A última asneira

|Hélio Bernardo Lopes|
É hoje do conhecimento geral, e por todo o mundo, que as medidas e as previsões do Fundo Monetário Internacional, (FMI), de um modo imensamente geral, se saldam em asneira. 

Num certo sentido, o FMI a falar é como o Sol a corar. Claro está que, volta que não volta, também acerta. E tem, até, esta caraterística: com frequência grande é liderado por gente que acaba por ver-se a braços com a Justiça. Lagarde também não escapa a esta condição.

Como me parece evidente, entre Lagarde, Junckers ou Barroso, por um lado, e Stiglitz ou Krugman, por outro, eu escolho sempre os dois últimos e não os restantes. E o que os Nobel da Economia nos vêm dizendo é que Portugal, sempre com sacrifícios, terá melhor futuro fora do euro que no seu seio. De há muito penso deste modo, já mesmo antes de termos fatidicamente aderido à Europa e ao euro. Seriam tragédias que facilmente poderiam ler-se nas estrelas...

Pois, aí nos surgiu de novo o FMI, desta vez propondo mais cortes e austeridade, mas agora no valor de novecentos milhões de euros. Lá para março ou abril, como sempre se tem podido ver com risadas à mistura, deverá vir reconhecer publicamente que terá existido um qualquer erro nos valores indicados e nos modelos que lhes estiveram na base. É o que se tem podido ver, com o decurso do tempo, por parte desta instituição, sempre tão repleta de mestres, doutores e pós-doutores.

O único ponto positivo desta já histórica e crónica sucessão de asneiras é colhido pela nossa Direita, que de pronto delas deita mão, a fim de tentar repor o modelo de empobrecimento da nossa população e, por aí, permitir o enriquecimento dos que, com o tal imposto que se anuncia, têm vindo a viver um nervosismo e uma ansiedade verdadeiramente notáveis.

Tudo isto, que se tem vindo a passar com os que hoje nos tutelam – ou tentam fazê-lo ainda mais –, o que mostra é a realidade da grande mentira em que a dita democracia se transformou. Tal como digo desde há muito, ela constitui-se hoje apenas num certo tipo de anestesiante, tentando inculcar nas populações a ideia de que estas possuem o direito de escolher. A realidade só vem à superfície quando a escolha envolve o Bloco de Esquerda, o PODEMOS, o PCP, Marine Le Pen, Trump, etc.. Aí, como referiu Hillary Clinton, é o eleitor e votante que é estúpido e imbecil.

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