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|Hélio Bernardo Lopes| |
Este seu discurso procurou – digamos assim – dar a todos os que pudessem lê-lo ou ouvi-lo um pouco de alegria, embora também nos tenha trazido novas preocupações. Se reconheceu que o anterior caminho das Tróikas esteve longe de dar um bom resultado, logo nos trouxe esse terrível custo de um exército europeu forte, ou seja, mais gastos para nada.
Percebe-se facilmente que uma tal estrutura, a vir a ter lugar, custará dinheiro. Dinheiro que faz falta para evitar o desenvolvimento do crescente fosso social que vem tendo lugar no espaço desta famigerada União Europeia, nunca realmente sufragada pelos povos europeus.
Perante o triunfo neoliberal nas recentes eleições europeias, Jean-Claude minimizou o significado do BREXIT, deitando às urtigas o valor da prática democrática no Reimo Unido. Uma prática real, sustentada e aberta, ao invés do que está hoje a ver-se em Espanha, onde o tempo modernizado do franquismo – nunca acabou, de facto – está de volta. Flipe VI, o Governo de Espanha, o PSOE e Jean-Claude Junckers, não reconhecem o direito dos catalães à autodeterminação. Quase com toda a certeza, defenderão o contrário se, por um acaso, o Parlamento Britânico recusar à Escócia o mesmo que pretendem os catalães. O problema é que se percebe hoje que esta Espanha é uma estrutura artificial, desunida a cujo povos nacionais é imposta a ditadura de Castela. Por fim, as Nações Unidas de António Guterres, silenciando este o mais que natural direito dos catalães à sua autodeterminação, por cuja perda conseguiu Portugal a sua independência.
Depois, Jean-Claude, sem objetivo mandato para tal, vem lançar a ideia de criar uma só presidência da União Europeia e de criar um Ministro das Finanças para toda esta, que deverá – mesmo que à força – adotar o euro, custe o que custar. É o nascimento de uma ditadura, construída à revelia dos povos e da sua história e sem mandato eleitoral livre para tal.
Termino, pois, com a chamada à memória das palavras de Marcelo Caetano, numa sua célebre e certeira Conversaa em Família: sem o ultramar português, Portugal ficaria reduzido a uma província da Europa. Compete agora aos portugueses interessados e ainda com brio pátrio olhar para o que por aí pode vir e atuar, assim, até onde lhes for possível. Até porque, para já, a Europa vai de Vigo a Varna.