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|Hélio Bernardo Lopes| |
Diz John Brennan que a tática russa pressupõe a aniquilação de tudo que possa ser vantajoso para o inimigo, como infraestruturas, vias de comunicação, transportes ou instalações industriais. E logo junta que os russos aplicaram na Síria algumas das políticas de terra queimada, que provocaram grande devastação e milhares e milhares de mortes inocentes. Enfim, um verdadeiro queridinho.
Este nosso magarefe, quase com toda a certeza, nunca leu os livros do falecido comandante Virgílio de Carvalho, porque se os tivesse lido, aí teria encontrado, como regra metodológica, o que agora censura à Força Aerospaacial da Rússia. Aliás, nada que os Estados Unidos não tenham feito e em tempos históricos os maais diversos. Vejamos alguns destes casos, que John Brennan fingiu agora não recordar.
Em primeiro lugar, os bombardeamentos às cidades alemãs, pouco antes da rendição da Alemanha e sem um ínfimo de necessidade. Foram assim atingidas Dresden, Nuremberga, Colónia, Wurzburg, etc.. E, sendo verdade que Eisenhower e Bradley se opuseram de início à ideia do famigerado inglês Harris, da Real Força Aérea, o argumento utilizado foi o de que se impunha quebrar o orgulho alemão. Tanto quanto se sabe, morreram aqui mais alemães que japoneses em Hiroxima e Nagasaki.
Em segundo lugar, os bombardeamentos nucleares de Hiroxima e Nagasaki. Foram os únicos ataques com armas nucleares na História da Humanidade. Como pude já questionar, é muito fácil imaginar o que hoje se diria se tais bombardeamentos tivessem sido operados pela extinta União Soviética e sob as ordens de Estaline...
Em terceiro lugar, a criminosa Guerra do Vietname, iniciada sem um ínfimo de justificação, e em que pereceram muitas centenas de milhares de militares e civis. Americanos, vietnamitas e cambojanos. Uma guerra em que foram praticados crimes de guerra, crimes contra o ambiente, crimes contra a humanidade, tortura, etc.. Uma guerra que os Estados Unidos perderam vergonhosamente e que deixou uma legião de bem mais que um milhão de feridos e doentes mentais de todo o tipo. Neste aspeto, uma guerra que ainda vê desenrolarem-se muitas das suas sequelas.
Em quarto lugar, a Guerra do Laos, que se desenrolou quase em paralelo com a anterior e em torno da qual foram pregadas às comissões do Congresso mentiras as mais diversas. E tudo sob o poder de um (suposto) honrado juramento. Foi um tempo de mil e um crimes praticados pelos homens da criminosa CIA, hoje dirigida (do mesmo modo) pelo magarefe John Brennan.
Em quinto lugar, a Guerra do Iraque, suportada numa mentira posta em prática por George W. Bush, Cheney e Rumsfeld. Como sempre os três souberam, não existiam armas de destruição maciça no Iraque de Saddam Hussein. O resultado está hoje bem à vista, mas não só no Iraque. Também no Afeganistão, na Síria e, de um modo mais geral, por todo o espaço do Islão ou do arabismo.
Em sexto lugar, o que agora já conseguiu vir a lume: a destruição ou roubo de registros nos Arquivos Nacionais e Administração de Documentos dos Estados Unidos, a ser operada agora pela administração de Barack Obama. O que explica muitíssimo bem aquele pedido de Obama a Trump, no sentido de não solicitar um procurador especial para analisar a utilização dos e-mails privados por parte de Hillary Clinton...
E, em sétimo lugar, tem Donald Trump toda a razão para se mostrar cético em face da conversa da CIA e do FBI sobre os supostos ataques cibernéticos dos russos. Trump conhece muitíssimo bem o que a casa gasta e terá percebido o mesmo que eu: se Obama pede para não se averiguarem os e-mails de Hillary, ele lá saberá porquê...
Se Donald Trump tiver um mínimo de sensibilidade política, terá de fazer com o FBI, a CIA e a NSA o mesmo que Jimmy Carter fez com a segunda, nomeando um novo diretor e pondo na rua umas centenas da gentalha que por lá sobrevive. Sabe Deus e Obama fazendo o quê... Sim, porque até eu mesmo também sei.