O céu de abril de 2017

Depois do equinócio de primavera do mês passado, os dias começaram a crescer a olhos vistos. No dia 1 de abril, o Sol nascerá depois da 7:15, e põe-se por volta das 20:00, mas no final deste mês, já irá nascer por volta das 6:30 e pôr-se cerca das 20:30. Ou seja, só em abril ganhamos 1h15m de luz do dia (mas também perdemos 1h15m de noite para observar o céu).

Figura 1: Júpiter, Terra e Sol (com diâmetros exagerados) alinhados, no dia 7 de abril de 2017. Imagem produzida pelo software de simulação do Universo SkyExplorer V3 (RSA Cosmos), usado nas sessões imersivas do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Planetário do Porto – Centro Ciência Viva)
Ainda assim, há muito céu para observar nas noites de abril. E logo no dia 3, a Lua alcançará o quarto crescente. No dia 7, o planeta Júpiter atinge a oposição, ou seja, no Sistema Solar, o Sol, a Terra e Júpiter estarão alinhados.

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Durante a primeira semana de Abril será possível ver, ao anoitecer e bem baixo no horizonte, o mais pequeno planeta do Sistema Solar – Mercúrio. Mas como este nunca se afasta muito do Sol, no céu, a cada dia irá aproximar-se mais da nossa estrela, deixando completamente de ser visível lá para dia 10.

O planeta Marte estará também em rota descendente. No dia 1 estará 25 graus acima do horizonte, a Oeste, logo ao anoitecer, mas ao longo deste mês irá aproximar-se 10 graus da nossa estrela.

Este movimento de Marte no céu resulta do facto de a órbita da Terra em torno do Sol a estar a afastar cada vez mais de Marte (que orbita mais lentamente à volta do Sol). Este afastamento culmina em outubro, altura em que os dois planetas estarão em lados opostos da nossa estrela.

Também no dia 10, o planeta Júpiter, que aparece a Este como uma espécie de “super-estrela” logo ao anoitecer, receberá a visita da Lua, que passará a apenas 1 grau de distância.

Figura 2: O céu virado a Oeste, ao anoitecer do dia 28 de abril de 2017. A Lua está quase colada à estrela Aldebaran e Marte, menos brilhante que a estrela, aparece à direita dos dois, a meio caminho entre a Lua e o enxame de estrelas das Plêiades. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)
Dia 11, será o dia da lua cheia. E esta é a lua cheia que determina a Páscoa, já que, regra geral, a Páscoa celebra-se no primeiro domingo, depois da primeira lua cheia, depois do início da primavera. Dia 17, a Lua passará a 4 graus do planeta Saturno, com ambos as nascerem pouco depois da uma da manhã. Dia 19 a Lua atingirá o quarto minguante.

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Dia 22 será o dia do máximo da chuva de meteoros das Líridas e como a Lua estará em minguante, as condições de observação este ano são boas. Esta chuva tem um pico variável, que este ano está previsto acontecer entre as 4 da manhã e o meio-dia. No pico, estão previstos até 18 meteoros por hora (mas pode ter surtos que chegam aos 90 meteoros por hora, pelo que vale a pena ficar atento).

Dia 26 é dia de lua nova. Dois dias depois, um fino crescente da Lua passará a 8 graus do planeta Marte. Mas mais brilhante e bem mais próxima do nosso satélite estará a estrela Aldebaran, a mais brilhante da constelação do Touro. Quando anoitecer, a estrela estará a cerca de meio grau da Lua. Na realidade, a Lua irá ocultar a estrela, mas a ocultação ocorre pouco antes do pôr-do-Sol, não sendo visível.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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