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|Hélio Bernardo Lopes| |
A História do Século XX, em mui boa medida, mostrou que os Estados Unidos, aos poucos, lá foram levando a guerra às sete partidas do mundo. E só não deitaram mão das armas nucleares depois de Hiroxima e Nagasaqui porque disso mesmo foram impedidos pelo equilíbrio termonuclear. Apesar de alguns elementos militares da extrema-direita norte-americana terem chegado a equacionar um ataque com duas centenas de bombas nucleares às trinta maiores cidades soviéticas.
Depois de se ter posto um fim ao racismo no plano oficial, o mesmo parece agora estar de volta, à medida que o neoliberalismo e a globalização assumiram arraiais. Naturalmente e de modo concomitante, a violência assumiu agora nos Estados Unidos um nível quase nunca visto. Sucedem-se, numa sequência quase diária, os atentados com armas de todo o tipo e calibre em locais os mais diversos, surgindo crimes praticados por gente desde a idade mais tenra à mais avançada.
Mas nos Estados Unidos começam agora a surgir sinais de que a democracia pode estar prestes a ser posta em causa, à medida que cresce a intolerância contra a quase certa vitória de Donald Trump. E, à semelhança da histórica prática dos homicídios sobre presidentes, aí surgiu agora mais um louco que se preparava para assassinar o candidato Donald Trump. Se tal vier a ter lugar, haverá então a oportunidade para que nos questionemos: não terão tais iniciativas origem no seio do Partido Democrático? Seria esta a atitude ocidental se tal tivesse lugar na Rússia de Vladimir Putin...
Quase com toda a certeza, o desmoronar do poder imperial dos Estados Unidos acabará por dar-se por via da degenerescência que cresce hoje no seu seio de um modo imparável. É, indubitavelmente, um seu dado estrutural. Nasceram da violência, desenvolveram-se na violência, levaram-na às sete partidas do mundo, e virão a sucumbir aos seus efeitos. Creio não exagerar quando digo hoje que os norte-americanos nasceram para matar e para serem mortos.