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Imagem OCT após a aplicação do stent |
Os Drug-Eluting Stents, também conhecidos como stents farmacológicos, são dispositivos médicos utilizados na desobstrução de artérias. O que os distingue dos stents convencionais é o facto de a estrutura metálica ser revestida por um material polimérico, em que é disperso um fármaco antiproliferativo, que é posteriormente libertado, evitando, ou pelo menos limitando, a posterior ocorrência de reestenose (reoclusão) no vaso intervencionado.
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E é por esta razão que o modelo desenvolvido pela equipa do Centro de Matemática da UC, constituída pelos investigadores José Augusto Ferreira, Maria Paula Oliveira e Jahed Naghipoor, em colaboração com Lino Gonçalves, diretor do Serviço da Cardiologia do CHUC, pode assumir um papel preponderante.
O modelo permite a introdução de parâmetros que caracterizam a situação clínica do paciente, como, por exemplo, a viscosidade do sangue e a geometria e composição da placa aterosclerótica. Uma vez personalizado o quadro clínico, o conjunto de equações que constituem o modelo simula a distribuição de fármaco, ao longo dos meses subsequentes à implantação do stent, assim como algumas características da circulação sanguínea na região de implantação, para cada paciente individual.
As informações fornecidas pelo modelo podem constituir uma importante ferramenta de apoio à decisão clínica, possibilitando a definição de estratégias terapêuticas para prevenir o aparecimento da reestenose.
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Distribuição do fármaco Sirolimus após 180 dias |
«O sucesso do trabalho que desenvolvemos deve-se à estreita colaboração e ao constante diálogo interdisciplinar entre os matemáticos da equipa e o cardiologista Lino Gonçalves» afirma José Augusto Ferreira.
Os investigadores pretendem agora completar o modelo, «através da criação de um novo algoritmo que tenha também em atenção a proliferação celular que ocorre durante a reestenose. Seguir-se-á a validação do modelo, que se baseará na casuística do Serviço de Cardiologia. Concluída esta fase, a equipa disponibilizará uma plataforma computacional a ser utilizada em ambiente hospitalar», explica o investigador da FCTUC.
Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva