Afinal, quem é que vai a jogo?!

|Hélio Bernardo Lopes|
A vida interna do PSD habituou-nos sempre a um grau elevado de disputa, mesmo de balbúrdia. Isto mesmo volta agora a surgir, com mil e um candidatos a candidatos que num ápice deixam de o ser. Estava-se ontem à espera de uma decisão pública de Pedro Santana Lopes, mas já hoje se noticia que o antigo líder do PSD e Primeiro-Ministro não se candidatará. Se assim for, como sempre pensei, é uma decisão lógica.

Acontece que também se noticiou, com força aparente de verdade, que Pedro Santana Lopes estaria a trabalhar num programa de ação política para o PSD, o que, a não se candidatar, e sendo certo que Rui Rio o fará, acabaria por se destinar a este mesmo. Precisamente o que há dias pude escrever sobre o tema.

Sem mais nem menos, eis que nos surgiu o nome de Miguel Pinto Luz, concidadão de que apenas raríssimos portugueses terão ouvido falar. Simplesmente, André Ventura havia assegurado ao i que se candidataria contra Rui Rio se ninguém mais o fizesse. Fica-me agora esta dúvida: o “mais ninguém” de André Ventura inclui também militantes completamente desconhecidos? A resposta, naturalmente, deveria ser positiva, dado que a tal dita candidatura de Miguel Pinto Luz é simplesmente uma não candidatura. A uma primeira vista, destina-se a retirar validade às condições apresentadas por Ventura.

Interessante é constatar que a grande comunicação social, para lá do i, nunca mais voltou a referir o que André Ventura apresentou a este diário: um silêncio absoluto... Até Miguel Pinto Luz é notícia por todo o lado, mas de André Ventura e de quanto expôs ao i, bom, nem uma palavra. Por fim, os inenarráveis raciocínios dos nossos analistas – segundo Cavaco, serão perto de oitenta, ainda sem contar com Pedro Passos Coelho, agora prestes a deixar a Assembleia da República –, comentadores e jornalistas: eles explicam como deve Rui Rio levar os portugueses atrás de si, lançando o caos no PS de António Costa e na Geringonça!! Indubitavelmente, esta é uma das maiores conquistas da nossa dita democracia.

Um dado é certo: o PSD de Rui Rio é o de Pedro Passos Coelho, ou de qualquer um que os tenha antecedido. Se um dia, por via de uma trágica decisão dos portugueses, o PSD voltar ao poder, será para prosseguir o programa ideológico aplicado por Passos, Portas e Cristas. Um programa político que materializa um sonho antigo e de sempre, apenas condicionado pelas circunstâncias históricas de cada momento. Ficamos, pois, à espera de Luz e de Ventura, havendo um claro espaço para apostas.

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