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|Hélio Bernardo Lopes| |
O caso mais recente parece ser o de Boris Boillon, apanhado pelas autoridades com trezentos cinquenta mil euros – em 2013 – e com quarenta mil dólares em notas. É agora suspeito de fraude fiscal e de falsificação de documentos.
Trata-se de um diplomata francês, que foi conselheiro de Nicolás Sarkozy, conhecido, precisamente, como Sarko Boy, e que foi detido na Gare du Nord, em Paris, em 2013, quando se preparava para apanhar um comboio para Bruxelas, consigo transportando as tão recheadas malinhas…
Mas o mais interessante neste caso ainda é o que poderá vir a dar-se com Boris Boillon: multa até 855 mil euros, podendo ser condenado a cumprir uma pena de prisão até cinco anos. Ou seja, poderá ser condenado, ou não, a cinco anos ou menos, com pena de prisão ou suspensa. Imagine agora o leitor que Boris Boillon era um vulgar empregado de hotel, que havia tentado passar, nas mesmas circunstâncias, cinco mil euros. Consegue conceber as diferenças entre os dois casos – para muito pior no segundo?
Qualquer aluno finalista de um curso de licenciatura, que tenha de olhar para esta realidade que se vem espalhando por quase todo o mundo, terá sempre de gizar o seu trabalho na perspetiva prévia de existir, por detrás, desta realidade da corrupção política algo mais que a estrutura das pessoas. Esse algo mais, embora posto em prática pelos políticos, está ligado ao ambiente neoliberal e global, onde tudo deve deslizar sem atrito. Chamam a este a maléfica intervenção do Estado... Enfim, lá foi mais um ligado à onda de corrupção que se movimenta no mundo político-financeiro, mesmo religioso. Uma maravilha...