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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Acontece que num qualquer blogue em que escreve surgiu, neste recente dia 12, uma sua declaração, que começa assim: não estarão à espera que acredite nas aparições de Fátima. E, de facto, se tiver estudado o tema com desapego, logo perceberá que a sua posição está até bastante correta.
Num ápice, surgiram mil e uma vozes a esgrimir contra o direito de Manuel Luís Goucha ter feito o que fez Humberto Delgado há muitas décadas, ao redor do que faria com Salazar se viesse a ser eleito. A uma primeira vista, Manuel Luís Goucha parece ter ficado admirado com esta reação.
O apresentador, porém, acabou por ter sorte, porque pôde perceber que a vivência religiosa, pela sua natureza, é sempre sectária. Se se acredita no que se não vê, tudo o mais nada representa. A não ser uma ofensa objetiva à Verdade (dos tais crentes sectários). Este recente episódio mostra o que sempre se dará se o regresso pleno do religioso à vida social e política do Estado vier, um dia, a ser uma realidade. Mas terá Manuel Luís Goucha aprendido a lição? Será que consegue perceber a distância que medeia entre o que se enuncia, com mais ou menos sorrisos, e a realidade?
Bom será que Manuel Luís Goucha se determine agora a estudar a História das Religiões, de molde a perceber que as mesmas estiverem, com enormíssima frequência, na base de guerras e de violências de todo o tipo e por toda a parte do Planeta. Espero que tenha transformado este seu caso numa lição útil para si e para expor aos que o conhecem.