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|Tânia Rei| |
Voltei, na passada quinta-feira, e parecia que me tinham dado com um taco de basebol na cabeça. Tentava, tropegamente, dar marretadas nas teclas do computador, ler emails, consultar sites, pegar em tarefas pendentes… e só me ocorria “isto sempre esteve aqui?”, “onde estou?”, “quem sou?”, “estou aqui porquê?”, entre outras questões pertinentes, numa altura em que o meu cérebro tentava processar onde estava o fato de banho para me ir estender ao sol.
Parece que tinha acordado de um coma profundo, onde tinha sido inesperadamente feliz. E agora, acordada, o maior esforço era não tropeçar nos meus próprios pés, anormalmente grandes, no fatídico dia em que as férias acabaram. Passei o dia com sono, sem vontade de fazer nada, a sentir-me um trol sentado numa cadeira, com os pés (grandes) estupidamente a baloiçar. Em determinado momento posso mesmo ter-me babado em cima das teclas que (furiosamente) esperava que me obedecessem.
Não sei se as férias são um prémio, um direito que nos assiste ou um castigo, porque temos marcado o dia do regresso, e sabemos, a priori, que vamos voltar e sofrer.
A sério, cada vez que penso naquelas duas semanas mágicas, onde a maior preocupação era decidir o que comer e o que beber, que música ouvir e onde ir estender o costado ao sol, sinto uma lágrima a rolar cara abaixo. Talvez nunca mais queira ter férias. Para quê obrigar-me a passar por este penar, a esta dor que me atrofia os músculos? Se eu não me defender, quem me irá defender?
E, de qualquer forma, eu amo o que faço. Então… quem é que quer sol, bebericos frescos, longos passeios e intermináveis descansos? Por favor…