Renasce a esperança à direita

|Hélio Bernardo Lopes|
Como no-lo diz certo ditado popular digno de registo, não há mal que dure sempre, nem bem que nunca acabe. Um ditado que bem pode aplicar-se, com grande propriedade, à recente decisão da Comissão Europeia de não impor sanções a Portugal e Espanha.

Como pude escrever, esta decisão constituiu-se numa grande cabeça para a Direita portuguesa, que tudo foi fazendo para potenciar o castigo da Comissão Europeia sobre a generalidade dos portugueses, ainda hoje a viver grandes dificuldades derivadas da política da anterior Maioria-Governo-Presidente.

Ora, as recentes palavras de ressabiamento do alemão Günhter Oettinger, Comissário Europeu para a Economia Digital, terão constituído uma enorme retoma da esperança da nossa desumana e desgraçada Direita, que sempre sonhou com a criação de pobreza junto da generalidade dos portugueses, vendendo a riqueza do País a pataco e deixando aos que a viessem a suceder um terrível espólio de dificuldades. Dificuldades próprias e dificuldades agora criadas pelos seus amigos da Direita Alemã.

Diz agora o tal Günhter Oettinger, em entrevista à Der Spiegel, que Portugal e Espanha devem pôr em ordem, com urgência, as contas públicas, caso não queiram colocar em risco as transferências de milhões de euros dos fundos estruturais. E logo salienta que a Comissão Europeia – a Alemanha, portanto – tem uma segunda opção, porque a ameaça de corte nos fundos estruturais do orçamento europeu é séria. Imagina-se a alegria da nossa Direita, que por aqui consegue agora sentir alguma retoma da esperança de ver os portugueses serem atingidos por novas punições empobrecedoras.

Quando se ouvem aqui as palavras ameaçadoras do tal Günhter Oettinger, de que se Portugal não cumprir as recomendações e os objetivos orçamentais estabelecidos, pode levar um corte nos fundos estruturais que recebe, imagina-se facilmente a alegria dos políticos da nossa Direita, sempre sonhando com o regresso ao poder e com a plena implantação de uma organização social suportada na pobreza muito geral dos portugueses, apenas com uma ínfima minoria de ricações.

Termino com esta pergunta: como pode Portugal continuar a deixar-se destruir por uma dita União Europeia, onde quem realmente manda são alemães que mostram um completo desprezo pela História de Portugal e pela sua soberania? Até quando teremos de continuar a manter-nos numa estrutura que já não congrega o apoio da generalidade dos portugueses e dos povos europeus?

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