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|Hélio Bernardo Lopes| |
Custou-me sempre entender as viagens de cruzeiro, porque as mesmas se constituem, sobretudo hoje, em autênticos períodos prisionais, vividos à luz do come e dorme, com meia dúzia de passeios sem grande efeito de utilidade.
Adorando a convivência noturna, a verdade é que esta sempre comigo girou, desde muito novo, ao redor da discussão de ideias e da troca de saberes. De resto, no meu tempo de juventude os bares para jovens quase não existiam e muito menos mortes ao ritmo que se vai podendo neles ver no tempo que passa.
Mas vejamos, então, o caso das viagens de finalistas ao estrangeiro. Desde logo, estas viagens comportam o erro de se procurar lugares distantes do próprio País, ele mesmo cabalmente desconhecido. Depois, até pelo que se tem escutado, os mais velhos – pais, professores e detentores de soberania os mais diversos – acabam mesmo por apresentar como lógica a prática de desmandos, mais ou menos irracionais, apontando rezas em Fátima como a única alternativa! Por fim, os próprios pais mostram-se impotentes para levar os seus descendentes a compreender e aceitar os terríveis perigos, sobretudo neste tempo, que se podem conter em viagens deste tipo, operadas lá para bem longe.
Deixo ao Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o encargo pôr em funcionamento um plano de intervenção escolar, junto da juventude finalista, mas envolvendo professores exteriores a cada escola, bem como detendores de soberania, mesmo elementos policiais diversos, que permitam levar os referidos jovens a ponderar os riscos inerrentes a essas viagens, operadas para o estrangeiro e tanto mais perigosas quanto para mais longe. Vamos ver...