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|Hélio Bernardo Lopes| |
O segundo surgiu-nos pela voz de Joe Biden, Vice-Presidente dos Estados Unidos, agora a um dia de deixar de exercer este seu cargo. Sem mais, porfiando na mentira há muito posta em andamento pelos Estados Unidos de Obama e com a importante ajuda dos Estados seus lacais desde 1945, Biden chamou a atenção dos presentes para o risco que a Rússia constituiria para a ordem internacional liberal.
Como se sabe, esta expressão pode ter leituras diversas, mas o que igualmente se conhece é que a Rússia não anda por aí aos tiros por todo o lado, e muito menos a invadir Estados soberanos, deixando-os depois num autêntico caos social e humano. E mais: gerando novos e globais fenómenos de impensáveis consequências.
Do tal risco que a Rússia constituiria para a ordem internacional liberal foi-nos há dias fornecido um excelente e significativo indicador: oito cidadãos do mundo têm a mesma riqueza que quase quatro mil milhões que compartilham connosco o Planeta. Como se vê, trata-se de um excelente indicador do estado do mundo, fruto da aplicação do modelo neoliberal e global, ou seja, da tal ordem internacional liberal de Joe Biden. Que desplante!
Aqui mais próximo, desta vez na ampla zona alentejana do Alqueva, a mais recente descoberta de prática de escravatura, ao redor da apanha da azeitona. Já sem espanto, com a notável e corajosa exceção do Presidente da Câmara da Vidigueira, as nossas autoridades nacionais limitaram-se a condenar o ato, mas dando a indicação de que os meios existentes o que devem é cumprir o seu papel!!
Fiquei verdadeiramente siderado e com a certeza de que um tal crime contra pessoas pobres e indefesas está entre nós – há muito – e para durar. Na Suíça, casos deste tipo, de aparência simples, tiveram um combate forte, precisamente na época em que o crime é expectável, para o que, complementarmente, foram aplicadas penas pesadas a crimes (ditos) suaves.
Hoje, não nos faltam os drones e de todo o tipo e feitio. Sem grande imaginação, podiam estes ser usados para fiscalizar as propriedades onde tarefas sazonais estejam a ter lugar, sobretudo se requererem mão-de-obra em razoável quantidade. Infelizmente, da reportagem ontem surgida ficou a impressão de uma espécie de impossibilidade de fazer frente a uma tal realidade, sem que se consigam capturar os responsáveis por tal crime, incluindo os que contratam com as tais supostas empresas de trabalho temporário, que num ápice deviam informar as autoridades locais, camarárias e do Ministério Público. De molde que o que em mim ficou foi a sensação de um terrível desplante! Um mal que, com a inércia que nos carateriza, deverá estar para durar e se multiplicar.