As eleições russas

|Hélio Bernardo Lopes|
Tiveram lugar, até onde se sabe com a maior normalidade e naturalidade, as eleições russas para o Presidente da República, acabando por sair vencedor o atual líder, Vladimir Putin. Um resultado perfeitamente expectável por uma diversidade de razões, que vão do prestígio granjeado por Putin em face das provações ocidentais, até ao amplo grau de liberdade hoje presente no seio da vida social russa.

As declarações conseguidas pelos nossos canais televisivos junto de eleitores russos residentes em Portugal mostraram que tais personalidades há muito se deram conta do nefando papel dos Ocidente, mormente dos Estados Unidos, ao redor da imagem que se vem tentando criar sobre Vladimir Putin e sobre o Sistema Político hoje vigente na Rússia.

Perante a evidência da vitória de Vladimir Putin nestas eleições, claramente esperada, indiscutível e resultante da prática política democrática – oito ou nove candidatos –, as nossas televisões, com os seus comentadores de serviço, voltam-se agora para abstenção, assim como se a vitória perca legitimidade pelo facto de ser esta, porventura, algo elevada. A verdade é que a abstenção é incomensuravelmente superior nos Estados Unidos, mesmo em Portugal, sendo que o próprio Donald Trump até acabou por ter cerca de menos quatro milhões de votos que Hillary Clinton. E até já se anunciou ao mundo como recandidato para as próximas eleições, talvez mesmo – quem sabe? –, vindo a tentar uma senda como a de Xi Jinping.

Hoje, depois do que pôde ver-se nas eleições que deram a vitória a Donald Trump, e em face de situações anteriores – derrota de Nixon face a Kennedy, ou de Al Gore perante George W. Bush –, sabe-se já que a plutocracia norte-americana nada tem de realmente isento em matéria eleitoral. Objetivamente, vale praticamente tudo, mas com este marcante complemento: só chega a Presidente dos Estados Unidos quem for milionário. Até mesmo uma candidatura só pode ser conseguida se o candidato satisfizer aquele requisito. Uma verdadeira peça de teatro quando olhada à luz da ideia de eleição livre e democrática.

Esta eleição de Vladimir Putin na Rússia foi o que esteve na base do caso passado com o traidor Serguei Skripal. A mesma técnica que já havia sido utilizada com um outro traidor, Litvinenko. Um tema sobre que Vladimir Putin, se acaso tivesse lido Salazar, poderia repetir-lhe o que um dia se lhe pôde ouvir a propósito do homicídio de Humberto Delgada: ...a nós convinha-nos que se mantivesse vivo... E assim se dava com Vladimir Putin: ele era aquele a quem não convinha o homicídio de Litvinenko, ou a tentativa sobre Skripal e sua filha. A realidade é, precisamente, a inversa: toda a conveniência residia no Ocidente, porque desejando controlar e dominar o mundo, Putin é alguém que, sendo inteligente e patriota, é ali um indesejado. Importante, isso sim, seria alguém como Yeltsin ou, ainda mais, como Navalny...

Finalmente, lá nos surgiu um embaixador russo explicando a certo jornalista a evidência: o principal centro de armas químicas do Reino Unido situa-se muito perto de Salisbury, sendo que a fabricação de um qualquer gás neurotóxico deverá ser hoje coisa fácil de conseguir. Eu mesmo não duvido de que os excelentes químicos do nosso País dispõem de toda a capacidade para chegar a tal realidade se para isso se mostrasse imperativo em termos de defesa da nossa independência, por exemplo.

Mesmo por fim, termino com uma chamada de atenção – mais uma – para os casos históricos d’OS SEIS DE BIRMINGHAM, d’OS QUATRO DE GUILFORD e d’OS SETE MAGUIRE. E se quem mente uma vez, mente sempre, também quem pratica estes crimes sobre nacionais seus inocentes, mais facilmente o faz sobre traidores que sempre desprezou e usou. É o tipo de barrete que só enfia quem quer. Resultado desta mais recente impostura do Governo do Reino Unido: Vladimir Putin foi reeleito como Presidente da República na Rússia.

Enfim, sempre o Ocidente lá conseguiu dar mais um passinho no sentido de recriar o clima de Guerra Fria, de que tanto precisa agora, com a Rússia governada por quem a ama e se não dispõe a vender as suas riquezas a pataco. Um tema sobre que vale a pena ouvir a intervenção do académico Farias Ferreira no noticiário das sete da tarde deste domingo, na RTP 3. Um jovem corajoso e com o estigma da consciência mui bem desenvolvido.

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