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Jovens, Transmontanas, irmãs e escritoras. Sara Macedo Afonso (Esquerda) e Débora Macedo Afondo (Direita) |
Débora Macedo Afonso: Euzinha, sou uma jovem sonhadora e divertida, que gosta de passar o tempo livre entre livros, mas principalmente gosta de escrever: criar histórias e levar a imaginação o mais longe possível. Adora viajar (ir de férias): todo aquele ambiente, desde de preparar a bagagem até voltar à casa, é delicioso. Gosta de dançar, fez um curso de danças latinas há quase 2 anos e gostou bastante. Gosta de conduzir, acha que se algum dia ficar sem a carta de condução, ou quando for velhinha e a proibirem de conduzir, vai sofrer muito. Gosta de fazer bolinhos, e não é para se gabar mas tem boa fama, tanto que neste momento está a dedicar-me a um novo projecto – Maria Americana – confecção de bolos típicos americanos.
Sara Ana Macedo Afonso: Tenho 28 anos, nasci em Paris (França). Vivo e trabalho na aldeia de Carção, concelho de Vimioso. Trabalho no ramo da panificação e doçaria tradicional.
Notícias do Nordeste: Débora, como surgiu o seu interesse pela escrita?
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Débora Macedo Afonso |
Mais tarde, quando a minha irmã publicou a sua primeira obra, "Enquanto o tempo quiser", foi quando me rendi verdadeiramente a literatura e comecei a olhar os livros com outros olhos. O gosto pela escrita, acho que surgiu mais recentemente, quando o meu tempo livre ficou mais alongado e decidi dedicar-me a inventar histórias, e tentar ser eu a escrever aquelas coisas do amor que os livros possuem. Foi então que descobri que é fantástico colocarmos no papel aquilo que nos vai na alma, e mesmo que depois ninguém leia, até porque às vezes não queremos mostrar, penso que é um bom mecanismo de terapia, é relaxante.
Notícias do Nordeste: E no seu caso, Sara, como surgiu esse interesse pela escrita?
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Sara Ana Macedo Afonso |
Notícias do Nordeste: Débora, de que falam os seus livros; que temáticas abordam?
Débora Macedo Afonso: Os meus livros, que na verdade é um enredo dividido em 2 volumes, é uma história que aborda o amor, a amizade e algumas das peripécias que acontecem na juventude… (De forma mais detalhada): a vida acadêmica é algo que está muito presente no 1º livro – Fomos Instantes, e a dificuldade de quando se embarca pela 1ª vez no mercado de trabalho faz parte do 2º livro – Mais Do Que Instantes, que retrata os personagens numa fase já mais adulta. Em ambos os livros, visto que se trata de uma história apenas, os personagens vivem intensamente a amizade e claro tratando-se de um romance, há muito amor no ar.
Notícias do Nordeste: E no seu caso, Sara, também falam de amor os livros que escreve? Que temáticas abordam?
Sara Ana Macedo Afonso: A base daquilo que escrevo é o amor. A minha forma de escrever é simples, sem rodeios, intimista, intensa. Franca. São textos poéticos onde expresso o que me vai na alma. Onde descrevo situações do dia-a-dia, desabafos, formas de ver a vida. Às vezes mais pessoal, outras vezes pura ficção…Mas sempre tentando transmitir uma mensagem de amor, de esperança, de verdade.
Notícias do Nordeste: Débora,quantos livros já publicou?
Débora Macedo Afonso: Tenho 2 livros publicados. Publiquei o meu 1º livro em Junho de 2015 - Fomos Instantes com a Chiado Editora. E, em Junho de 2016 lancei o meu segundo livro - Mais Do Que Instantes, também editado pela Chiado Editora.
Notícias do Nordeste: Faço-lhe a mesma questão Sara...
Sara Ana Macedo Afonso: Comecei em 2008, com o Enquanto o tempo quiser, e em 2010 repeti com o título: Ver-me nos teus olhos, com a mesma editora; Corpos editora. Este ano, no dia 4 de Fevereiro lancei o meu 3º livro com o título Infinito/Somos feitos da mesma terra, um dois em um, com a editora Vieira da Silva.
Notícia do Nordeste: Débora Macedo Afonso, vamos propor-lhe uma auto- reflexão sobre a sua escrita. Fale-nos um pouco sobre os seus livros.
Débora Macedo Afonso: “Fomos Instantes” foi publicado em Junho de 2015 (1º livro). Surgiu da inspiração de experiências académicas, das peripécias da vida, e de toda a paisagem montanhosa que me rodeia, deste modo, tentei colocar no papel um pouco daquilo que é ser estudante em Trás-os-Montes.
Para preencher o aconchego do lar, a mãe de Vitória tem duas irmãs fantásticas: a Leonor e a Fátima. Leonor, a tia mais velha, é divorciada e tem dois filhos, Fátima, é a mais nova do trio, é casada de fresco e tem um bebé. Em Bragança, Vitória tem amigas espectaculares. Partilha a casa (apartamento) com a Aurora, a Bruna e a Érica, juntando-se a Adriana, a amiga da cidade, para completar o quinteto. Juntas vivem momentos de loucura, mas o mais importante é que estão sempre presentes para se apoiarem umas às outras.
Ao longo da história surgem mais personagens, desenvolvendo um papel significativo: Diego Vegas (um deles), é o “espécie de guia” de Vitória, quando esta decidi embarcar numa aventura e fazer o seu estágio em Paris, na Ópera da Bastilha.
“Mais Do Que Instantes” (2º livro) trata-se da continuação de Fomos Instantes e surgiu da vontade de querer continuar a escrever, bem como de concluir a história de Vitória. Aqui (nesta 2ª parte) a história desenvolve-se já numa fase mais adulta, quando os personagens embarcam no mercado de trabalho, mostrando assim as primeiras complicações e as dificuldades por que se passa.
Vitória leva o seu sonho a cabo, dando início à sua carreira após finalizar a sua licenciatura em Animação e Produção Artista. Neste percurso o romance continua surgindo aqui novas etapas (obstáculos a ultrapassar), e a amizade também está presente ao longo das páginas. O palco desta narrativa é mais uma vez, Bragança e Mirando do Douro, contando claro com outras cidades. (Não há muito mais que possa dizer se não conto os livros todos).
Notícias do Nordeste: Sara, o que pedimos à sua irmã, pedimos-lhe igualmente a si. Fale-nos um pouco dos seus livros.
Sara Ana Macedo Afonso: “Enquanto o tempo quiser” surgiu assim com arrebatamento, intensidade, mas muito simples, muito cru, muito singelo. Era eu a expor-me ao mundo, basicamente. Passados dois anos, decidi repetir a experiência. Apesar de todos os receios senti que tinha corrido bem, que tinha encontrado um caminho diferente para me dar a conhecer à vida. E surge o Ver-me nos teus olhos, com a mesma editora. Se é muito diferente? Há um crescimento, uma mudança de rumo, menos pessoal talvez. São livros que falam sobre os sentimentos. Sobre a vida. No primeiro é também uma declaração de amor às pessoas mais importantes da minha vida...
O “Enquanto o tempo quiser” está dividido em 3 partes: Pessoas dedicadas, 7 pecados, palavras soltas. Na primeira parte são declarações de amor puro e incondicional aos meus pais, à minha irmã, à minha família, as minhas amigas...Textos que já existiam há muito e que senti necessidade de e
Mostrar-lhes como tudo o que me estava a acontecer só fazia sentido pôr os ter na minha vida. Seguimos para a 2º parte onde escrevo 7 textos para os 7 pecados. E por fim, os textos onde falo sobre a vida, o amor, o suicídio, a desilusão, a morte, o amor não correspondido...
É um turbilhão de emoções próprio de uma adolescente da altura. No 2º livro tentei deixar-me de lado e apenas escrever sobre aquilo que me rodeava. Descobri com este livro que já há muito que eu ficava atenta às conversas alheias, às pessoas que passavam na rua, às letras das músicas, à cena daquele filme...
Percebi que eu era como que um «aspirador» e tudo aquilo me inspirava para escrever as minhas histórias. Sim, são textos soltos, são poesia. Para mim são mini-contos onde cada texto tem um protagonista onde desabafa aquilo que lhe mói, lhe move...
“Infinito” (3ªlivro) é um conjunto de textos soltos com uma mensagem de amor e esperança. São textos com uma ligação entre si, criando assim uma história de uma mulher que nos vai contando a sua vida amorosa e as várias voltas e reviravoltas que essa relação tem. São um conjunto de uns 50 textos. E depois? Depois temos um outro título, uma outra capa, e mais textos. E esta é a grande novidade desta minha volta. Com ajuda da minha editora que alinhou comigo nesta minha ideia, temos assim 2 em 1. Este outro lado do livro, com uma outra capa, um outro título (Somos feitos da mesma terra) e com textos que eu lhe chamo de cariz social. Isto é, vamos encontrar textos que são autênticos desabafos da autora, onde reclamo, aplaudo, choro e rio pelo mundo onde habito. São textos de esperança, de dor, de tristeza, de amor... São pequenas formas de querer um mundo melhor...
Notícias do Nordeste: Para terminar esta conversa a três, Débora, faça para os leitores do Notícias do Nordeste uma pequena biografia de si, enquanto pessoa e escritora.
Débora Macedo Afonso: Nasci a 10 de Maio de 1993, e sou portuguesa, tendo muito orgulho em ser transmontana. Frequentei a primária na minha aldeia (Carção), e depois fiz o básico em Vimoso, tendo ingressado na Escola Secundária Emídio Garcia de Bragança no secundário, e em seguida no Instituo Politécnico de Bragança, onde frequentei o curso de Línguas para Relações Internacionais.
o longo da minha educação e formação fui uma pessoa activa, tendo participado em alguns eventos tais como: Forúm Económico De Trás-os-Montes - Núcleo Empresarial da Região de Bragança, Associação Empresarial (2014), I Jornadas Ibéricas de Educação Social - Instituto Politécnico de Bragança (2011), Maratona da Geografia - Escola Secundária Emídio Garcia de Bragança (2011), entre outros. Tive ainda a oportunidade de realizar o programa ERASMUS, tendo estado em Varsóvia (Polónia) durante 5 meses, do qual tenho uma experiência gratificante.
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No festival tivemos diversas actividades: desde uma feira permanente com livros de autores transmontanos, cerca de 15 autores que se inscreveram nesta iniciativa e marcarão presença durante estes 2 dias, tivemos também o lançamento do livro “Versos da Madrugada” de António Prada Jerónimo, uma palestra com a autora Margarida Pizarro do livro “Em busca das borboletas”, uma conferência com a editora Capital Books, uma apresentação do livro “O Milagre em Bragança” de Fernando Calado, uma apresentação do livro “Prometo Perder” de Pedro Chagas Freitas (ele próprio fez a apresentação e esteve presente para uma sessão de autógrafos) e claro houve muita animação a cargo da Escola Pé de Dança (Luís Paulo), Amartes (momento musical), Mélanie Fernandes (momento de magia).
O festival irá regressar em 2018, sendo eu e a minha irmã, as organizadoras (como no 1º). Com a publicação dos meus livros, tive o privilégio de receber o “diploma de honra” que me foi atribuído pela Associação Portuguesa de Poetas - Núcleo de São Paulo (Brasil), nomeadamente pelo excelentíssimo Adriano Augusto da Costa Filho - Delegado / Coordenador da A.P.P., a título dos meus dois livros - Fomos Instantes e Mais Do Que Instantes. Actualmente encontro-me a frente de um projecto já há muito desejado – Maria Americana, confecção de bolos típicos americanos. Continuado, claro, a escrever, que é algo que gosto muito.
Notícias do Nordeste: E no seu caso, Sara, o percurso é semelhante? Fale-nos um pouco de si, enquanto pessoa e escritora...
Sara Ana Macedo Afonso: Foi em Carção (Portugal) que fiz a instrução primária, passando depois por Vimioso e mais tarde acabando o secundário em Bragança. Ainda estive em Vila Real, iniciando o curso de Línguas e relações internacionais na Utad, abandonando um ano mais tarde.
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Sou organizadora juntamente com a minha irmã, também escritora, Débora Macedo Afonso, do 1ºFestival dos Livros em Carção que teve como objectivo divulgar e promover os autores transmontanos e criar um ambiente de cultura e convívio na aldeia. Adoro viajar, conhecer outros locais e culturas, gosto muito da minha profissão.
Como seria de esperar, um dos meus passatempos preferidos é ler. Adoro Charlotte Bronte e Camilo Castelo Branco. Gosto de música e dançar. Sou muito ligada à família. Gosto de fazer caminhadas ao ar livre e tomar café com os amigos. Cinema é uma paixão. E gosto muito de tirar fotografias, a pessoas quando elas não estão a contar…São sempre as melhores fotos.
Sou uma eterna sonhadora…