Projeto de eletrificação do troço Marco-Régua da Linha do Douro continua no limbo

As Empresas de cruzeiros que operam no Douro, na zona da Régua, Pinhão e Pocinho, continuam preocupadas com o atraso na abertura do concurso para elaboração do projeto de eletrificação do troço Marco-Régua da Linha de caminho-de-Ferro do Douro.

Estação ferroviária do Pinhão.Imagem do incidente do passado dia 11 de agosto de 2016 em que os passageiros impediram uma automotora de prosseguir viagem por não existirem lugares disponíveis. Fotografia: Junta de Freguesia do Pinhão (Arquivo Notícias do Nordeste)
Dois meses depois de anunciado, na Régua, que o concurso público para a elaboração do projeto de eletrificação do troço da Linha do Douro entre o Marco de Canaveses e a Régua seria lançado até ao fim de janeiro, até ao momento nada aconteceu e isso está a preocupar a s empresas que operam com serviços turísticos na região.

Mas o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas deverá deslocar-se hoje ao norte para em Valença do Minho apresentar “a empreitada de eletrificação” do troço da Linha do Minho que ainda não entrou em obra entre aquela cidade raiana e Viana do Castelo.

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Quanto ao projeto anunciado para o caso da linha do Douro tudo permanece silenciado, facto que está a preocupar as empresas Barcadouro, Rota Ouro do Douro e Tomaz do Douro, que num comunicado enviado à comunicação social dizem-se preocupados pela silêncio demonstrado à volta deste projeto considerado crucial para uma boa prestação e desempenho desta empresas.

Constata-se, com preocupação, que continua sem ser lançado o procedimento concursal oficialmente prometido no dia 16 de janeiro, quando as empresas de cruzeiros fluviais Barcadouro, Rota do Douro e Tomaz do Douro e a CP formalizaram um acordo que veio restabelecer a cooperação entre as duas partes e vai melhorar a resposta à procura turística pelo destino Douro já a partir do próximo 1 de maio, sem afetar a mobilidade das populações”, refere o comunicado das empresas.

Sabendo apenas que a Infraestruturas de Portugal ainda aguarda autorização da respetiva tutela para abrir concurso para a elaboração do projeto de eletrificação do troço Marco-Régua, as Gerências das três empresas de turismo fluvial referidas, que em 2016 continuaram a ser os três maiores operadores marítimo-turísticos do segmento de cruzeiros diários no rio Douro,“não podem deixar de manifestar a sua estranheza face ao arrastar da situação”.

O cronograma de execução do programa Ferrovia 2020 no que toca à Linha do Douro já estava em causa, nomeadamente com os atrasos registados nas obras de eletrificação do troço entre Caíde e o Marco de Canaveses. Continuando os prazos a resvalar no que se refere ao troço seguinte, o mais provável é que a obra acabe por descarrilar e só em 2021, para lá do fim da execução prevista do Portugal 2020, haja comboios elétricos a circular entre o Porto e a Régua”referem.

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O comunicado de imprensa conjunto das três empresas também refere que “a insuficiente atenção dada ao Douro pelos nossos decisores públicos tem consequências gravosas. Desde logo, para a mobilidade das populações do Alto Douro Vinhateiro e para o funcionamento do serviço urbano e das redes regional e inter-regional da CP no interior do distrito do Porto. Mas, também afetará a atratividade da marca turística Douro e a dinamização da economia regional, condicionando opções de investimento, público e privado, e as escolhas dos cidadãos, nacionais e estrangeiros, que um dia sonharam mudar-se ou ter uma segunda casa numa região com tantos atrativos patrimoniais e ambientais e que é Património Mundial”salientam.

Todas estas dúvidas e preocupações, mas também o apego e a confiança no futuro do Douro, levaram as gerências das três empresas a solicitar publicamente ao Ministro do Planeamento e das Infraestruturas,  Pedro Marques. “que confira à da Linha do Douro a mesma atenção e tratamento que tem dispensado aos projetos ferroviários que servem outros territórios e comunidades”.

As empresas operadoras apelam ainda aos durienses e transmontanos “a começar pelos seus autarcas e comunidades intermunicipais, passando pelos deputados que os representam na Assembleia da República, organismos descentralizados da Administração Pública com presença na região, instituições do Sistema Científico e Tecnológico, agentes culturais, movimento associativo e forças da economia real, a sua disponibilidade para integrar e ajudar a suportar uma plataforma cívica, aberta a todos, que acompanhe de perto e monitorize o projeto de modernização e eletrificação da Linha do Douro até à Régua, para evitar mais desigualdades relativas e acautelar o futuro de um território que pode vir a ter no turismo um centro de proveitos tão relevante como o vinho ou o seu magnífico património ambiental”, lê-se na nota de imprensa que denuncia a preocupação das empresas de cruzeiros que operam no Douro sobre os atrasos registados no lançamento do projeto de eletrificação do troço de caminho-de-ferro Marco-Régua, considerado crucial para o bom funcionamento da prestação de serviços turísticos na região vinhateira classificada pela UNESCO como Património da Humanidade.

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