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|Hélio Bernardo Lopes| |
Bom, fiquei admirado e também com a dor de ver partir, indiscutivelmente, uma parte importante e interessante da nossa vida coletiva. E a verdade é que se lhe aplicam, com grande rigor, as palavras que Camões nos deixou na sua obra magistral.
De pronto liguei a minha mulher, que não sabia ainda deste desagradável acontecimento. Um acontecimento ao redor de um concidadão nosso com um percurso de vida hoje já muito conhecido e que de todos merece apreço e orgulho. E foi de tudo isto que depois falámos os dois, já no Centro Comercial Fonte Nova, conjuntamente com um casal conhecido e amigo. E, como teria de dar-se, de pronto me ocorreu um históricco episódio que envolveu Belmiro de Azevedo, numa sua crítica deveras dolorosa e certeira sobre Marcelo Rebelo de Sousa. Só à noite precisei de que haviam já passado duas décadas sobre tais críticas, ainda com Judite de Sousa extremamente angélica.
Mesmo nas circunstâncias de um nosso maior ter deixado a nossa companhia, a verdade é que nos fartámos de rir com o reavivar daquelas palavras de Belmiro de Azevedo, extremamente certeiras e mais ainda contundentes. E de pronto juntei a estas as considerações de Pedro Passos Coelho em certo Conselho Nacional do seu partido, sobre que este não iria voltar-se para um qualquer catavento político como candidato presidencial. Bom a risada continuou, em boa medida em crescendo.
Já a caminho de casa – moramos muito perto – e depois de termos trocado impressões de temas diversos – até de quem passava, claro está –, lá voltámos ao reavivar da memória que o desaprecimento de Belmiro de Azevedo em nós suscitou. Introduziu a nossa amiga uma histórica definição em tempos formulada por Paulo Portas, ela também extremamente precisa e emgraçada. Bom, caro leitor, foi uma risada de perder!
A tudo isto juntei eu, já de um modo mais pauusado, menos brincalhão, a histórica e injusta reprovação de José Luís Saldanha Sanches nas suas provas de agregação, sobretudo por via do que depois, em entrevista solta, acabou por nos vir a revelar. E procurei mesmo recordar a tentativa de certo jornalismo no sentido de atribuir ao académico António Sampaio da Nóvoa uma espécie de fator essencial para o desfecho que as provas tiveram. Uma tentativa de pronto liminarmente desmentida por Augusto Santos Silva e José Pacheco Pereira.
Já na despedida – não íamos para nossa casa, sim para a de meu filho, nora e netos –, ainda acabámos por abordar o histórico académico Raul Ventura, ao redor de certa temática do Pacífico, agora que o Papa Francisco tem andado por Myanmar e pelo Bangladesh. E do meu amigo lá veio este realíssimo comentário: esse é que iria achar graça ao que por aqui vai!...