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HIV: Porquê tão perigoso? |
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O processo de conversão RNA-DNA referido constitui uma das outras armas do vírus na luta contra o nosso sistema imunitário. A reação é mediada por uma proteína da classe das enzimas que tem uma altíssima taxa de mutação, ou seja, a enzima altera o vírus no processo de conversão. Deste modo o vírus que é inserido no DNA nas células humana é uma forma diferente do vírus que inicialmente entrou na célula. Regista-se então uma ‘impotência’ do organismo para se defender contra o vírus, porque as moléculas criadas para essa defesa estarão preparadas para combater a primeira versão do vírus que entrou na célula.
O desenvolvimento de vacinas eficazes torna-se um autêntico desafio para um vírus com uma taxa de mutações tão elevada; como é possível preparar o organismo para uma infeção causada por um agente que se altera tão frequentemente?
Outro fator depreende-se com as próprias células que o vírus infecta. A condição essencial para que o HIV entre nas células é a presença da molécula CD4 à superfície das mesmas. Várias células do sistema imunitário, os linfócitos T helper, os macrófagos ou as células dendríticas enquadrando-se nessa descrição, logo, as mesmas células que têm como função atacar invasores são as que são infetadas e danificadas pelo vírus!
Salienta-se ainda que existe a possibilidade de as partículas virais se anexarem às células dendríticas, um dos componentes do sistema imunitário, e serem transportadas por estas para os nódulos linfáticos, onde, por sua vez, existe uma grande concentração de células com o recetor CD4 à superfície facilmente alcançáveis pelo vírus. Por este e ainda outros procedimentos semelhantes, os nódulos linfáticos podem-se tornar incontestáveis reservatórios de HIV.
Existem alguns tratamentos bastante dispendiosos que têm tido sucesso em atrasar o desenvolvimento da doença. Todavia, ainda falta um longo caminho na procura por uma solução permanente. Apenas 25% da população europeia consegue impedir que as manifestações da doença interfiram com o seu dia-a-dia. A rapidez com que estabelece a latência, a elevada taxa de mutações, a debilidade do sistema imunitário e o uso deste para facilitar a sua propagação pelo organismo fazem do HIV um dos mais complexos desafios da ciência atual.
Fonte: ‘How The Immune System Works’,
Lauren Sompayrac Leonardo Fernandes
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva