Filho da Mãe apresenta “Água Má” dia 20 de Dezembro às 21h no Teatro Municipal de Bragança

“Nos discos de Filho da Mãe (Rui Carvalho) encontram-se histórias seguras e bem-definidas com realizações claras dos caminhos que resolve percorrer. O modo como afirma a sua guitarra e a linguagem que pratica nasce, contudo, de uma estranheza com os locais onde decide gravar.

Filho da Mãe apresenta “Água Má” dia 20 de Dezembro às 21h no Teatro Municipal de Bragança
Foi assim desde o começo, com Palácio, disco gravado em casa do seu amigo, e companheiro de armas nos If Lucy Fell, Makoto Yagyu, depois em Cabeça, entre Montemor-O-Novo e o Gerês, ou quando foi para Amares resolver as ideias para Mergulho no Mosteiro de Santo André de Rendufe. Água-Má segue a tradição, num movimento entre Portugal Continental (Lisboa, no estúdio HAUS) e as ilhas madeirenses, onde esteve durante uma semana em residência no primeiro trimestre de 2018.

Água-Má é sinónimo de alforreca e os tentáculos do ser marinho talvez sirvam de analogia para o dedilhar na guitarra de Filho da Mãe, ou a transparência da criatura como uma referência aos jeitos límpidos e lúcidos das composições que aqui apresenta. É um álbum que começa na Praia, uma vertiginosa corrida de alguém que foge com todas as certezas, e termina em Casa, onde larga a guitarra e deixa Água-Má repousar num registo de tranquilidade em modo field recordings, ficando a sensação de caminho percorrido e dever cumprido.

A distância entre essa Praia e a Casa é o fulgor de Água-Má. Filho da Mãe ficciona lugares e situações narrados por alguém que sabe impor o seu próprio tempo e história. Depois de uma corrida para Praia, cai bem a calma, segurança e brandura de um Não Me Voltes Atrás; as incertezas de Não, Não Danço seguram a galopada de Nem Chuva, Nem Cães. E em cada canção ouve-se a respiração de Rui Carvalho, uma marcação do tempo e da proximidade com que quer que oiçamos as suas canções. É uma partilha do seu espaço íntimo com o do ouvinte, um refrão constante que acompanha as melodias da guitarra e se funde com os sons em redor, ouvidos em alguns temas, e que humanizam a estética singular de Filho da Mãe. Os locais onde Rui Carvalho grava constroem a história dos seus álbuns e os locais só ficam mais ricos por ouvirem as aventuras que neles viveu com a sua guitarra.”

Onde: Teatro Municipal de Bragança
Quando: 20 de Dezembro
Hora: 21 horas
Entrada: 6€

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