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|Hélio Bernardo Lopes| |
Sucedem-se os homicídios e os raptos, ou mesmo simples desaparecimentos. Surgem em catadupa fenómenos de corrupção identificados e apontados desde há décadas. As cadeias estão a deitar por fora, em condições já apontadas como humanamente inaceitáveis, mas em que se percebe tudo ir continuar por via da histórica falta de dinheiro. Nos hospitais surgem casos os mais diversos, sabendo agora já que muitos outros deverão vir a surgir, etc., etc..
No seio da famigerada União Europeia, os portugueses perceberam já que tal presença se constitui na destruição do que resta da real democracia que nos trouxe aquele acontecimento histórico. Constrói-se, nas costas dos portugueses e de Portugal, um tratado com terríveis consequências humanas e sociais, e noticia-se que os bombeiros poderão vir a ter um fim!
Discute-se, sem parar, um campeonato de futebol, que teve o vencedor e os outros. A grande comunicação social transforma o cabalmente inútil num inenarrável espetáculo de balbúrdia. Uma comunicação social a quem se deve uma boa parte do estado a que Portugal chegou, completamente incapaz, por exemplo, de denunciar o que verdadeiramente está por detrás dos grandes interesses dos contratos de associação.
Lamentavelmente, o que tudo isto mostra é a corretíssima análise que Salazar fez no seu histórico discurso no Porto, em janeiro de 1957. Ou ainda, muito mais tarde, o que Marcelo Caetano salientou numa sua Conversa em Família: sem o Ultramar português, Portugal ficaria reduzido a uma província da Europa. É essencial, pois, que cada um de nós tenha a coragem de manter a independência de decisão para apreciar o que acabou por vir à superfície. Uma verdadeira queda vertiginosa, de que será quase impossível sair.