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Carla Silva |
Abracei um projecto magnífico na Sharing Foundation, que não deixa de ser um desafio constante. A Sharing Foundation é uma Fundação voltada para a pedagogia diferenciada, alicerçada na meritocracia, baseada na temática da multiculturalidade e Interculturalidade, mas também promotora de culturas e línguas que fazem parte do desenvolvimento do ser humano. Como Directora Geral, coordeno os projectos científicos da fundação e toda a actividade científica e cultural, de forma a garantir a boa exequibilidade da missão da instituição, ampliando e qualificando os seus serviços e plataformas de conhecimento.
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Agora pedimos-lhe que tente contagiar-nos: o que há de particularmente entusiasmante na sua área de trabalho?
A fundação tem projectos na área da educação, na área do multiculturalismo e multilinguismo associados à sua rede de colégios ao nível nacional e internacional. No entanto, a par desta aliciante tarefa de coordenação, a oportunidade de promover o contacto com instituições científicas nacionais e internacionais e desenvolver e executar, junto com os demais responsáveis, as actividades inerentes à investigação e abrir espaços de aculturação da ciência junto da sociedade e dos jovens tem sido de grande satisfação pessoal e profissional. Estamos ainda convictos que observar e analisar o contexto político económico e social da nossa sociedade é uma importante função da missão da fundação e este cargo contém premissas com as quais se pode avaliar desempenho, produtividade e eficiência.
A administração da fundação aposta na inovação e no conhecimento e aqui tenho a liberdade e o espaço de criatividade para pôr em prática todos os conhecimentos associados à educação e a área de sistemas de Inteligência Artificial. Acreditamos que a tecnologia pode promover a aprendizagem numa metodologia inclusiva e integradora do aluno. Nos nossos projectos, pretendemos demonstrar sempre como boas práticas ao nível da inteligência artificial e bons casos de estudo podem ajudar a melhorar a gestão, a cultura e a aprendizagem do aluno.
Por que motivos decidiu fazer períodos de investigação no estrangeiro e o que encontrou de inesperado nessa realidade académica?
Na minha licenciatura em Coimbra, já tinha tido contacto com a investigação que era realizada fora de Portugal, através das experiências e partilhas que os nossos professores traziam às aulas ao longo dos 5 anos de curso. Contudo, a minha maior experiência foi quando obtive uma bolsa para realizar uma parte do meu doutoramento na Universidade Autónoma da Catalunha, em Espanha.
Recordo-me de ter viajado com grande apreensão, pois além de deixar a família, por um tempo, senti-me insegura pois desconhecia a realidade de investigação que encontraria. E aquilo que pude observar foi um respeito enorme pelo meu saber, pelo meu trabalho e acima de tudo pela minha preparação científica. Quando planeei a minha bolsa, não tinha referências em Portugal para trabalhar aquilo que queria na área de Data Mining, e a oportunidade de trabalhar fora do país permitiu-me abrir os horizontes e alargar conhecimentos e experiências.
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Que apreciação faz do panorama científico português, tanto na sua área como de uma forma mais geral?
Os investigadores portugueses são muito bem preparados e estão ao mais alto nível em investigação. Como disse, é de lamentar que em Portugal não se afirme uma posição mais concreta da carreira da investigação, pois quem perde é realmente o nosso país e toda a sociedade. Mas acredito que instituições sociais, entre as quais a Sharing Foundation, cada vez mais ajudam a valorizar os investigadores portugueses e a criar condições para que se forem equipas e se criem entre a ciência e a sociedade.
A aplicação de algoritmos de aprendizagem e a machine learning são áreas recentes na ciência em Portugal. Contudo, o nosso país tem realizado grandes desenvolvimentos em muitas áreas próximas, como a biomedicina e a robótica, ainda que muitas vezes com financiamento estrangeiro.
Que ferramentas do GPS lhe parecem particularmente interessantes, e porquê?
Posso confessar que gostava de ter tido contacto com a rede GPS quando estive fora. É muito tranquilizador partilhar experiências e saber que não se está isolado no caminho. A GPS promove esse encontro e cria essa amplitude de experiências. Posso dizer-vos até que, através do GPS, a Sharing Foundation já contactou alguns investigadores – que fazem agora parte dos nossos projectos científicos e são nossos parceiros em projectos europeus.
GPS/Fundação Francisco Manuel dos Santos
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva