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“O Valor do Corpo”, colaboração da ARCA EUAC
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De igual modo, é importante sublinhar a anterior integração de Portugal na 27ª Equipa Internacional Conjunta (EIC) de investigação incidente em tráfico de pessoas e respetiva colaboração, prevista no Eurojust, com o Reino Unido. O tráfico humano, em Portugal, existe nas suas várias modalidades relacionado, muitas das vezes, a fenómenos como a exclusão social, movimentos de migração ou questões de género, quer enquanto escravatura sexual, quer enquanto escravatura laboral, sendo que mulheres e crianças acabam por ficar numa posição de maior vulnerabilidade como pode ler-se no Relatório de 2015 publicado em abril de 2016 do Observatório do Tráfico de Seres Humanos, do Ministério da Administração Interna (OTSH/MAI) criado pelo Decreto-lei nº 229/2008 de 27 de novembro.
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Isto significa, por exemplo, que se os e as profissionais de comunicação de ciência não sublinharem a importância dos aspetos mencionados anteriormente, é possível assistir à perpetuação, por exemplo, de estereótipos e preconceitos estigmatizantes que podem culminar em movimentos como o “Mães de Bragança” (2003) que permitiu a construção social de “boas vítimas” por um lado, e de “más vítimas” por outro lado, de mulheres brasileiras em Bragança. Isto poderá ser indicador que a ciência em geral não tem desenvolvido políticas de combate ao tráfico de mulheres para fins de exploração sexual que sejam claras quanto às suas finalidades transformativas quer do ponto de vista singular, quer do ponto de vista comum, nas diversas formas de opressão que têm sido assinaladas.
Lia Raquel Neves (Cientista Social)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva