E de novo as sondagens

|Hélio Bernardo Lopes|
Aí nos foi dado acompanhar as sondagens ao redor das eleições holandesas de ontem. Mais uma vez, como deveria esperar-se, as sondagens falharam estrondosamente. E é bom que os portugueses se habituem a esta realidade, realizando antes, cada um, a sua própria sondagem ao ritmo de cada dia da sua vida, por via do que vão vendo e ouvindo.

Este novo falhanço das sondagens foi fortemente visível ao redor dos dois partidos diariamente referidos nos nossos canais televisivos. Desconheço, por exemplo, se alguma sondagem holandesa referiu a queda, simplesmente brutal, do Partido Trabalhista da Holanda. E quem diz este, diz a miríade de todos os restantes. E foi com muita graça que hoje pude escutar Francisco Assis referir não poder ainda opinar sobre este resultado dos trabalhistas, por não ter ainda analisado os resultados em causa...

Estes resultados permitem um modelo explicativo simples e que me parece adequado: a enormíssima discrepância deve-se ao facto de se viver hoje um tempo de reação contra a mentira, muito geral, da classe política que vem governando os mais diversos países.

Uma classe política que se deixou levar pelos grandes interesses, esquecendo e secundarizando completamente as pessoas. A tal classe que opera encómios ao Papa Francisco, mas faz exatamente o contrário no domínio da sua ação. Os resultados desta contradição são fortemente sentidos pela generalidade das pessoas, um pouco por todo o mundo.

A situação, porém, é diferente em Portugal, dado o modo português de estar na vida política. Esta realidade é que permite, como se tem podido ver, a estabilidade no comportamento dos portugueses nos períodos eleitorais.

Uma estabilidade que, naturalmente, aproxima muito as estimativas das sondagens com a realidades dos posteriores resultados. Ainda assim, as sondagens sempre servem para ir entretendo os espectadores dos canais televisivos, para mais acompanhadas de debates com concidadãos os mais diversos. Invariavelmente, sem grande interesse.

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