Tarda uma solução capaz

|Hélio Bernardo Lopes|
Das convivências correntes resulta o conhecimento de que a grande maioria dos portugueses se mostra concordante com a intervenção política da maioria partidária que atualmente suporta o Governo de António Costa. Um apoio que nunca foi tão claro nestes últimos cinco anos e que se vê acompanhado da generalizada descrença nos propósitos políticos do PSD e do CDS/PP.

Como será sempre natural, existem setores em que subsiste a perceção de que as coisas não andam como seria de esperar. Um desses setores – e quão essencial ele é! –, é o da Saúde. Surgem, a cada dia que passa, manifestações de bloqueamentos diversos, ou carências de natureza vária, o que, naturalmente, afeta a vida dos portugueses.

Mesmo com as carências orçamentais que se conhecem, as coisas já não deviam apresentar as limitações que quase todos vão salientando e que se projetam desde os tempos de espera à falta de pessoal em locais diversos do País. A uma primeira vista, no mínimo, faltam imaginação e determinação organizativa. As explicações sempre expostas, de um modo tão linear e contínuo pelo Ministro da Saúde, não se veem acompanhadas do fim dos protestos e das queixas dos mil e um que, por razões diversas, se encontram ligados ao setor da Saúde.

Mas nem tudo é mau, neste tempo de caos e de desprezo pela natureza humana, porque num dia destes surgiram os casos, mais que esperados, de concidadãos que tiveram de interromper os seus tratamentos em hospitais privados, suportados em seguros de saúde, para os tentarem continuar nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, pelo facto do montante dos seguros ter atingido o seu limite. É o preço da iniciativa privada e a demonstração cabal de que o direito à tentativa de salvar a vida, nas ditas economias neoliberais, só existe para que puder pagar.

É o modelo norte-americano, cada dia mais presente na famigerada União Europeia, e tão oposto aos que se podem encontrar na Rússia, em Cuba e na China. Por enquanto... Isto, caro leitor, é que é a tal maravilha da economia de mercado: o lucro sempre à frente da vida e da dignidade humana.

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