentalha que o rodeia, nunca se deu conta destas realidades. Nem Trump nem os políticos europeus, claro está.

Em contrapartida, a indústria farmacêutica usou o orçamento europeu, sobretudo, para financiar projetos em áreas que eram comercialmente mais rentáveis. Portanto, outro mimo. E não deixo de recordar as palavras do Papa Francisco, sobre que a atual economia mata, mas estranhando o seu silêncio ao redor destas reali-dades, ora vindas a público. Claro está que o topo dos líderes mundiais conhecia esta realidade com bom pormenor, mas foram fingindo não ver. Quem investe quer ter lucro, morra lá quem morrer, muitos ou poucos, velhos ou novos, homens ou mulheres.

Por fim, esta nota, sobretudo para o leitor: vai agora reparar como o silêncio se irá abater sobre esta notícia de hoje. E não se pode dizer que o tema não foi noticiado, porque o foi, mas em menos de um minuto. Por isso nos vem repetindo o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, e à saciedade, a extraordinária importân-cia de se possuir uma comunicação social forte, estruturada por jornalistas livres e bem apetrechados. Ah, pois claro! É o nosso caso!!

E mesmo por fim, mais um convite a José Alberto Carvalho, recordando aquela série de 10 programas sobre a IURD: espero que a TVI, ou a TVI 24, elaborem agora, ao redor desta realidade já conhecida, uma trintena de programas, porque o que está aqui em jogo é incomensuravelmente mais grave que os casos apresentados como ligados à IURD. E de quem foi a culpa? Da China, pois claro![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Borrasquinha

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1589877090336{margin-left: 20px !important;}"]Na peugada do há dias por mim referido a propósito do forte incêndio lançado pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa na sua visita à Autoeuropa, tudo ao redor de uma espécie de crucificação indireta de Mário Centeno, na sequência de ter aplicado a legislação em vigor sobre o montante a que estava obrigado a emprestar ao Fundo de Resolução, posteriormente destinado ao Novo Banco, surgiu agora um ligeiro fogachito, mais uma vez em torno do nosso Ministro das Finanças.

Numa das suas visitas a um mercado público, destinada a motivar os portugueses a crerem na segurança resultante do recente desconfinamento, o Presidente da República, respondendo a uma qualquer pergunta de certo jornalista, explicou – no espetro do visível e audível, claro – que os portugueses, na perspetiva do trabalho de Mário Centeno nas suas funções de Ministro das Finanças, devem estar gratos. Bom, é a verdade evidente.

Acontece que o jornalista que comentava o que se havia ali passado, referiu que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa havia sido questionado sobre que fato servia melhor a Mário Centeno: o de Ministro das Finanças, ou o de Governador do Banco de Portugal? Simplesmente, a este propósito, as únicas palavras do Presidente da República apresentadas na reportagem apenas referiam o óbvio, ou seja, que os portugueses devem estar gratos a Mário Centeno pela sua ação como Ministro das Finanças.

Deste modo, fica-se sem saber se a resposta foi mais ampla – duvido – e se respondeu plenamente àquilo sobre que, aparentemente, foi questionado, ou se simplesmente manobrou a agulha, de modo a não ter que responder à pergunta em causa. Mas o que todo este episódio logo me trouxe ao pensamento foram as palavras de Salazar, no Porto, em 7 de janeiro de 1949: …neste país, onde tão ligeiramente se apreciam e depreciam os homens públicos,…

Aplicam-se estas palavras, qual luva da melhor qualidade, à campanha que se tem vindo a organizar contra Mário Centeno, no sentido de fazer com que não venha a suceder a Carlos Costa na liderança do Banco de Portugal. Uma campanha que tem vindo a ter na grande comunicação social, como já se dera na I República, um elemento essencial de intriga e de criação de perturbação política.

Como referiu muitíssimo bem o Presidente da República, Mário Centeno desempenhou as suas funções de Ministro das Finanças servindo muitíssimo bem Portugal e os portugueses. Infelizmente, a inveja é mato em Portugal, como tão bem apontou Salazar naquele seu discurso que ficou célebre. E cada um de nós sabe que é esta a realidade presente na maneira de ser portuguesa: em vez de se dizer que foi bom, os portugueses dizem que podia até ter sido melhor… E esta inveja vai da ignorância atrevida à maior qualidade intelectual traumatizada

Mário Centeno, para mal dos seus pecados, teve o azar de ser sério, tecnicamente honesto e competente, reconhecido pelos seus pares no plano internacional, para mais com um doutoramento…em Harvard. Bom, há que reconhecer que um concidadão nosso com um tal quilate nunca poderá deixar, entre nós, de fazer crescer a inveja de um modo quase hiperbólico.

Desta vez, pois, não tivemos já uma borrasca, como se deu naquela bivisita à Autoeuropa. Tivemos, isso sim, uma mui ligeira borrasquinha, aparentemente sem condições para gerar nova ondulação com grau 7 na Escala Beaufort. Como diz alguém por aí, isto anda tudo ligado.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

É essencial responder às necessidades das pessoas

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1589452457389{margin-left: 20px !important;}"]Talvez ontem, no seu conhecido blogue, Vital Moreira fez algumas considerações ao redor da China e do seu futuro no tempo pós-COVID-19. Sem dificuldade, reconheceu o que já todos pensam poder vir a dar-se: consolidação da liderança económica mundial da China, culminando décadas de crescimento muito para lá das economias mais avançadas. Enfim, é uma realidade quase universalmente aceite, mas para a qual haverá ainda a ter em conta a reação dos Estados Unidos, incapazes de ir a jogo numa situação de ultrapassagem da sua liderança mundial, e do poder de arrastamento que os norte-americanos têm sobre uma União Europeia que a tudo quer responder, mas só com dificuldade conseguindo fazer surgir mais-valias suas.

Vital refere também que a China controlou rapidamente a pandemia, pelo que (em princípio) vai sofrer um impacto económico menos negativo do que a Europa ou os Estados Unidos. Também admite o acadé-mico que provavelmente, tal como em 2008, embora vá sofrer redução significativa do crescimento económico, nem sequer vai entrar em recessão, enquanto a Europa e os EUA vão passar por uma recessão superior à de há uma década. De resto, o decréscimo do crescimento económico chinês já se vinha mostrando à evidência no tempo anterior à pandemia.

Um pouco à frente, Vital Moreira prevê que o país originário da pandemia, que exportou para o resto do mundo, parece vir a ser o que menos sofrerá com ela, em termos económicos e sociais. É claro que a palavra exportou vale, por enquanto, o que vale. Infelizmente, uma enorme parte dos nossos intelectuais, oriundos da Esquerda, mas hoje já bem na Direita, graceja da situação norte-americana atual, mas limita-se a sorrir com as barbaridades de Donald Trump, olhando a Rússia como se fosse ainda a antiga União Sovié-tica, ou menorizando os êxitos da China só por não ser uma plena economia de mercado e uma democracia liberal, como se dá com a Hungria e a Polónia. Além do mais, estes Estados da União Europeia são membros desta estrutura, o que dá logo todas as garantias de lisura política. Para já não referir o mais recente confronto entre os interesses da Alemanha, veiculados pelo seu Tribunal Constitucional, e o dos restantes Estados, suportados nos tratados e na doutrina do Tribunal Europeu de Justiça.

Por fim, a parte mais interessante desta intervenção de Vital Moreira, quando reconhece que a China, sem ser uma verdadeira economia de mercado – dado o estrito controlo político do Estado sobre a econo-mia – e muito menos algo de parecido com uma democracia liberal, vê o seu modelo tornar-se um formidável desafio, tanto para economia de mercado como para a democracia liberal. Bom, é a verdade. Simplesmente, o problema de fundo não é este, porque o que este é é a resultante da parte substantiva de quanto está em jogo.

O grande objetivo da governação, olhado pelo lado dos cidadãos, é o de terem ao seu dispor apetrechos essenciais à sua segurança pessoal e à resolução dos problemas que, pela natureza humana, cada um anseia como mais fundamentais para a sua segurança, dignidade e liberdade. Se vivem em democracia, ou não, se esta é liberal, ou não, se a organização económica se baseia no mercado, ou não, o que conta para os cidadãos é a segurança, sobretudo se olhada numa perspetiva global.

O erro de fundo de Vital Moreira, neste seu mais recente escrito, situa-se na ideia de que uma sociedade só serve se estiver organizada na base da economia de mercado e for uma democracia liberal. Este errado modo de ver a organização social, seja a comunidade humana a que for, foi o que esteve na base da estupefação recente de Manuel Alegre, ao confessar que nunca havia imaginado que a Extrema-Direita viesse a ter lugar na Assembleia da República. Ou o fantástico barrete de tantos oposicionistas ao regime constitucional de 1933, quando puderam ver Salazar ser escolhido como O MAIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE. No fundo, Alegre, Vital e tantos outros esqueceram certa lição televisiva de Agostinho da Silva, a cuja luz cada um de nós vive entre dois desejos profundos: liberdade e segurança. Mas quando a escolha é dicotómica, optam sempre, em primeiro lugar, pela segurança. E assim se deu com a China: controlou rapidamente a pande-mia, ao contrário do que se tem podido ver por quase todo o Ocidente. E em Portugal as coisas têm corrido bem porque dispomos de uma das melhores democracias do mundo – fomos recentemente classifi-cados em nono lugar –, e porque, por isso mesmo, dispomos nosso excelente Serviço Nacional de Saúde, universal e tendencialmente gratuito.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Ora aí está uma justíssima proposta!

[vc_row][vc_column width="1/4"][bs-user-listing-4 columns="1" title="" icon="" hide_title="1" heading_color="" heading_style="default" title_link="" filter_roles="0" roles="" count="1" search="" order="DESC" order_by="user_registered" offset="" include="2" exclude="" paginate="none" pagination-show-label="0" pagination-slides-count="3" slider-animation-speed="750" slider-autoplay="1" slider-speed="3000" slider-control-dots="off" slider-control-next-prev="style-1" bs-show-desktop="1" bs-show-tablet="1" bs-show-phone="1" custom-css-class="" custom-id="" override-listing-settings="0" listing-settings="" bs-text-color-scheme="" css=""][/vc_column][vc_column width="3/4"][vc_column_text css=".vc_custom_1588952736724{margin-left: 20px !important;}"]Num destes dias, o Presidente da Venezuela surgiu com uma ideia, que materializou numa proposta apresentada ao que designou por Movimento de Países não Alinhados, sem dúvida justa e muito interessante: que a Organização Mundial de Saúde seja nomeada para o Prémio Nobel da Paz pelo seu papel na luta contra a pandemia provocada pelo novo coronavírus. E logo juntou que tal galardão, a ser atribuído, seria um reconhecimento justo na luta pela saúde e pela vida.

Esta iniciativa de Nicolas Maduro tem de ser apreciada à luz de três facetas. Por um lado, por via do ódio mortal de Trump àquela organização, que sempre assegurou que o novo coronavírus não era derivado de nenhuma manipulação artificial feita em laboratório. Por outro lado, a Organização Mundial de Saúde merece justamente o galardão em causa, seja por este caso do novo coronavírus, seja por toda a sua restante atuação. E, por fim, porque Nicolas Maduro, naturalmente, tenta utilizar este justo reconhecimento com a finalidade de punir o distúrbio político de Donald Trump com este caso da COVID-19, que sempre recusou enfrentar, mau grado os diversos avisos que a si chegaram.

Ainda assim, uma coisa é o aproveitamento político da trapalhada criminosa criada por Trump ao seu povo, outra a validade objetiva do reconhecimento à organização em causa. Uma organização que Nicolas Maduro diz ser a única de natureza multilateral que a Humanidade tem como órgão orientador em matéria de saúde pública no mundo. Será que se Dönitz, já detido, propusesse o Prémio Nobel da Paz para a Organização das Nações Unidas, o mesmo não viria a ser atribuído, só por via da qualidade do proponente? Ou será que 2 + 2 = 4 só é uma proposição verdadeira em função de quem a enuncia?

Em contrapartida, Nicolas Maduro agradeceu o apoio dos países que estão a ajudar a Venezuela no combate à pandemia associada à COVID-19, destacando Cuba, que enviou um grupo gigantesco de médicos, e a China e a Rússia pelo apoio logístico. Infelizmente, não pôde agradecer aos Estados Unidos, uma vez que estes nunca aceitariam tentar salvar vidas venezuelanas por via de um tique ideológico. Não fora tal, e Nicolas Maduro teria também de agradecer um tal Sorriso do Jaguar, recordando Salman Rushdie.

Simplesmente, quando Nicolas Maduro reconhece que sem o apoio logístico da China e da Rússia teria sido impossível fazer os milhares de testes que se fizeram, a verdade é que os próprios norte-americanos se viram na quase impossibilidade de ser testados, porque os testes eram financeiramente inacessíveis e porque nem sequer existiam em quantidade minimamente adequada. Lamentavelmente para os norte-americanos, o seu acesso a cuidados de saúde é quase só para bons ricaços.

Um dado é certo: olhando as condições em que se encontra a Venezuela, com quase trinta milhões de habitantes, ela é dos países menos atingidos pela pandemia na América Latina, com 357 casos de infeção e 10 mortes há um ou dois dias.

Infelizmente para o mundo, esta ideia de Nicolas Maduro, de propor ao dito Movimento de Países não Alinhados que a Organização Mundial de Saúde seja apoiada na atribuição do Prémio Nobel da Paz, terá de enfrentar o poder e a influência diplomática dos Estados Unidos, para mais perante a fraqueza política de tantos Estados do mundo de hoje, mormente os europeus. Mas, enfim, vamos esperar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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