Perante esta vaga de frio que enregela Portugal, pode parecer contraditório falar num aumento da temperatura global do planeta. Mas não é. O local não representa a totalidade da superfície do planeta. De facto, dados de três agências internacionais, divulgados nesta quarta-feira, indicam que pelo terceiro ano consecutivo a temperatura global do planeta bateu recordes, para o pior.
Os relatórios divulgados pela agência espacial norte-americana (NASA, na sigla em inglês), a agência governamental dos Estados Unidos para a atmosfera e os oceanos (NOAA, na sigla em inglês) e pelo Met Office do Reino Unido, revelam que o ano de 2016 foi o mais quente desde 1880, ano dos primeiros registos da temperatura do planeta. Por temperatura do planeta entenda-se a temperatura média global do ar à superfície em terra e no mar.
PUB
Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços
Os relatórios também confirmam que este aumento global da temperatura está relacionado com o aumento registado na concentração de dióxido de carbono na atmosfera causado pela actividade humana. Os níveis de dióxido de carbono são os mais elevados desde há 4 milhões de anos, no Plioceno. Nessa altura, a espécie humana ainda não existia, vivendo em África os antepassados australopitecos de que a Lucy é o fóssil mais famoso.
![]() |
Gráfico - aumento global da temperatura |
O tímido recuo nas emissões de gases com efeitos de estufa por parte de alguns países, não esconde os excessos do passado e a poluição insuportável em algumas regiões da China, por exemplo. Não temos muito por onde escolher. Mas sabemos que alguns governantes persistem e continuam a ignorar a realidade do aquecimento global. Apesar do acordo histórico de Paris, assinado por 200 países em 2015, continuamos perto de ultrapassar os limites das metas ambientais então propostas.
Entre nós, o comportamento de cada um pode fazer a diferença, diminuindo os consumos energéticos e tendo comportamentos gerais mais amigos do ambiente.
António Piedade
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva