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|Hélio Bernardo Lopes| |
Quarenta e dois anos depois da Revolução de 25 de Abril, afinal, as Forças Armadas e militarizadas passam de maravilhosas a mais uns quantos. De molde que surge a questão: que é feito da Associação 25 de Abril e dos Militares de Abril? Então estas medidas só eram más com a anterior Maioria-Governo-Presidente? Mais uns dias, e aí nos surgirão as lideranças do PSD e do CDS/PP a gritarem alertas contra estas medidas do Governo de António Costa.
Perante tudo isto, começo e imaginar que poderão também vir a operar-se mudanças nos setores das magistraturas, equiparando-os também aos polícias, que passaram agora a ser o essencial referencial de toda esta reorganização. Se é verdade que é essencial conhecer a História e o passado para se poderem tomar bem as decisões em face do futuro, a verdade é que com estas medidas o que se faz é nivelar o que nada tem de comum.
Com esta iniciativa, extremamente infeliz, o que o Governo de António Costa está a fazer é o equivalente ao que o seu antecessor fez com os professores, que os vulgarizou e desqualificou aos olhos dos portugueses. E não deixa de ser irónico recordar o modo como as Forças Armadas e os militares de Abril são tão badalados, ao mesmo tempo que tudo vai sendo feito para retirar o essencial prestígio inerente à condição militar. Pior, talvez, só na Turquia desse fantástico democrata que é Erdogan, tratado com o mais que expectável silêncio dos Estados Unidos e dos países europeus. E viva Abril!