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|Hélio Bernardo Lopes| |
Sendo de distribuição gratuita, à sua chegada aos lugares de distribuição sucede-se, de imediato, o seu desaparecimento. É sobre dois temas aí surgidos que me determinei a escrever as duas notinhas deste texto.
Primeira notinha: Cecília Sales, da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos, referiu ao DESRAK que “continua tudo na mesma” e que “não se veem assim grandes alterações na rede, apesar de algumas paragens estarem a ser mudadas ou eliminadas, o que já acontecia”. Acontece que eu sou também utente da CARRIS e do Metropolitano de Lisboa, dado não possuir carta de condução nem carro. Todos os dias, naturalmente, utilizo os transportes públicos de Lisboa e o que não falta são mudanças. Desde logo, a minha neta de nove anos passou a poder viajar sem pagar até aos doze anos. Depois, o meu passe de viagem passou a custar metado do que custava: custa agora 14,50 euros. Como facilmente se percebe, estas duas mudanças foram como ouro sobre azul.
Quanto à renovação da frota e às mudanças nas infraestruturas da rede, é preciso dar tempo, porque tais alterações não podem ser feitas de supetão. Nem o vendedor dos veículos, ou a empresa que irá realizar as obras nas paragens, responderiam de um modo veloz. Leva tempo, para o que basta pensar no meu prédio, onde decorrem obras diversas desde o meio de agosto.
Segunda notinha: os ditos atrasos no combóio metropolitano de Lisboa. Ora, eu viajo duas vezes por semana entre a zona do restaurante Califa e o Lumiar, com ida e volta, utilizando autocarro e as Linhas Azul e Amarela do Metropolitano.
Acontece que é muito frequente ouvirem-se protestos contra os atrasos neste comboio. Pois, aqui vai uma estimativa por mim obtida das minhas viagens: em Jardim Zoológico o tempo médio de espera é de cerca de três minutos e quarenta e no Marquês de Pombal, à volta de três minutos e dez, havendo, muitas vezes, que sair no Campo Grande, com uma espera média de 6,00 minutos pelo comboio que vai para Odivelas. Quanto ao regresso: 5,30 minutos de espera no Lumiar e 5,00 minutos no Marquês de Pombal. A tudo isto acresce que sempre tive lugar sentado em qualquer caso, com as composições razoavelmente longe de estarem cheias.
Em contrapartida, nota-se perfeitamente que as composições do comboio metropolitano deverão precisar de melhorias na sua estrutura motora e das portas, com os lugar em muitíssimo bom estado, tal como a higiene. Ao mesmo tempo, também se percebe a existência de falta de pessoal, porventura para tarefas as mais diversas.
De tudo isto, retiro esta conclusão: repor condições normais de exploração, que foram muitíssimo limitadas pela ação da anterior Maioria-Governo-Presidente, leva tempo, e substituir os autocaros por outros novos, mormente elétricos, não é coisa que possa fazer-se em três tempos. O resto é o diz-se.