Da jogatina política à incontornável verdade

|Hélio Bernardo Lopes|
Num texto meu de ontem – A LAMENTÁVEL PROCISSÃO – abordei o recente caso de jogatina política criado pela atual Direita – PPD/PSD e CDS/PP –, logo depois alimentada pela grande comunicação social, ao redor do Ministério Público, que acabou, depois, por projetar-se sobre a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal. Como aí escrevi, tratou-se de mais um caso sobre nada, que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa acabou por corroborar, embora com palavras suas.

Como sempre tem lugar nestes casos, ninguém pensou um ínfimo que fosse, tomando as palavras da Ministra da Justiça como um ato, no mínimo, inoportuno, porventura mesmo malévolo. Simplesmente, logo se percebeu, no próprio dia das suas palavras, que estas coincidiam, na interpretação do que estava em causa, com as de António Ventinhas, hoje a liderar o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Portanto e quase com toda a certeza, esta classe de magistrados – no mínimo –, com elevada probabilidade, estaria alinhada com a ideia expendida pela Ministra da Justiça.

Passaram dois dias e, num ápice, aí nos chegaram as palavras (já com algum tempo) de Joana Marques Vidal, corroborando, precisamente, a interpretação dada pela Ministra da Justiça e pelo Primeiro-Ministro, António Costa. Mas também a notícia de igual tomada sua de posição, até muito mais pormenorizada, numa entrevista concedida a certo órgão da Ordem dos Advogados.

Toda esta barulheira alardeada pela nossa Direita não passou, como seria sempre fácil de perceber, de uma iniciativa de conteúdo nulo. Mera jogatina política. Infelizmente, mais um ato que só serve para pôr em causa o valor da democracia, das suas instituições e da confiança dos portugueses no real significado que historicamente transporta a nossa III República.

Esta discussão sobre nada, ao redor de Joana Marques Vidal, começou no primeiro lastimável debate entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes e talvez tenha tido o seu fim neste segundo debate de ontem. Embora, como facilmente se percebe, o PPD/PSD nada de realmente concreto tenha para oferecer aos portugueses, exceto aquilo de que não pode falar claro: continuar com a política da anterior Maioria-Governo-Presidente. De um modo mais sintético e simples: o regresso à paralisia económica e à perda de bem-estar e de horizontes para a enormíssima maioria dos portugueses.

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