Terá terminado o folhetim?

|Hélio Bernardo Lopes|
Lá teve lugar a segunda presença de Vítor Constâncio na Assembleia da República. Uma presença que parece ter posto um ponto final no folhetim que se vem desenrolando ao seu redor. 

Uma situação apenas criada por quem, por mera má vontade e por cálculo partidário, se determinou a procurar encontrar o que todos os portugueses mais atentos já se haviam dado conta de que não tinha cabimento.

Toda esta historieta, que num ápice envolveu Vítor Constâncio, permitiu que os portugueses pudessem perceber esta coisa simples e verdadeiramente transparente: Vítor Constâncio, que se ficou a anos-luz de ser um bom líder do PS, é um verdadeiro especialista em matéria económica e bancária.

De resto, a sua presença como Vice-Presidente do Banco Central Europeu nunca suscitou um mínimo de crítica fosse de quem fosse. E teve até, ao tempo em que se soube que iria para esse cargo, o pleníssimo apoio do Presidente Cavaco Silva, que das suas qualidades, en passant, teceu abertos e inequívocos elogios.

Esta segunda intervenção, de parceria com as suas diversas entrevistas dadas a televisões e a rádios, teve também o condão de mostrar que Vítor Constâncio é um homem probo, com a tal honestidade que Francisco Assis, naturalmente desagrado com a vergonha do folhetim, lhe atribuiu em certo escrito de sua autoria.

Tudo me faz agora crer que este folhetim ao redor de Vítor Constâncio deverá ter tido o seu fim. Talvez possa surgir uma réplica, ora por aqui, ora por ali, mas no pensamento dos portugueses há já um dado com valor de verdade inequivocamente adquirido: Vítor Constâncio é o antónimo do que sobre si se procurou criar através da grande comunicação social. Para seu mal, a Direita voltou a estatelar-se.

Por fim, uma ligeira nota sobre os cuidados a ter com o que nos é trazido pela grande comunicação social: afinal, Francisco Louçã não tem qualquer gabinete no Banco de Portugal... E se a isto se juntar aquela garantia fortíssima de que Vítor Constâncio havia estado em certa reunião, quando, afinal, nunca lá esteve, bom, percebe-se que, no tempo que passa, é essencial estar sempre de pé atrás com o que nos chega pela grande comunicação social. Um pouco como esquecer, por exemplo, as armas de destruição maciça do Iraque, agora que os Estados Unidos vêm procurando levar a guerra ao Irão. E já agora: a quem poderá realmente servir esta outra historieta dos ataques do Irão? E ainda: a quem, manifestamente, não interessa meter-se em sarilhos?

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