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Joana Crisóstomo e Raquel Seiça |
Vários fatores têm limitado a aplicação clínica (transplante) destes sistemas de encapsulamento das células insulino-produtoras, nomeadamente a instabilidade dos materiais usados e a sua biocompatibilidade, a insuficiente oxigenação das células transplantadas e a sua proteção contra a resposta do sistema imunológico do recetor (doente).
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Os resultados das experiências realizadas, primeiro in vitro (linhas celulares) e posteriormente in vivo (transplante das microcápsulas em ratos diabéticos), foram bastante promissores.
«Observou-se, in vitro, um aumento da viabilidade celular e da produção de insulina e, nos animais diabéticos, uma melhoria dos níveis da glicose sanguínea e da resistência à ação da insulina», explica a coordenadora deste estudo que teve o seu início há quatro anos, com o projeto de tese de Joana Crisóstomo, em colaboração com o Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (Jorge Coelho) e Instituto Nacional de Engenharia Biomédica - INEB da Universidade do Porto (Pedro Granja, Cristina Barrias e Bruno Sarmento).
Provado este primeiro conceito, os investigadores avançaram para a criação de um novo modelo, o co-encapsulamento de nanopartículas de GLP-1 (uma hormona intestinal que estimula a produção de insulina) e das células insulino-produtoras, de forma a aumentar a produção e a libertação da hormona.
«Com o encapsulamento conjunto destas nanopartículas e das células produtoras de insulina nas referidas microcápsulas de hidrogéis de alginato modificados com RGD, observou-se um aumento muito significativo da secreção de insulina, estando em curso a realização de novos ensaios em modelos animais», explica a catedrática da FMUC.
«No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer. É necessário reduzir o tamanho da microcápsula, torná-la ainda mais estável, mais viável e mais funcionante para ser transplantada em humanos», esclarece Raquel Seiça.
Com o aumento da incidência de diabetes, uma doença crónica que afeta mais de um milhão de portugueses, é importante apostar nestes sistemas que «permitiriam libertar os doentes com diabetes tipo 1 das injeções de insulina e alcançar um melhor controlo dos níveis de glicose com a consequente diminuição das complicações agudas e crónicas da doença e, desta forma, melhorar a qualidade de vida dos doentes com diabetes», conclui a investigadora da UC.
Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva